Georges Charpak, Nobel da Física em 1992, fez parte desse grupo minoritário de cientistas que se preocupa em interagir com a sociedade, em transpor o que se faz no interior dos laboratórios para o cidadão comum. Charpak publicou excelentes livros de divulgação científica como "De Tchernobyl en tchernobyls", Odile Jacob, 2005, "Soyez savants, devenez prophètes", Odile Jacob, 2004 ou a sua única obra traduzida em português "Feiticeiros e Cientistas", Gradiva, 2002. Estas obras são um reflexo da intervenção de Charpak contra a charlatanice, as pseudo-ciências e a cupidez do mercado, onde de uma forma espirituosa desmonta os artifícios de espécies várias desde astrólogos, passando por economistas com poucos escrúpulos até a cientistas sociais iluminados pelo além. O sentido crítico que empregou nas suas análises da sociedade teriam sido da maior utilidade para combater o charlatanismo de mercado dos tempos que correm.
Recordo as palavras duras e violentas com que classificou os responsáveis da direcção da nossa televisão pública quando aceitou subscrever uma petição contra uma rubrica diária de astrologia da RTP. Não era um homem meigo para charlatães e afins. Charpak vai deixar saudades, mas também deixou escola, uma grande escola de espírito crítico.
Recordo as palavras duras e violentas com que classificou os responsáveis da direcção da nossa televisão pública quando aceitou subscrever uma petição contra uma rubrica diária de astrologia da RTP. Não era um homem meigo para charlatães e afins. Charpak vai deixar saudades, mas também deixou escola, uma grande escola de espírito crítico.
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