sexta-feira, outubro 18, 2013

Criticar a Jerónimo Martins nas suas próprias barbas

Gostei da ousadia do Rui Tavares, ao denunciar a gigantesca fuga aos impostos operada pela Jerónimo Martins numa conversa organizada pela Fundação Manuel dos Santos (dirigida pela própria Jerónimo Martins). Muitos falam, falam, mas quando são convidados pela Fundação Manuel dos Santos fazem como se nada estivesse a acontecer, como se a Manuel dos Santos/Jerónimo Martins não estivesse a ir aos bolsos dos portugueses. Estou a pensar sobretudo em muita gente de esquerda.
Vivemos numa sociedade revoltada para dentro e que se deixa comprar por muito pouco. Precisamos mais desta ousadia, de boicotar as empresas que roubam os cidadãos, de gente a sair para a rua a protestar e a desobedecer pacificamente.

quarta-feira, outubro 16, 2013

A quadrilha da Tecnoforma reforça governo


Saiu Miguel Relvas entra Paulo Pereira Coelho. A quadrilha da Tecnoforma continua bem representada no governo. 
Para quem não sabe Paulo Pereira Coelho foi membro da direção da JSD juntamente com Miguel Relvas e Passos Coelho. Foi também presidente da Comissão de Coordenação Regional do Centro até 2004 e gestor do Programa Foral na Região Centro tendo selecionado e aprovado o financiamento da Tecnoforma gerida por Passos Coelho. Este financiamento está atualmente a ser investigado pela União Europeia. Pereira Coelho adjudicou ainda em 2004 um contrato de mais de 700 mil euros à empresa GPS, à qual se ligaria um ano depois. Em 2008 foi constituído arguido por crime de participação económica no projeto do Galante na Figueira da Foz. Em 2009, no âmbito do negócio do Edifício de Coimbra foi investigado por depósitos de 75 mil euros, em numerário, na conta de uma empresa sua. Pelo meio há contas muito mal explicadas sobre os milhões executados no âmbito do programa Lusitanea.
Segundo o Diário da República, Pereira Coelho não será remunerado. Veio-me uma lágrima ao canto do olho. Nem que ele pagasse para trabalhar, da mesma forma que Bernard Madoff não deveria trabalhar para a Reserva Federal dos EUA nem que pagasse milhões.
Se tivéssemos um presidente que presidisse isto dava direito a demissão do Primeiro Ministro.

sexta-feira, julho 05, 2013

O Recreio dos Jotinhas

As pequenas maldades entre jotinhas, os jogos de poder entre líderes de facções, ora agora mandas tu ora agora mando eu, as facadinhas nas costas e depois o fazer as pazes quando o tacho está em perigo, esta coboiada que já conhecíamos no que há de mais degradante da vida partidária foi transposta para o governo por este primeiro ministro, um dos maiores jotinhas da vida política portuguesa. O pior é que a previsível alternativa, do lado PS, é mais um jotinha com a mesma escola.

quinta-feira, março 21, 2013

O Comunismo Financeiro Cipriota


O "comunismo" cipriota é mais uma insólita variante dos peculiares comunismos dos dias que correm (as monarquias comunistas da Coreia do Norte e de Cuba, o comunismo ultraliberal chinês e o clepto-comunismo angolano) e mais uma demonstração do desnorte que grassa entre os órfãos da URSS. O Partido Progressista do Povo Trabalhador (o PC lá do sítio, que pertence ao GUE) desde que chegou ao poder entre 2006 e 2008 pouco ou nada fez para impedir que a ilha servisse de base para a lavagem de dinheiro de redes mafiosas e criminosas dos países de leste. E não nos enganemos, os comunistas cipriotas não defenderam ontem no parlamento os depósitos bancários dos trabalhadores, protegeram sobretudo os depósitos dos russos e dos ucranianos que lhes enchem os bolsos em troca do silêncio e da discrição.
Quando a Islândia entrou em incumprimento em 2008, o Reino Unido apoderou-se dos bancos e das contas bancárias islandesas instaladas na Grã-Bretanha. Ironicamente, os comunistas cipriotas nem sequer são capazes de defender a aplicação de uma taxa de 15% aos depósitos bancários ligados a actividades especulativas e criminosas (a esmagadora maioria do volume dos depósitos acima dos 100 mil euros). Como acontece por cá, quem vai pagar a crise serão certamente os trabalhadores cipriotas através dos seus salários. Mas entre os trabalhadores e os mafiosos de leste, o  Partido Progressista do Povo Trabalhador prefere estes últimos.

terça-feira, março 19, 2013

Dança cósmica

Um par estrela-buraco negro rodando um em torno do outro em apenas duas horas e meia. Estamos a falar de objectos maiores do que o nosso Sol (XMM, ESA).
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Partidos e independentes

Publicada no passado dia 14 de março no jornal As Beiras


quinta-feira, março 14, 2013

Chumbado o orçamento do Xerife de Nottingham

Muito por culpa de David Cameron - o Xerife de Nottingham protector do terrorismo financeiro da City e de toda a sua imensa rede de offshores de roubo em massa - este orçamento apresentado ao Parlamento Europeu era um orçamento de austeridade, comparável ao de 2005, onde se corta forte em áreas como a ciência. Graças aos novos poderes instituídos pelo Tratado de Lisboa, pela primeira vez o Parlamento Europeu vetou o orçamento proposto pelos chefes de estado e aprovou um mandato para negociar um novo orçamento, por 506 votos contra 161.
Esta é uma verdadeira prova de força do Parlamento Europeu e a demonstração de que é por aqui que o poder das instituições financeiras culpadas pela crise global e pela austeridade pode ser fortemente contrariado. Não acredito em soluções nacionais para a crise.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Bem-vindo às Coisas Aqui em Baixo

A sua rentrée mediática foi animada, mas foi à Francisco. Quem conhece as reflexões do Francisco José Viegas sabe bem o que pensa sobre o NIF, o Cartão de Cidadão, os códigos de barras, etc. Apesar de discordar diametralmente do Francisco nessas questões - prefiro cartões e números de identificação aos arames farpados, às fechaduras e aos pastores alemães, os seus substitutos nos ditos países liberais - achei aquele "tomar no cu" uma maravilhosa sodomização, mais do que ao fisco, aos moralistas profissionais do nosso rectângulo (reparem que foi quem se queixou....).

Quanto à passagem do Francisco pelo governo achei-a estratosférica. Não vou fazer aqui uma análise do seu trabalho no sub-ministério da cultura, porque a minha indignação é maior (e faço questão que a saiba) pelo simples facto de ter integrado um governo liderado por um jotinhas de carreira cujos méritos profissionais e académicos são tão fracos como dúbios. Quem lê o tom das crónicas do Francisco sobre a educação e a escola não consegue encaixar essas reflexões com a tolerância ao chico-espertismo instalado neste governo (e nem estou a pensar em Relvas...). 

Mas o mais importante agora é que a guerra contra aquelas coisas más foi ganha (aqui em casa também já contamos uma vitória). Fazia falta a voz de um dos nossos melhores portistas e do único homem ao qual alguma vez ofereci uma Kona