quarta-feira, dezembro 31, 2008
Prazeres de 2008: blogues
First We Take Bombay do Luís Januário na Natureza do Mal
Do post do Luís gosto muito desta passagem: "Esta é a cidade [Triana] dos fenícios e de Cartago, de Roma e dos godos, a cidade moura. Mas nao sabemos. Ignoramos até que, em pleno século XX, homens como nós enterraram vivos e algemados os seus inimigos (...) Ignoramos tudo. Porque, como disse Juan Gelman ontem em Salamanca, depois dos ditadores vêm os comisarios del olvido. E um dia morreremos, demasiado ignorantes â mao justiceira dos fanáticos, demasiado estúpidos."
Antena Islamica do Filipe Nunes Vicente no Mar Salgado
O Princípio de Deus do Miguel Portas no Sem Muros
Prazeres de 2008: o livro
terça-feira, dezembro 30, 2008
2008, o ano em que o planeta se revelou finito
2008 será recordado como o ano em que o planeta se revelou finito, em que a actividade humana numa parte do mundo teve consequências reais e palpáveis noutra parte do planeta. Tal como a parábola da manta, que tapa de um lado destapando do outro, a crise dos cereais e do petróleo veio evidenciar da pior maneira os reais limites de alguns dos nossos principais recursos naturais.
O brusco aumento da procura de petróleo da parte de mercados emergentes, como a Índia e China, a especulação dos mercados financeiros e a progressiva escassez do petróleo e dos restantes combustíveis primários provocaram uma subida acentuada do preço do crude para preços record, seguida de uma descida brusca provocada pela crise financeira. Um processo semelhante ocorreu com os preços dos cereais e seus derivados, tendo-se agravado o problema neste caso com a quebra verificada no volume de colheitas agrícolas nos últimos dois anos e o aumento da percentagem relativa de solos dedicados à produção de biocombustíveis. Estas oscilações de preço tiveram consequências reais, provocando revoltas, falências, desemprego que resultaram em mortes directas e indirectas destes acontecimentos.
Desde os séculos XVII e XVIII, grande parte do pensamento económico foi orientado pelos escritos de John Locke, de Thomas Hobbes ou de Adam Smith, que simplificavam ou davam pouca importância à escassez ou ao limite dos principais recursos naturais. Na prática, os contemporâneos destes filósofos consideravam quase todos os principais recursos como sendo infinitos ou exploráveis indefinidamente. A explosão demográfica e a exploração intensiva dos principais recursos naturais que ocorreu durante século XX vieram revelar que alguns dos principais recursos naturais, como o petróleo, tinham os dias contados. Ainda assim os alertas lançados sortiram pouco efeito e foi preciso esperar por 2008 para que o cidadão comum percebesse finalmente que o modelo de sociedade dominante estava a pôr em perigo a sua própria segurança alimentar e energética. A emaranhada teia que liga as cadeias de exploração, produção, comercialização e consumo dos produtos de primeira necessidade está sujeita a processos estatísticos complexos de difícil compreensão para o produtor ou o consumidor individual que se encontra no seu canto do mundo e que tem uma perspectiva do problema limitada ao horizonte da sua região ou do seu país. Deste modo, um produtor ou um consumidor que esteja genuinamente convencido que a sua actividade não tem qualquer efeito nocivo poderá estar a contribuir sem saber para uma catástrofe humanitária noutro ponto do planeta. É aqui que falha, em particular a filosofia de John Locke. Segundo John Locke, a natureza não tem qualquer valor até ser transformada pelo trabalho humano para satisfazer as necessidades do homem. No entanto, Locke ressalvava que a exploração de recursos naturais poderia continuar indefinidamente desde que existissem em quantidade e qualidade para todos. Para além de sabermos hoje que a natureza não transformada pode ter um papel importantíssimo para a sobrevivência do homem (os pulmões da Amazónia ou das florestas do Canadá e da Sibéria, os gigantescos reservatórios de CO2 que são os nossos oceanos, etc.), sabemos também que nem sempre quem explora um recurso tem a percepção exacta de que pode estar a comprometer o acesso a esse recurso por parte de outros indivíduos noutra parte do mundo ou por parte das gerações seguintes.
As sociedades de produção e consumo massificado em que nos tornámos precisam de generalizar conceitos como o princípio da precaução da UE que protegem consumidores e produtores da incerteza resultante da massificação de novas actividades económicas e precisam sobretudo de se tornar em verdadeiras sociedades baseadas no conhecimento, em que o conhecimento científico seja devidamente considerado e respeitado pelo poder político e pelos diversos agentes económicos. O resultado desse trabalho científico mostra hoje que o modelo de vida das sociedades ditas ocidentais não é decalcável para o resto dos habitantes do planeta, nem para as gerações seguintes.
A encruzilhada entre o aumento do consumo energético do planeta, a progressiva escassez das reservas de combustíveis primários e o aquecimento global provocado pela emissão de gases de efeito de estufa deverá obrigar a uma séria reflexão sobre o nosso modo de vida, sobre a forma intensiva como produzimos e consumimos. A médio prazo será necessário encontrar novas formas de produção de energia em larga escala não dependentes de combustíveis primários com reservas finitas. Será por isso urgente apostar na investigação de novas tecnologias, como o projecto ITER de fusão nuclear, que poderá ser a futura energia de produção em larga escala, limpa e sustentável que substituirá definitivamente os combustíveis primários. Enquanto essas tecnologias não chegam será necessário massificar tanto quanto possível a produção de energia geotérmica, eólica, solar, das marés, das ondas, etc., transformando a habitação e o transporte para o seu consumo em larga escala (ler proposta de Jeremy Rifkin).
A produção de alimentos deverá cada vez mais aderir a métodos de produção sustentável que não esgotem os solos ou os recursos marinhos e deverá ser menos orientada para a exploração animal que requer a produção de grandes quantidades de cereais e um elevado consumo de água, requisitos que poderão ser fatais nas zonas menos férteis do mundo. A introdução de novas tecnologias e de novos produtos químicos na produção de alimentos deverá estar sujeita ao princípio da precaução para garantir a segurança de consumidores, de produtores e dos ecossistemas e responder a novos desafios como o sério declínio da taxa de natalidade nas sociedades mais desenvolvidas.
A nossa segurança alimentar e energética vai requerer uma transformação radical da sociedade, em particular a mudança de indicadores de desenvolvimento. Indicadores baseados essencialmente na produção, como o PIB, deverão ter um peso menor e indicadores dependentes da qualidade de vida, da sustentabilidade da actividade humana e da preservação do ambiente deverão ter um peso bem mais importante nas sociedades futuras. Produzir menos, para ganhar menos e viver melhor, poderá ser o mote das futuras gerações.
segunda-feira, dezembro 29, 2008
Prazeres de 2008: o vinho
Onde está a esquerda Israelo-Palestiniana?
Durante a minha vida de nómada europeu convivi com refugiados israelitas palestinianos ateus, israelitas católicos, com libaneses muçulmanos, libaneses ateus, palestinianos muçulmanos e sei lá que mais! Amizades duradouras, amizades fugazes, colegas de trabalho e co-autores de artigos científicos ouvi-os durante anos sobre a questão israelo-palestiniana. Algumas das histórias eram duras e deixaram sequelas físicas. As opiniões sobre o conflito eram diversas, mas eram comuns num ponto: a solução não passava pela disputa da fronteira ao centímetro e só poderia ser de cariz diplomático.
Até hoje, a única ocasião em que essa solução foi conseguida deve-se ao esforço quer da esquerda palestiniana quer da esquerda israelita. Por muito criticáveis que sejam, o que é certo é que Rabin ou Arafat conseguiram (com ajuda, mas a diplomacia é assim mesmo) o que mais ninguém conseguiu. Desde então, Rabin foi assassinado por extremistas fanáticos cujo objectivo de boicotar o processo de paz foi plenamente conseguido e Arafat morreu deixando caminho livre à extrema-direita e aos fanáticos do Hamas (preferia não ter razão, caro Francisco). Com a direita dura, a extrema-direita e os fanáticos quase todos no poder em Israel e na Palestina, a guerra a meio-gás é a solução ideal para se perpetuarem no poder. E a vitimização é uma arma que ambas as partes empregam com maestria. Eles sabem muito bem o que fazem. Os mísseis de Israel dão votos ao Hamas e os rockets do Hamas dão votos à direita dura e 'a extrema-direita israelita. Aliás, não me admirava nada se o espectro político das duas partes se deslocasse ainda mais para a direita. Há bem pior do que o Kadima em Israel e dentro do Hamas há quem considere os actuais governantes como traidores. E é exactamente a palavra traidor que tem sido a palavra-chave dos extremistas. Segundo o seu assassino Rabin era um traidor e Arafat sempre foi um traidor para o Hamas (apesar de estes terem sido apoiados por Israel). Todos os que tentarem um processo de paz naquela zona serão forçosamente traidores. É uma lógica que só deixa de fora do conceito de traidor os mais sanguinários e os mais fanáticos, esses serão sempre virgens puras intocáveis.
A região entrou num processo de retro-realimentacao positiva que desloca sucessivamente o espectro partidário para o fanatismo e a ortodoxia, que cultiva a paranóia colectiva e a vitimização. Para além de uma intervenção da ONU, só vejo uma solução para quebrar este ciclo vicioso. Seria algo como uma união das esquerdas israelo-palestinianas e da minoria de direita que acredita na diplomacia num programa político comum para a resolução do conflito; num compromisso de paz pré-eleitoral que deixasse apeados os amigos dos mísseis e dos rockets, que os isolasse. Assim cada rocket e cada míssil disparado antes das respectivas eleições teria um valor político muito mais reduzido. A esquerda europeia poderia dar uma valiosa ajuda nesse difícil combate interno, sobretudo depois da eleição de um presidente dos EUA de "esquerda". Convém relembrar que foi justamente com um presidente americano de "esquerda" que Rabin e Arafat assinaram os acordos de Oslo.
sábado, dezembro 27, 2008
Prazeres de 2008: filmes
Sendo um cliente muito difícil do género filme de terror fantástico fiquei completamente rendido a este "[REC] Regista o medo" de Paco Plaza e Jaume Balaguero. Muito bem filmado, com um argumento bem articulado que consegue manter quase na perfeição a intensidade do filme até ao último minuto. Sublinho intensidade do filme e não suspense, é na intensidade que este filme espanhol se destaca dos demais no género fantástico.
Loft de Erik Van Looy
quarta-feira, dezembro 24, 2008
O 1910
reza a lenda que é o último reduto de resistentes, de sem-família, de almas perdidas, de putas e de aleijados,
reza a lenda que é abrigo de gente mal amada, de gente que nunca soube amar, de mimados e de almas ingénuas que amaram demais.
Nosso Senhor Jesus Cristo, esse de que rezam as lendas, passaria certamente o Natal no 1910.
segunda-feira, dezembro 22, 2008
Deux choses qui méritent d'être vécues
"Ennemis publics", Bernard-Henri Lévy, Flammarion, pag. 251
sábado, dezembro 20, 2008
Sábado em Coimbra XLII: o blogue do Tó Zé
O Tó Zé tem um blogue: Por Mão Própria.
Sábado em Coimbra XLI
sexta-feira, dezembro 19, 2008
Dióxido de carbono descoberto num exoplaneta
Prisão perpétua para Theoneste Bagosora
Apesar tudo, este caso demonstra a diferença considerável entre os tribunais da ONU e a justiça texana, ilustrada por esse espectáculo degradante e pouco pacificador que foi o julgamento de Saddam ou por esse processo medieval que ainda decorre em Guantanamo.
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Revolução verde para combater a crise
Relembro que o insucesso de anteriores projectos de automóveis eléctricos se deveu em grande parte à diversidade e à incompatibilidade de sistemas utilizados, bem como à rapidez com que os referidos sistemas se tornavam obsoletos, desvalorizando os automóveis eléctricos usados a níveis preços que impossibilitavam a sua revenda por parte dos particulares.
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Das pirâmides de Gizé à pirâmide de Madoff
sexta-feira, dezembro 12, 2008
quinta-feira, dezembro 11, 2008
O Mestre
Para além da qualidade do cinema de Manoel de Oliveira, há outra característica que aprecio no autor: a sua permanente capacidade de deslumbramento. Num país que é diariamente bombardeado pelas crónicas da escola de Vasco Pulido Valente, o narrador omnisciente enfadado, que já sabe tudo o que aconteceu, o que acontece e o que acontecerá, dá-me um gozo bestial este jovem de 100 anos que faz um manguito a esse estado de espírito e que continua a entusiasmar-se com o que extrai da literatura, das vidas das jovens mulheres e de gandas malucos como o Pedro Abrunhosa. Este vídeo em que Wim Wenders filma Oliveira a imitar o Charlot é um exemplo perfeito desse jovem Oliveira entusiasta, humorado, que continua a apreciar cada segundo de vida.
Agustina e Leonor
Estas são as duas grandes mulheres que contribuíram em parte para o sucesso do Mestre. A qualidade dos romances da Agustina Bessa-Luís e a interpretação de Leonor Silveira, que na minha opinião é de longe a melhor actriz portuguesa, são a base do melhor que Oliveira produziu para a sétima arte.
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Sobre a tolerância à asneira
Este fim-de-semana o nosso serviço público radiofónico transmitiu durante quase uma hora a entrevista de Fernando Alvim a Alexandra Solnado, autora do livro "Mais Luz". Dentro do género a entrevista nem foi das piores, o tom jocoso do apresentador tentou transmitir algum cepticismo sobre a cavaqueira que Alexandra Solnado entretém com Nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, o problema reside na frequência com que personagens como a dita entrevistada aparecem no nosso espaço público e pior é quando se atribui a essas personagens absoluta credibilidade por defeito. Lembram-se da astróloga do programa Praça da Alegria da RTP?
Vivi em países em que existe algum espírito crítico no espaço público e por isso habituei-me a ver essas personagens que contactam com o além restringidas às prateleiras das livrarias dedicadas ao esoterismo, aos yogas e às medicinas placebo. Quando muito tinham o seu espaço mais mediático em canais de televisão especializados onde vendiam diariamente a sua banha da cobra. Geralmente, nas ocasiões em que essas personagens tentavam conquistar o espaço público eram cilindradas imediatamente por especialistas (médicos, astrónomos, psicólogos, historiadores, etc.), davam meia volta e regressavam ao seu habitat natural! Em Portugal raramente é assim. Estamos mal habituados, estamos habituados a tolerar a asneira, toda a asneira, desde a asneira do astrólogo até à asneira do típico xico-esperto lusitano.
Desde há longos anos que assumi entre as minhas obrigações de investigador divulgar ciência e combater a desinformação científica no espaço público. Fazer divulgação científica é um trabalho muito gratificante, um trabalho em que transmitimos uma imagem simpática. Combater a desinformação é um trabalho em que poucos dos meus colegas se aventuram, porque é trabalho sujo, em que é preciso estar disposto a vestir o fato de macaco e a calçar um par de luvas. Recordo as vivas discussões que tivemos na SPA sobre se deveríamos intervir contra este ou aquele charlatão. Cada vez que me empenhei no combate à desinformação estava perfeitamente consciente de que não iria ser bonito. Já se sabe que em boa parte dos casos não se vai lá com falinhas mansas, é preciso ir à bruta. Nesses casos os visados e os seus procuradores acusaram-me de muita coisa: cartesiano, fundamentalista, dogmático, mau feitio, inquisidor, fascista, comunista, "perigoso cientista dos átomos", etc. Enfim, fiz muitas amizades para o resto da vida como devem imaginar, mas a minha carapaça é dura, pode bem com esse espernear nervoso e garanto-vos que valeu quase sempre a pena intervir. Da mesma forma, posso bem com esses coros de virgens que se levantaram na sequência da minha entrada anterior e que outrora se divertiam à brava no respeitável, educado e nada fulanizante blogue Anacleto (lembram-se da economia anacleta?).
A pseudociência com motivações económicas, espirituais ou ideológicas fazem parte do meu reportório desde as primeiras linhas do Klepsýdra e dada a abundância do assunto no nosso país serão aqui objecto de escrita sempre que se apresente uma boa ocasião. Stay tuned.
terça-feira, dezembro 09, 2008
A Turma
segunda-feira, dezembro 08, 2008
domingo, dezembro 07, 2008
Novos limites de emissões de CO2
Segundo as novas regras aprovadas esta semana pela União Europeia mais de 65% dos automóveis deverão emitir menos de 130 g/km até 2012, aumentando essa exigência para 75% do parque automóvel em 2013, 80% em 2014 e deverá atingir os 100% em 2015.
A partir de 2012 será implementado um sistema de multas que penalizará os construtores automóveis em 5€ pela primeira grama de CO2 por carro acima do limite estabelecido, 15€ para a segunda grama, 25€ para a terceira e 95€ para cada grama adicional. A partir de 2019 cada grama acima do limite de emissão será taxada em 95€ por carro produzido. A partir de 2020 o limite de emissão por quilómetro deverá ser reduzido para 95g de CO2.
No entanto, este acordo resultou de um suavizar de objectivos inicialmente traçados que em conjunto com os vários regimes de excepção geraram o protesto dos eurodeputados verdes e dos liberais - os liberais europeus distribuem-se entre esquerda e direita - contra os socialistas europeus e o Partido Popular Europeu. Os regimes de excepção aprovados incluem um crédito que pode ir até 7g/km no caso dos construtores introduzirem novas tecnologias amigas do ambiente, um super-crédito para marcas que produzam viaturas que emitam menos de 50g/km e uma redução de apenas 25% do nível de emissão de 2007 para construtores que produzam menos de 300 mil carros por ano. Como se deve imaginar neste segmento estarão incluídas algumas marcas de luxo.
quinta-feira, dezembro 04, 2008
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Orelhas de Burro
Como se pode verificar neste comunicado da NASA, o Sol entrou no seu novo ciclo de aproximadamente 11 anos, o ciclo 24, em Janeiro quando foram detectadas as primeiras manchas solares com polaridade invertida em relação à polaridade das manchas do ciclo 23. Apesar deste mínimo ter sido um dos mais calmos registados, os mínimos de 1933, 1954 tiveram um número de dias sem manchas que será comparável ao do corrente ano e o mínimo de 1913 foi bem mais tranquilo com mais de 300 dias sem manchas solares. O corrente ciclo 24 é um ciclo normal que já registou cerca de 18 manchas solares com a nova polaridade, um valor normal em ano de mínimo, e cujo fluxo de radiação emitida tem sido também o esperado. Aqui algumas imagens do Sol que registei no Observatório de Coimbra durante um eclipse parcial de 96, ano de mínimo, onde apenas se observam duas pequenas manchas. Como é hábito em anos de mínimos e máximos a comunidade científica reuniu-se para debater os dados resultantes das observações e curiosamente já em Julho deste ano a NASA deu-se ao trabalho de prevenir o público contra as habituais especulações pseudo-científicas, explicando porque não havia nada de errado na actividade do Sol.
Mas, o João Miranda como nem a NASA ouve, não resistiu e debitou um texto de pura desinformação, errado de uma ponta à outra, onde reina a especulação ignorante e pseudo-científica com o único intuito de tentar negar o aquecimento global, uma obsessão ideológica recorrente do autor. Mas a melhor passagem é aquela em que o autor insinua que se deveria especular sobre um novo mínimo de Maunder.
terça-feira, dezembro 02, 2008
Salade pour tout le monde
Un grand dirigeant d'enterprise, le souvenir que j'en ai, est celui qui sait dire "Salada pour tout le monde!" au bon moment.
"Ennemis publics", Michel Houellebecq, Flammarion, pag.64