Como se já não bastasse a factura de cerca de 4,5 mil milhões de euros do BPN e do BPP a ser paga por todos através da redução de salários e do aumento do IVA, temos que gramar com a operação de branqueamento da banca montada nos nossos canais de televisão. Esta petição pelo pluralismo da discussão da situação económica na televisão é muito certeira quando refere que os comentadores escolhidos oscilam "entre os que concordam [com o PEC] e os que concordam mas querem mais sangue". Basta ver, as pausas para publicidade da SIC e TVI para perceber quem paga os salários de Mário Crespo e companhia. Na discussão sobre a actual crise muito pouco é apontado aos verdadeiros culpados: BPN, BPP, especuladores do BPI e BCP e boa parte do restante sector financeiro. Muito menos é discutido sobre o que será necessário fazer para evitar que a nossa economia volte a ficar dependente das asneiras destas instituições. Discute-se apenas onde se corta nos gastos públicos (obviamente há sempre gastos a reavaliar, reajustar e a cortar) como se estes fossem a origem do problema, mas não são. Por este caminho, vamos fazer cortes em serviços públicos essenciais, esses cortes vão servir para cobrir as asneiras da banca e dos mercados financeiros, e daqui a 5 ou 10 anos arriscamo-nos a voltar a pagar os devaneios do sector financeiro porque nada está a ser feito para o moralizar.
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