O solstício deste ano ocorreu simultaneamente com um eclipse da Lua, foi um momento mágico que não ocorria desde 1638. O próximo eclipse em dia de solstício de Inverno ocorrerá apenas em 2094.
sexta-feira, dezembro 24, 2010
Bom solstício de Inverno
O solstício deste ano ocorreu simultaneamente com um eclipse da Lua, foi um momento mágico que não ocorria desde 1638. O próximo eclipse em dia de solstício de Inverno ocorrerá apenas em 2094.
terça-feira, dezembro 21, 2010
Luva falante para cegos
À atenção do Bruno Sena Martins.
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Mil milhões em submarinos, zero em transparência
As denúncias da eurodeputada Ana Gomes são um oásis de decência no meio da carneirada que se apoderou do Partido Socialista.
terça-feira, dezembro 14, 2010
Uma cimeira fria em ano quente
Os dados de Novembro do National Climatic Data Center – a entidade que realiza o cálculo mais abrangente e mais fiável da temperatura média do planeta recorrendo a dados registados nos continentes, nos oceanos e a partir do espaço – são expressivos. 2010 será certamente um dos anos mais quentes registados desde 1880, desde que começaram a ser registadas as temperaturas globais. Até ao final de Outubro de 2010, a média da temperatura global do planeta (continentes e oceanos) era similar à média registada entre Janeiro e Outubro de 1998, o ano mais quente de sempre. O Alasca, o Canadá, o Nordeste Africano, o Médio Oriente, o Cazaquistão e grande parte da Rússia, foram as regiões que contribuíram com temperaturas anormalmente mais quentes para a média global. Curiosamente a Europa foi este ano uma das regiões mais frias em relação à sua média de temperaturas.
É importante realçar que este nível de temperatura é registado durante um mínimo prolongado do Sol. O Sol obedece a um ciclo de actividade de 11 anos, ciclo esse que atingiu o seu mínimo há cerca de três anos e tem demorado mais do que o normal a descolar do mínimo de actividade. Em geral, os anos de mínimos solares são sucedidos de temperaturas mais baixas na Terra, algo que não ocorreu durante os últimos 3 anos.
Ao contrário da Terra, a cimeira de Cancún decorreu num clima de alguma frieza e pacatez. A crise parece ter adiado para as cimeiras de 2011 na África do Sul e de 2012 no Brasil as decisões mais importantes, em particular a decisão de dar continuidade ao Protocolo de Quioto para lá de 2012. Apesar de tudo houve importantes decisões tomadas, sobretudo para os países em desenvolvimento, tendo-se chegado a um consenso para criar um mecanismo de compensação financeira para combater a desflorestação. Também está prevista a criação de um “fundo verde” para os países em desenvolvimento que envolve a transferência de novas tecnologias limpas.
Como nos mostram os dados de 2010, o clima é insensível aos humores humanos e um ano sem decisões terá certamente custos no futuro que se estenderão a períodos talvez da ordem da década ou mais.
sexta-feira, dezembro 10, 2010
... Depois a Islândia virou à esquerda
quinta-feira, dezembro 09, 2010
Como se afundou a Islândia
Nos anos 80, a Islândia era uma sociedade socialista que investia fortemente na saúde e na educação, a taxa de mortalidade infantil era das mais baixas do mundo, bem como o número de habitantes por médico, o nível educacional era dos mais elevados do planeta e o mercado de trabalho andava próximo do pleno emprego. Estavam criadas as condições para que uma nova geração mais ambiciosa desse início a uma festa rija ao som do trio: Friedman, Thatcher e Reagan. Assim que chega ao poder, Oddsson privatiza tudo o que pode. Quem tinha dinheiro e estava no sítio certo na hora certa, independentemente de ser incompetente ou charlatão, partia com um avanço esmagador e dominador num horizonte de décadas. Estávamos em 1991. Formam-se logo nessa altura as primeiras máfias económicas e os primeiros monopólios perversos, graças à ausência de critérios para as privatizações. Uma política de estado mínimo avessa a intervir no sector privado e a desregulação radical dos mercados transformou a Islândia da noite para o dia. Em pouco tempo, o objectivo principal de pescadores e agricultores era apostar nos mercados sobre o sucesso ou falhanço da sua própria produção. Os objectivos das actividades em si passaram para um plano secundário. A banca expandiu-se para lá da ilha, contraindo dívida atrás de dívida, compravam-se lojas de luxo em Londres, cadeias de supermercados na Dinamarca e instituições financeiras na Holanda. Os jovens licenciados em gestão tinham emprego imediato na banca, onde começavam a receber avultados bónus ao fim de pouco mais de um mês de trabalho.
A Islândia era uma ilha resplandecente banhada por um mar de rosas. A Islândia maravilhava Harvard, o país crescia cerca de 7% ao ano, a Moody's mantinha a notação do país sempre lá em cima, os banqueiros liam a Arte da Guerra de Sun Tzu tomando-se por guerreiros vikings dos tempos modernos e mais importante que tudo os reguladores dormiam com os banqueiros - Oddsson foi governador do Banco da Islândia a partir de 2004.
Os três principais bancos islandeses endividaram-se cerca de 8 vezes o PIB da Islândia, muito para lá da capacidade de resposta do Banco da Islândia. Quando os credores britânicos pediram o seu dinheiro de volta, orgulhosa e arrogantemente o governo islandês do partido de Oddsson respondeu que só garantia os depósitos dos islandeses. Ironicamente, o governo britânico accionou de imediato uma lei anti-terrorismo aprovada a pensar nos movimentos financeiros da Al-Qaeda, para congelar todos os bens da banca islandesa no Reino Unido. Abriu-se o alçapão e a Islândia mergulhou no vazio. A política anti-União Europeia, a aposta numa moeda nacional sem dimensão para jogar no mercado global (vários artigos especializados alertaram a Islândia para esse risco) deixou a Islândia isolada no meio do Atlântico, Reagan, Thatcher ou Friedman já tinham saído de cena, sem aliados, sem estruturas económicas a quem pedir auxílio, a Islândia bateu no fundo. Nas últimas páginas, Roger Boyes descreve um país em vésperas das eleições de 2009, em estado de choque, com uma dívida per capita de 400 milhões de dólares, ou seja cada família comportava uma dívida média de 1,6 mil milhões de dólares. Boyes descreve um zombie económico a viver de esmolas da Rússia, à mercê da caridade de banqueiros russos manhosos.
Lê-se no cartaz: David (Oddsson) Bin Laden.
quarta-feira, dezembro 08, 2010
Forcados Amadores do Aeroporto da Portela
No entanto, este incidente do avião da TAAG não fez ninguém reflectir sobre a necessidade de fechar a Portela. Estamos à espera que aconteça um acidente espectacular com muito fogo e sangue para depois fazermos um novo aeroporto à pressa, mal amanhado e muito mais caro do que o projecto actual do novo aeroporto, enfim o habitual.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Os peões do Império
Queria deixar bem claro que não simpatizo com os métodos da wikileaks, mas quem com ferros mata...
quarta-feira, dezembro 01, 2010
Inércia e progressos na ciência europeia
Foi divulgado o relatório de 2010 da UNESCO dedicado à Ciência. O relatório analisa o estado e a evolução da investigação científica em todo mundo. As conclusões relativas à Europa são em parte animadoras e parcialmente frustrantes. O relatório revela que a União Europeia é hoje claramente o espaço geopolítico que lidera na produção de publicações científicas com 36,5% das publicações científicas mundiais, à frente dos EUA com 27,7%, do Japão com 7,6% e da China 10,6%. O relatório refere outro aspecto positivo importante que consiste na criação de instituições de investigação supra-nacionais, entre as quais se destaca o CERN, na totalidade de 180 organizações cobrindo praticamente todas as áreas do saber. Apesar destes aspectos serem positivos, não são suficientes para nos darmos por satisfeitos com a política científica europeia.
De facto, o relatório indica que muito ficou por fazer no que respeita ao investimento em investigação e em desenvolvimento e ao impacto da ciência na sociedade, através da inovação e da criação de novas tecnologias. Quando consideramos os objectivos constantes na estratégia de Lisboa e de Barcelona da UE (União Europeia), em particular o objectivo de dedicar 3% do PIB à investigação até 2010, verifica-se que maior parte dos países membros estão longe desse patamar e por conseguinte também média europeia não atinge a fasquia dos 3%. A distracção e a poluição que o debate político europeu sofreu quando se atribui total prioridade ao combate ao terrorismo, bem como as imensas dificuldades que resultaram da presente crise internacional explicam em grande medida o esquecimento dos principais objectivos no campo da ciência que tinham sido acordados pelos estados europeus.
Sendo o número de patentes registadas um parâmetro que ilustra razoavelmente o impacto da inovação e das novas tecnologias na sociedade, verifica-se que este é outro domínio que ficou relativamente esquecido na UE. A UE continua a patentear menos do que os EUA e apenas em 2007 ultrapassou o Japão, com a agravante de ambos os países serem menos populosos do que a totalidade da UE – dados fornecidos pelo European Patent Office, pelo Japanese Patent Office e pelo United States Patents and Trademark Office.
Serviço público
* Infelizmente mantém a nacionalidade portuguesa...
terça-feira, novembro 30, 2010
Finalmente outra economia
Mas também se ouviu um ex-ministro das finanças que profere sentenças sobre o país como um taxista e tal como para todos os taxistas os culpados dos desastres são sempre os outros, eles são os maiores a conduzir. Por isso quando um ex-responsável político cujo o desempenho como ministro das finanças foi catastrófico mas que acusa tudo e todos de incompetência e cuja reforma de ministro é bem compostinha, que só fala de política e de ideologia mas diz que não é político, que não quer falar dos outros países por que a crise é só nossa (é uma espécie de teoria do oásis ao contrário) mas que elogia a política laboral da República Checa (liberal à irlandesa) e a rapidez dos decisores políticos da Roménia (leia-se da máfia romena, a maior instituição do país) quando um xico-esperto destes é desancado pelo Daniel Oliveira em público e olhos-nos-olhos, todo o país que não alinha em retóricas populistas e discursos sedutores para a mediocridade televisiva patrocinada pela banca, esse país gosta e não gosta pouco, gosta muito. Obrigado Daniel!
quarta-feira, novembro 24, 2010
TV da Universidade de Coimbra
sexta-feira, novembro 19, 2010
4 razões para sair da NATO
2- Os EUA nunca cumpriram inteiramente com as suas obrigações nas Lages e violaram frequentemente a legislação nacional, usando a base para transporte ilegal de prisioneiros e trânsito ilegal de armas nucleares. Dada a posição estratégica das Lages, o Estado Português poderia usar o espaço da base para outros fins, transformando as Lages numa base de socorro internacional com patrocínio da ONU, equipada com navios rápidos, helicópteros e aviões de socorro, busca e transporte de mantimentos. Só nos últimos anos uma base desse tipo teria sido muito útil para agir com rapidez no Haiti, em Nova Orleães (os primeiros a chegar foram guardas canadianos...), na busca do avião da Air France caído ao largo do Brasil, etc.
3- Existem ameaças maiores à nossa segurança do que as ameaças militares. O aquecimento global, a penúria energética, a penúria de água potável e o terrorismo financeiro são ameaças bem maiores à nossa soberania. Neste particular os EUA, os patrões da NATO, têm sido mais inimigos da Europa e do Mundo do que propriamente aliados. Não rima tirarmos fotografias conjuntas e sorridentes como aliados na NATO e depois o resto do ano andarmos a dar tiros nos pés uns aos outros através de guerras monetárias, terrorismo financeiro, dumping ambiental e laboral que se traduz em desemprego e baixa na qualidade de vida para os cidadãos. Isto não é sério. No concreto não somos aliados.
4- Acho fundamental que Portugal conjugue a sua estratégia militar com países que partilhem a mesma concepção de liberdade, diplomacia internacional e democracia. Acho desejável a participação num eventual exército europeu da UE e/ou outros países que rejeitem a tortura, a imposição da democracia pelas armas, o cinismo travestido de diplomacia (a realpolitik) e a utilização dos recursos naturais sem sustentabilidade. E não me digam que só os EUA é que nos podem defender. A França tem um poder nuclear e militar suficientemente dissuasor para lidar com qualquer potência do mundo (são publicações militares especializadas que o afirmam).
quinta-feira, novembro 18, 2010
Lembram-se dos testes de resistência à banca?
Euronews: Vimos a União Europeia lançar os testes de resistência aos bancos. Esses testes não funcionaram na realidade?
Daniel Gros: Os testes de resistência foram vendidos como testes de resistência europeus, mas na realidade trata-se de uma recolha dos testes nacionais, coordenados de forma bastante frouxa pelos organismos europeus. Ninguém das instituições europeias pôde ver os livros de contas dos bancos, os pormenores, é lá que estão as perdas e eles não puderam encontrá-las. É algo que deveria ser mudado mas há pouca vontade para o fazer.
Euronews: Alguém fez batota?
Daniel Gros: É bastante claro que algo de estranho se passou na Irlanda. O estado de saúde dos bancos irlandeses era bom em Julho e, em Setembro, de repente, o governo irlandês vê-se a braços com um défice de 32% do PIB. Isso não deveria ter ocorrido num país normal.
quarta-feira, novembro 17, 2010
terça-feira, novembro 16, 2010
Prémio Goncourt para Houellebecq
Em Michel Houellebecq gosto da sua escrita sobre uma temática em que os escritores portugueses são péssimos: a sexualidade. Houellebecq escreve bem sobre mulheres, amantes, taras, situações embaraçosas, no limite do aceitável, sem ser javardo nem marialvista.
Gosto também daquelas personagens principais que não se levam a sério. Gosto da sua melancolia. E acho piada ao seu positivismo atabalhoado, um positivismo à moda antiga. Gosto dos seus ensaios pelos carreiros da ficção científica, bem melhores do que a aborrecida ficção científica que se pratica nos dias que correm.
segunda-feira, novembro 15, 2010
Sobre o futuro dos resíduos nucleares
Os recentes protestos contra o transporte de onze vagões de resíduos nucleares entre a unidade de tratamento de La Hague, em França e Gorleben na Alemanha, contribuiriam para reabrir o debate sobre o futuro dos resíduos radioactivos produzidos por centrais nucleares. Actualmente, os resíduos nucleares mais perigosos acumulam-se em piscinas de arrefecimento e hangares ventilados. Espera-se poder vitrificar os produtos de fissão não recicláveis em blocos que serão acondicionados em contentores de aço selados a serem posteriormente armazenados em galerias escavadas em extractos subterrâneos de granito, argila ou sal situados a mais de 500 metros de profundidade. Este tipo de resíduos mantém uma actividade acima do nível da radioactividade natural durante mais de 600 mil anos.
O governo alemão tencionava construir um depósito com custos da ordem de milhares de milhões de euros para os seus resíduos mais perigosos numa mina de sal em Gorleben, onde ocorreram alguns dos recentes protestos. No entanto, a 15 de Janeiro deste ano foram evacuados 126 mil barris de resíduos nucleares de perigosidade mediana, que tinham sido colocados em 1967 numa mina de sal de Asse, depois de terem sido detectadas numerosas fugas de água contaminada. Klaus-Jürgen Roehlig, perito em gestão de resíduos da Universidade de Clausthal, declarou que este incidente “coloca em causa a escolha de minas de sal para armazenar os resíduos nucleares mais perigosos”.
Recentemente, os EUA decidiram suspender o armazenamento de resíduos nucleares no fundo da única mina que estava prevista para o efeito, na Montanha Yucca no Nevada, depois de terem sido gastos mais de 10 mil milhões de dólares no projecto. Por ordem do presidente Obama foi criada uma comissão de peritos para encontrar nova solução para os resíduos nucleares. Estão em cima da mesa soluções de depósito em furos de grande profundidade no fundo dos oceanos, no interior dos glaciares do Pólo Sul e soluções mais exóticas como a ejecção dos resíduos para o espaço.
Entre os países com programas nucleares civis, apenas a França, a Suécia e Finlândia possuem programas em marcha para guardar os resíduos em galerias subterrâneas de grande profundidade.
Custos infindáveis
Outra vertente dos protestos dos manifestantes franco-alemães que convém realçar é a questão dos custos infindáveis da energia nuclear. Desde que foram lançados os primeiros programas nucleares civis nos anos 50 – muitos destes programas resultaram de programas militares extremamente caros – nunca foram guardados definitivamente em algum lugar da Terra os resíduos nucleares mais perigosos, nocivos durante mais de 600 mil anos. Desde então, as parcelas para a factura real dos custos da energia nuclear não têm parado de aumentar e continuarão a aumentar durante mais 600 mil anos, se não se encontrar entretanto uma nova técnica para encurtar o período de perigosidade dos produtos de fissão. Até esse dia, não podemos estimar com precisão e honestidade quais os verdadeiros custos de 1 kWh produzido por uma central nuclear.
sexta-feira, novembro 12, 2010
Terrorismo financeiro nacional
Francisco Louçã, 11/11/2010.
quarta-feira, novembro 10, 2010
Descoberta nova estrutura na Via Láctea
O satélite Fermi da NASA acabou de revelar uma desconhecida estrutura na nossa galáxia, até agora invisível aos antigos instrumentos de observação. De 25 mil anos-luz para "cima" a 25 anos-luz para "baixo" estendem-se duas gigantescas bolhas de raios gama e de raios-X (aqui imagem ampliada).
sexta-feira, novembro 05, 2010
Islândia e Singapura no ranking de transparência
Ando a ler "Meltdown Iceland" de Roger Boyes que descreve a sucessão de acontecimentos que levaram ao descalabro financeiro da Islândia. A Islândia em 2008 era de longe um dos países da Europa cujo sistema financeiro era menos transparente, onde clãs e máfias familiares controlavam os principais fluxos de dinheiro do país. Ao contrário de outros países a componente ideológica, o Thatcherismo doentio do ex-primeiro ministro David Oddsson, foi decisiva para se atingir a bancarrota. Dois anos depois a Islândia mudou de governo mas as elites, embora falidas, são basicamente as mesmas. Não imagino como é que um país que era tão corrupto e opaco em Outubro de 2008 possa estar de volta ao topo da transparência, acho mesmo obsceno.
Sobre Singapura só a cegueira ideológica pode explicar esta classificação. Um país não democrático controlado por uma máfia familiar é tão transparente como um Airbus 380 pintado de rosa-choque. Também só a paixão ideológica pode explicar as posições da Irlanda e do Qatar, que passam cada um pela sua versão da crise islandesa, e a dos Barbados, onde repousa e circula dinheiro de alguns dos maiores criminosos do mundo.
Enquanto os reguladores continuarem fascinados com os regulados não vamos a lado nenhum.
quarta-feira, novembro 03, 2010
Figueira da Foz no jogo Napoleão
No jogo estão representados os principais pontos estratégicos das campanhas napoleónicas, entre os quais as Linhas de Torres, o porto da Figueira da Foz (onde desembarcaram as tropas do Duque de Wellington). Poderão ser comandadas as tropas inglesas, portuguesas, espanholas e francesas. As cidades e os portos podem ser capturados, melhorados e optimizados para as campanhas. Para os apreciadores de jogos de estratégia este é um jogo a não perder.
segunda-feira, novembro 01, 2010
Orçamento de base zero
quarta-feira, outubro 27, 2010
A experiência da NASA ajudou mineiros chilenos
A operação de salvamento dos 33 mineiros chilenos de San José contou desde Agosto com o precioso auxílio de uma equipa de especialistas da NASA nas áreas médica, nutricional e comportamental, liderada pelo médico Michael Duncan, director Space Life Sciences Directorate do Johnson Space Center de Houston.
A grande experiência da NASA no treino e na coordenação de situações de emergência durante voos espaciais tripulados, onde as soluções e os recursos são muito limitados revelou-se extremamente útil para uma situação de salvamento com características tão particulares. Apesar de o fundo de uma mina ser muito diferente do interior dos módulos das naves espaciais, o ambiente potencialmente claustrofóbico desencadeia reacções semelhantes entre os seres humanos sujeitos a cada uma das situações. Os contributos da equipa de técnicos da NASA também abrangeram questões de engenharia relativas ao projecto e ao desenvolvimento da cápsula Fénix que trouxe os mineiros de uma profundidade de cerca de 700 metros até à superfície. Durante a operação de remoção foram fornecidos aos mineiros comprimidos semelhantes aos que tomam os astronautas para suportar testes em centrifugadoras e vibrações durante voos espaciais, dado que a Fénix foi sujeita a consideráveis rotações e vibrações durante o trajecto percorrido desde o fundo da mina até à superfície.
O director da NASA, Charles Bolden, pronunciou as seguintes palavras sobre o sucesso da operação de salvamento dos mineiros chilenos: “Estou orgulhoso que os funcionários desta agência foram capazes de transpor a experiência adquirida lá em cima durante os nossos voos espaciais cá para baixo, para a Terra, quando essa experiência foi mais necessária.” Sendo a NASA um dos vários exemplos de forte investimento público que sempre existiu nos EUA (apesar do discurso oficial por vezes dar a entender o contrário) e sendo sobretudo este um exemplo de investimento público de excelência, o caso do salvamento dos mineiros deveria fazer reflectir a classe política nestes tempos de crise sobre a perenidade do retorno que o investimento em boa investigação poderá oferecer à sociedade.
segunda-feira, outubro 25, 2010
Soul Kitchen
domingo, outubro 24, 2010
Portugal e o mar no Expresso
terça-feira, outubro 19, 2010
Crescer menos para viver melhor
segunda-feira, outubro 18, 2010
Os mercados é que mandam
sexta-feira, outubro 15, 2010
O Serviço Público da Grande Entrevista...
Mas nada disto interessa, está-se já a ver mais servicinho público na próxima semana com o presidente do Benfica, o treinador do Porto, um dirigente da arbitragem ou (anotem bem, porque há lata para tudo) o candidato à presidência da FPF casado com a própria entrevistadora.
quarta-feira, outubro 13, 2010
PCP, um partido sem memória, com Alzheimer
(publicado no Esquerda Republicana)
Desde o fim-de-semana que Liu Xia, a esposa do prémio Nobel da Paz, se encontra em prisão domiciliária arbitrária. Não existe nenhuma lei na China que justifique a sua prisão, nem este acto foi justificado pelas autoridades chinesas. O crime da senhora Xia é ser esposa de um cidadão que pensa pela sua própria cabeça.
Este tipo de actuação é tal e qual a metodologia da PIDE nos seus melhores dias. Só o PCP é que não vê isto. Este PCP demente abstrai-se por completo do que muitos dos seus ex-militantes e ex-simpatizantes sofreram nas mãos da PIDE, as prisões arbitrárias, as condenações pelo simples facto de se ter opinião, as denúncias por pura dor de cotovelo, etc. A ortodoxia actual do PCP entrou em conflito crónico com a própria memória do partido, atingiu o estado Alzheimer. Disso é prova o fanatismo ideológico e a cobardia institucional presentes no comunicado do PCP sobre o Nobel da Paz .
terça-feira, outubro 12, 2010
NASA ajuda mineiros chilenos
Desde Agosto vários profissionais da NASA têm prestado uma ajuda preciosa aos mineiros chilenos de San José. Ontem foram fornecidos pela NASA comprimidos semelhantes aos que tomam os astronautas para aguentar testes em centrifugadoras e as vibrações dos voos espaciais. Prevê-se que o elevador que trará os mineiros à superfície os possa expor a vibrações e a rotações muito violentas.
segunda-feira, outubro 11, 2010
Futebolistas sim, cientistas não!
Emissões de CO2 e a acidificação dos oceanos
Num artigo de revisão intitulado “Ocean acidification: a millennial challenge” publicado esta semana na revista científica Energy & Environmental Science, os investigadores Matthias Hofmann e Hans Joachim Schellnhuber concluem que as consequências do aumento da acidez dos oceanos poderão tornar-se irreversíveis caso as emissões de dióxido de carbono (CO2) ultrapassem os 1000 Pg (Pg = 1015g) no período entre 2000 e 2049. O artigo alerta também que o excesso de CO2 reduz a produção de gases marinhos que contribuem para a formação de nuvens sobre os oceanos. A formação de menos nuvens diminui o poder de reflexão da radiação solar, amplificando o aquecimento global através de um efeito de realimentação positiva. Perante estes resultados, os autores relembram que estamos perante um forte motivo para actuar e reduzir o mais rapidamente possível as emissões de dióxido de carbono.
A acidificação dos oceanos é um assunto relativamente novo, embora tenha vindo a ser estudado há mais de 20 anos. Em 2008, a comunidade científica europeia juntou-se em torno do projecto EPOCA (European Project on OCean Acidification) e um consórcio de organizações internacionais que engloba a ONU tem acompanhado a evolução da acidificação dos oceanos. Este consórcio reunido sob o nome Ocean Acidification publicou em 2009 um importante documento de informação e orientação política para combater as consequências da acidificação dos oceanos.
sexta-feira, outubro 08, 2010
Georges Charpak (1924-2010)
Recordo as palavras duras e violentas com que classificou os responsáveis da direcção da nossa televisão pública quando aceitou subscrever uma petição contra uma rubrica diária de astrologia da RTP. Não era um homem meigo para charlatães e afins. Charpak vai deixar saudades, mas também deixou escola, uma grande escola de espírito crítico.
quinta-feira, outubro 07, 2010
O branqueamento televisivo da banca
quarta-feira, outubro 06, 2010
A má educação há 100 anos
Ano em que se atingiu a alfabetização de metade da população nas diferentes regiões da Europa, "A sociedade de confiança", Alain Peyrefitte, Instituto Piaget.
quinta-feira, setembro 30, 2010
Agradecimento ao BPN e ao BPP
Muitos dos clientes dos dois bancos sabiam no que estavam a participar, outros suspeitavam, mas era melhor não saber, poucos foram aqueles genuinamente enganados. Por isso, poupem-nos as lágrimas de crocodilo. Os 5% que começaremos a descontar a partir de 2011 são para cobrir os devaneios e os excessos de todos os que participaram no regabofe.
Depois do anúncio de tais medidas, lamenta-se a ausência de iniciativas vigorosas que impeçam o surgimento de novos BPP e BPN. Se nada for feito daqui a 5 anos podemos estar a pagar mais 5% de salário para salvar outro banco.
quarta-feira, setembro 29, 2010
Cerveja Espacial
Fica aqui chamada de atenção para o Francisco José Viegas.
terça-feira, setembro 14, 2010
Ciência indiciava inundações no Paquistão
Não é possível saber exactamente se as inundações no Paquistão são ou não consequência directa do aquecimento global. No entanto, o que nos diz a ciência é que a probabilidade de ocorrência de inundações no sul da Ásia é superior no caso de aumento da concentração CO2 e de aumento da temperatura global. É isso que nos dizem dois importantes artigos publicados em revistas científicas da especialidade (Geophysical Research Letters em 2006 e Advances in Atmospheric Sciences em 2008) da autoria de três investigadores japoneses: Dairaku, Emori e Nozawa. Nestes artigos os autores introduziram as actuais condições climatéricas nos seus modelos, simulando o aumento de temperatura observado e uma elevada concentração de CO2. Os resultados obtidos indicam alterações significativas nas monções do sul da Ásia (que engloba o Paquistão), um aumento da precipitação média, de frequência de dias precipitação excessiva, de risco de inundações e de anos difíceis para a agricultura.
Apesar das inundações no Paquistão terem ocorrido em Agosto, a descida das águas tem-se processado a um ritmo muito lento. Inundações secundárias continuam a propagar-se a novas províncias tendo atingido agora Dadu e Manchar. Desde do início das inundações contam-se cerca de 1600 mortos, 8 milhões de pessoas deslocadas e 17 milhões de pessoas cujas vidas foram afectadas. Só na província de Sindh, os prejuízos económicos elevam-se a mais de mil milhões de dólares, sendo 370 milhões de dólares relativos a prejuízos no sector do cultivo de algodão. Quando se argumenta que o combate ao aquecimento global é indesejável porque comporta custos, do outro lado da balança poderão estar múltiplas tragédias como esta, com pesados custos materiais e humanos.
Para cúmulo, tem-se registado uma certa indiferença da comunidade internacional para esta que é uma das maiores tragédias das últimas décadas, talvez por preconceito, talvez por razões políticas, étnicas ou religiosas. A ajuda aos milhões de pobres afectados pelas inundações tarda e está muito aquém da mobilização de tragédias recentes.
terça-feira, setembro 07, 2010
Tempo de Antena para um Manipulador
PS- Já que Carlos Cruz gosta tanto de citar as passagens do processo que lhe convêm, gostava que explicasse o ACASO do seu motorista (Carlos Mota) ser um fugido à justiça por pedofilia. Há pessoas a quem neste mundo ocorrem ACASOS tão bizarros como ganhar duas vezes o totoloto. A bizarria prova-se através dos bilhetes registados no quiosque. Onde estão os "bilhetes" que provam o ACASO ocorrido com Carlos Cruz?
sexta-feira, setembro 03, 2010
Uma justiça para pobres e outra para ricos
terça-feira, agosto 31, 2010
A Lapidação das Moratórias
domingo, agosto 29, 2010
Se a Coreia o diz é porque é verdade...
É confrangedora a credulidade e a ingenuidade que demonstram neste caso os que reivindicam representar um comunismo emancipado dos velhos hábitos.
quarta-feira, agosto 25, 2010
Descoberto sistema solar com 7 planetas
segunda-feira, agosto 16, 2010
Avaria no elevador social
"Dubbed “median wage stagnation” by economists, the annual incomes of the bottom 90 per cent of US families have been essentially flat since 1973 – having risen by only 10 per cent in real terms over the past 37 years. That means most Americans have been treading water for more than a generation. Over the same period the incomes of the top 1 per cent have tripled. In 1973, chief executives were on average paid 26 times the median income. Now the multiple is above 300.
(...) it is the renowned Harvard economist, Larry Katz, who offers the most compelling analogy. “Think of the American economy as a large apartment block,” says the softly spoken professor. “A century ago – even 30 years ago – it was the object of envy. But in the last generation its character has changed. The penthouses at the top keep getting larger and larger. The apartments in the middle are feeling more and more squeezed and the basement has flooded. To round it off, the elevator is no longer working. That broken elevator is what gets people down the most."
domingo, agosto 15, 2010
Goodbye, American Dream
É um artigo muito longo, mas extremamente interessante, muito bem ilustrado por exemplos da realidade actual da América e que vale bem a pena ler até ao fim. É curioso constatar uma colagem às teses expostas por Jeremy Rifkin no seu excelente "O Sonho Europeu".
sexta-feira, agosto 13, 2010
Explosão de uma estrela em 3D
sexta-feira, julho 30, 2010
Coreia do Desnorte
Depois desta a FIFA deveria erradicar a Coreia do Norte de todas as competições. Já o fez por razões bem menos consensuais no caso do México e no caso da Jugoslávia.
O Daniel Oliveira tinha toda a razão nesta polémica contra os saudosistas velados do totalitarismo comunista.
terça-feira, julho 27, 2010
2010 poderá ser o ano mais quente registado
Imagens de satélite realizadas desde 1979 mostram que a cobertura de gelo do Árctico correspondente a Junho deste ano foi a menos extensa jamais registada para um mês de Junho. No entanto, é apenas em Setembro que se regista o mínimo de cobertura de gelo do Árctico antes do início do Outono. A ilustrar a tendência deste ano para as altas temperaturas um dos maiores glaciares do Árctico, o Glaciar Jakobshavn Isbrae, perdeu 7 quilómetros quadrados – um pouco mais que a área de Gibraltar – durante uma noite, tendo sido um dos maiores desmembramentos de glaciares jamais registados em tão curto espaço de tempo.
Os 10 anos mais quentes de sempre ocorreram durante os últimos 15 anos. Um relatório científico de 2009, o Diagnóstico de Copenhaga, indica que o aquecimento global poderia estar a seguir a via dos piores cenários projectados para as próximas décadas. Infelizmente, as medidas de 2010 em conjunto com as medidas realizadas nas décadas precedentes parecem confirmar a tendência do Diagnóstico de Copenhaga.
Se dúvidas existiam, temos agora motivos mais fortes que nunca para implementar com urgência as políticas de combate ao aquecimento global antes que o aumento da temperatura global atinja os 2º C, estimado como o aumento de temperatura a partir do qual os nossos esforços para controlar o clima poderão perder efeito.
quarta-feira, julho 21, 2010
7 anos a dar de beber ao tempo
Quanto ao caro leitor sirva-se de uma flute de champanhe e desfrute do já tradicional desfile de DJ's convidados. A Mónica Bellucci é a Mestre de Cerimónias deste ano. Ela ofereceu-se e nós não recusámos.
2010 Klepsýdra Club Session
00.00-00.15 - Discurso de abertura de Monica Bellucci intitulado: "Porque leio a Klepsýdra todas as manhãs, sem falha".
00.15-00.45 - Warm Up - Helmut Fritz
00.45-01.45 - Paul Van Dyk
01.45-02.45 - Monika Kruse
02.45-03.00 - Fedde le Grand Warm Up - DJ Muxaxo
03.00-04.45 - Fedde le Grand
04.45-05.30 - DJ Vibe
05.30-06.00 - Kylian Mash (Discobitch)
06.00-06.30 - Monsieur Philippe Corti
terça-feira, julho 20, 2010
Do Prémio Nobel ao Prémio Lopes
A Grande Depressão nos EUA foi finalmente vencida graças a um programa maciço de obras públicas financiado por um défice estatal, conhecido pelo nome de II Guerra Mundial."
Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia de 2008 em "O Regresso da Economia da Depressão e a Actual Crise", Ed. Presença, pag. 76.
"Cortar na despesa é inexorável (...) A cru. Sem explicar nada. Ou melhor, explicando que ou é assim ou não é. Não querem, então não se faz"
Ernâni Lopes nas jornadas parlamentares do PSD
sexta-feira, julho 16, 2010
Alma Mater
quarta-feira, julho 14, 2010
O blogue do Aqui Entre Nós
segunda-feira, julho 12, 2010
A "representatividade" da monarquia
Por Kroll publicado no jornal belga Le Soir.
O humor belga por ocasião da passagem da Volta à França em Bruxelas.
Penúria de energia eléctrica no Iraque
2009 foi o segundo ano mais quente desde que se regista a temperatura global da Terra e a temperatura média dos cinco primeiros meses de 2010 foi a mais alta jamais registada. Este é um cenário que nada ajuda um problema que se tem vindo a agravar no Iraque nos últimos anos: a penúria de energia eléctrica. Apesar das promessas de reconstrução de infra-estruturas por parte dos países que ocuparam o Iraque, a reconstrução da rede de electricidade ficou muito aquém das necessidades mínimas dos iraquianos. O Iraque produz apenas cerca de 7.000 MW por mês quando o mínimo aceitável para o normal funcionamento do país ronda os 14.000 MW. Com temperaturas que por vezes ultrapassam os 50º C, os iraquianos sofrem de desidratação, problemas gástricos e cansaço causado pelo calor nas zonas onde há uma dependência grande da climatização e da obtenção de água através de bombas eléctricas que detêm uma boa parte das famílias. O número de mortos resultantes das vagas de calor têm-se multiplicado, bem como o número de falências e de desempregados decorrentes de empresas que necessitam de electricidade para operar normalmente.
O descontentamento da população é geral. Desde Junho que se têm repetido manifestações públicas contra a política energética do Iraque, tendo algumas dessas manifestações acabado em confrontos com a polícia de que resultaram vários mortos. Têm ocorrido ataques regulares aos funcionários e aos edifícios do Ministério da Electricidade que resultaram em mais de 140 mortos. A escalada de violência levou à demissão do próprio Ministro Karim Wahid a 21 de Junho. Durante a conferência realizada na altura, Wahid declarou que o seu ministério não dispunha de meios financeiros para poder controlar o problema.
Apesar da General Electric e da Siemens já terem anunciado a construção de novas centrais eléctricas estas apenas estarão prontas dentro de dois anos na melhor das hipóteses. É irónico que um dos maiores produtores de petróleo do mundo, logo um dos maiores fornecedores de energia ao resto do planeta, assista impotente à morte dos seus cidadãos por problemas resultantes da falta de energia eléctrica. Sobretudo depois de tantas promessas de reconstrução da parte dos EUA com a agravante destes estarem mais preocupados com o programa energético do país vizinho, o Irão, sobre questões que são um luxo quando comparadas com os problemas dos iraquianos. Por muito perigoso que possa ser o programa nuclear iraniano, o número de vítimas iraquianas deveria fazer os EUA e a comunidade internacional mudar de prioridade na região para evitar que morram ainda mais iraquianos vítimas do calor.
quinta-feira, julho 08, 2010
A maré obscura por detrás da maré negra
A Transocean, a maior empresa de perfuração de fundos oceânicos e co-responsável pela Maré Negra da Florida, segundo este artigo do New York Times apresenta um historial assinalável de falhas de segurança (Escócia e Noruega), de suspeita de fraudes (Noruega, Brasil e EUA) e de falta de respeito pelos direitos humanos. Os EUA proíbem a operação de empresas americanas na Birmânia por questões humanitárias, no entanto a Transocean está indirectamente ligada a furos realizados neste país.
Tudo parece permitido às multinacionais envolvidas no negócio do petróleo e ainda não iniciámos o inexorável período em que este recurso vai começar a escassear rapidamente. Nessa altura o seu poderio será ainda mais reforçado.
Relembro ao leitor que a maré negra da Florida não surgiu do acaso. O futuro da exploração de petróleo passa por perfurar cada vez a maiores profundidades, comportando maiores riscos de acidente e maiores custos de extracção. A outra alternativa tem sido o processamento de areias betuminosas, também ela cara e com custos ambientais terríveis.
quarta-feira, julho 07, 2010
O Universo micro-ondas
(alta resolução aqui)
Primeira imagem completa do céu na banda das micro-ondas (dos 30 GHz aos 857 GHz) obtida pela missão Plank da ESA.
terça-feira, julho 06, 2010
Wesley Sneijder
Tenho algum pudor em vaticinar um campeão do mundo de um país que nunca ganhou. Em geral a coisa fica sempre entre Alemães, Brasileiros, Argentinos ou Italianos. Mas apesar da Holanda não ter nenhum extra-terrestre como Ronaldo ou Messi, tem Sneijder, o melhor entre os mortais, tem Robben, o melhor do clube vencido da Liga dos Campeões, e tem ainda Van Persie e Van Bommel. É por isso que desde que começou o mundial quando se fala num possível campeão refiro a Holanda. Com pudor. Agora, depois de Wesley Sneijder ter marcado um golo de cabeça, ele que tem 1,70m, entre dois matulões brasileiros, acho que os Holandeses podem começar a pensar em encomendar as faixas.
Reparem que se a final de 74 se repetir entre Alemães e Holandeses, desta vez quem joga em casa é a Holanda. Os boers descendem dos Holandeses e não vão perder esta oportunidade para soprar a fundo nas vuvuzelas.
domingo, julho 04, 2010
Sugestão para Mira Amaral
(cartoon Mix&Remix)
O acidente do Golfo do México realmente prova que o petróleo não é uma "energia politicamente correcta" - provocação empregada por um dos signatários do referido manifesto com o intuito de desprezar as energias renováveis. Uma coisa gira, útil e realmente politicamente incorrecta seria Mira Amaral e restantes signatários do manifesto equiparem-se de baldes, luvas e galochas e aproveitar para ir ajudar a "extrair" o petróleo do Golfo do México.
sexta-feira, julho 02, 2010
De metro a centímetro...
Aqui a ligação para uma petição contra a paralisação e/ou adiamentos no projecto do Metro Mondego, uma obra fundamental para a descentralização do país, para poupar no consumo de combustíveis fósseis, para reduzir as emissões de CO2 e para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos do distrito de Coimbra.
quarta-feira, junho 30, 2010
A minha selecção sobre a selecção
Luís Januário no blogue A Natureza do Mal
terça-feira, junho 29, 2010
Cratera de Magalhães
segunda-feira, junho 28, 2010
Portugueses pouco interessados na ciência
O Eurobarómetro divulgado esta semana sobre a atitude dos europeus relativamente à ciência e à tecnologia revela indicadores inquietantes sobre a atitude dos portugueses em relação à ciência. O inquérito abrange várias vertentes da ciência: o interesse dos cidadãos, a imagem da ciência, as suas implicações na saúde e no ambiente, o seu impacto no quotidiano, a utilização de cobaias, a responsabilidade dos cientistas e dos políticos e a eficácia das políticas científicas.
As respostas dos portugueses destacam-se pela negativa em particular nas questões que dizem respeito ao interesse e ao nível de informação sobre as novas descobertas científicas. Apenas 14% dos portugueses declararam estar muito interessados nas novas descobertas. Na UE (União Europeia), apenas búlgaros e lituanos declaram menos interesse. Apenas 3% dos portugueses declararam estar bem informados sobre as novas descobertas científicas e tecnológicas, sendo este o pior resultado de toda a UE. Aqui identifica-se claramente a responsabilidade de parte da nossa imprensa de grande tiragem e da nossa televisão que exploram constantemente o voyeurismo, o sensacionalismo e o baixo nível educacional dos portugueses.
Apesar de 72% dos europeus declararem que o estado deve financiar a investigação científica, inclusivamente aquela que não oferece resultados imediatos, em Portugal apenas 60% declararam concordar com o financiamento estatal da investigação em contraste com 9% que se declararam contra (9% é também a média dos europeus que são contra). Na UE só a Áustria demonstra menor concordância do que Portugal relativamente ao financiamento estatal da investigação com 48% dos austríacos a favor e 25% contra.
Apesar deste inquérito revelar uma grande confiança e reconhecimento dos europeus relativamente à ciência, em particular no domínio da saúde, demonstra também que os mesmos europeus revelam alguma desconfiançasobre os cientistas em dois casos específicos: quando o trabalho científico é demasiado complexo para os conhecimentos do cidadão comum e quando a indústria financia a investigação. O primeiro problema poderá ter uma boa resposta através de uma eficaz divulgação científica. O segundo requer sobretudo medidas de maior transparência possível na participação da indústria na investigação.
domingo, junho 27, 2010
quinta-feira, junho 24, 2010
Foi você que pediu um campo de golfe?
quarta-feira, junho 23, 2010
A origem do mal
Paul Krugman (Nobel da Economia de 2008) em "O Regresso da Economia da Depressão e a Crise Actual", Ed. Presença, pag.15
segunda-feira, junho 21, 2010
domingo, junho 20, 2010
O homem que criou Blimunda e Baltazar
Saramago não foi para céu, estará certamente num lugar mais aconchegado.
quarta-feira, junho 16, 2010
38 anos para reconhecer a barbárie
Quem acompanha a política britânica sabe que assim que se passa do território da Inglaterra para os restantes territórios do Reino Unido os atropelos à democracia são frequentes. A não reunificação da Irlanda - a reunificação era uma promessa dos acordos de independência - é uma mancha na história da Europa que continua a ser alimentada por hooligans orangistas ao serviço de Sua Majestade. Para cumulo, o contribuinte europeu ainda tem que pagar um programa de pacificação da Irlanda do Norte: o programa PEACE II. Ironicamente, o contribuinte europeu tem a seu cargo os custos da exemplaridade da democracia britânica.
terça-feira, junho 15, 2010
Que peixe comer?
Parece que esta página irritou muito Miguel Sousa Tavares, eis um bom cartão de visita para Que peixe comer?
segunda-feira, junho 14, 2010
Senado Americano rejeita resolução contra regulação ambiental
Por 53 votos contra e 47 votos a favor, na passada quinta-feira, o Senado Americano rejeitou uma resolução do Partido Republicano que impediria a regulação pela Agência de Protecção do Ambiente das emissões de gases com efeito de estufa. Apesar de entre os votos a favor se contarem alguns votos democratas, as recomendações dos cientistas foram levadas em conta em detrimento de teorias da conspiração sem qualquer fundamento científico, como foi o caso do chamado Climategate, movidas por interesses económicos de grupos de pressão ligados ao sector petrolífero.
O Senado Americano confirmou aplicação da decisão de Dezembro passado que permite a regulação das emissões do sector automóvel e do sector de produção de electricidade com o objectivo de lutar contra o aquecimento global. A Agência de Protecção do Ambiente elaborou nova legislação que obriga as centrais eléctricas, a indústria pesada e as refinarias de petróleo a requerer permissões de emissão de gases com efeito de estufa. Esta legislação requer também que os novos automóveis consumam menos gasolina e gasóleo e emitam menos dióxido de carbono.
Barack Obama declarou que faria uso do direito de veto caso o Congresso adoptasse a resolução republicana. Obama felicitou o Senado declarando que a decisão dos senadores permitirá aos Estados Unidos iniciar a transição para uma economia baseada em energias renováveis, criar novos postos de trabalho, reforçar a segurança do país e garantir um ambiente sustentável para as gerações futuras. Neste sentido e determinado pelos efeitos nefastos da recente maré negra ocorrida no Golfo do México, Obama prometeu a preparação de um novo pacote de medidas mais amplas a apresentar ao Congresso nos domínios da energia e do combate às alterações climáticas.
domingo, junho 13, 2010
quinta-feira, junho 10, 2010
Bernard-Henri Lévy sobre o assalto ao navio turco
quarta-feira, junho 09, 2010
Sobre o novo governador do Banco de Portugal
Concordo com o ordenado do governador Banco de Portugal e defendo que os ordenados dos reguladores devam ser elevados, acima dos limiares de corruptibilidade. Convém não esquecer as lições do passado (ENRON, Lincoln Savings, Goldman Sachs, etc.) e que os reguladores lidam com os criminosos mais ricos e mais poderosos do mundo.
segunda-feira, junho 07, 2010
ESA e Rússia simulam viagem a Marte
Iniciou-se no passado dia 3 de Junho a experiência Mars 500 cujo objectivo é simular um voo tripulado ao planeta Marte. A Mars 500 é dirigida pelo Instituto de Problemas Biomédicos da Rússia em estreita colaboração com a Agência Espacial Europeia, contando ainda com participação internacional de instituições científicas de países como a China ou os EUA. A “tripulação” da Mars 500 é composta por seis elementos: três russos, um italiano, um francês e um chinês. As suas competências cobrem sobretudo os domínios da engenharia, da fisiologia e da medicina. A simulação de viagem a Marte iniciada a 3 de Junho durará até 5 de Novembro de 2011. A 8 de Fevereiro de 2011 serão simulados a chegada a Marte e o início das operações em solo marciano. De seguida, a 10 de Março de 2011, inicia-se a viagem de “regresso” à Terra.
Durante cerca de 520 dias, a “tripulação” da Mars 500 estará confinada a viver em cinco módulos onde serão testadas todas as condições de sobrevivência associadas a uma viagem de ida e volta a Marte. Durante este estudo será dada especial atenção à saúde e à capacidade de trabalho dos 6 elementos em condições de isolamento hermético, confinados a um volume limitado em que serão simuladas especificidades inerentes a voos inter-planetários, como: autonomia de decisão da tripulação em relação a um centro de comando terrestre, recursos limitados ou instabilidade e atraso nas comunicações com a Terra. Este atraso pode ser da ordem de alguns segundos a alguns minutos, dado que as ondas rádio utilizadas nas comunicações entre Terra e Marte propagam-se à velocidade da luz. No final deste estudo será avaliada a possibilidade real de realizar uma viagem tripulada a Marte tendo em conta o conjunto de adversidades fisiológicas e psicológicas registadas. Recorde-se que outras simulações anteriores de isolamento humano (Biosfera I e II) resultaram em graves problemas relacionais entre os intervenientes. A experiência Mars 500 será também importante para determinar o nível de equipamento essencial para as naves espaciais que transportarão uma futura tripulação ao planeta Marte.
O interesse dos voos inter-planetários tripulados deve-se à maior capacidade dos seres humanos para estudar a superfície de um planeta quando comparada com o reduzido número de funções que os mais dispendiosos robots actuais são capazes de realizar. Como tem sido hábito desde o início da exploração espacial, espera-se também que novas tecnologias e novas ideias resultantes desta experiência possam ter um impacto positivo no nosso quotidiano na Terra em domínios tão diferentes como a medicina ou a engenharia. Consultar este sítio da NASAsobre o impacto da tecnologia espacial no quotidiano.