O bairro de Petržalka esta a mudar rapidamente. Continuo a registar furiosamente os vestigios do passado antes que tudo se apague para todo o sempre. Em Junho estaremos de maos dadas. Para nao variar a nossa cortesia com os estrangeiros decreta uma quarentena a todos os trabalhadores dos novos paises aderentes à Uniao Europeia. A Finlandia, a Irlanda e mais um ou dois paises serao os unicos a tratar de igual para igual os trabalhadores dos novos paises aderentes. E´vergonhoso. Quando Portugal e a Espanha entraram para a CEE nao foram tratados assim pelos outros paises. Depois venham-me ca falar em directorios!
Petržalka, Bratislava, 2001
segunda-feira, dezembro 29, 2003
sábado, dezembro 27, 2003
sexta-feira, dezembro 26, 2003
Sobre o véu
Esta é uma velhinha questão da sociedade francesa. Durante os quatro anos que vivi em França o debate sobre o «foulard» aparecia ciclicamente nos debates televisivos. As opiniões iam desde os representantes islâmicos que invocavam a liberdade de expressão da sociedade francesa, mas que não convenciam ninguém de a praticarem no seu quotidiano, até ao arauto de todas as causas fundamentalistas republicanas, o Sr. Chevènement. Chevènement invoca a república como um bispo invoca o nome de Deus. «La République» é receita para tudo, para ostracizar a Córsega, os partidos de extrema direita, as mulheres portadoras de véu, etc.
A questão não é linear, e quando assim é talvez a decisão mais sensata seja a de o estado não impor o que quer que seja aos cidadãos. Julgo que a frase de Cohn Bendit sobre a questão do véu diz tudo : «deixem as miúdas entrar para o liceu de véu, quando elas acabarem o liceu sairão de jeans, piercing e cabelo pintado! »
O texto de Miguel Portas publicado hoje do Diário de Notícias sobre a questão do véu é muito bom e sobretudo muito bem fundamentado. Aconselho vivamente a sua leitura.
A questão não é linear, e quando assim é talvez a decisão mais sensata seja a de o estado não impor o que quer que seja aos cidadãos. Julgo que a frase de Cohn Bendit sobre a questão do véu diz tudo : «deixem as miúdas entrar para o liceu de véu, quando elas acabarem o liceu sairão de jeans, piercing e cabelo pintado! »
O texto de Miguel Portas publicado hoje do Diário de Notícias sobre a questão do véu é muito bom e sobretudo muito bem fundamentado. Aconselho vivamente a sua leitura.
quinta-feira, dezembro 25, 2003
...três, dois, um, contacto!
A Beagle 2 está quase a entrar em contacto com o solo marciano. O tempo que resta é mostrado aqui:
Após algumas cambalhotas a Beagle 2 irá separar-se dos seus airbags. Depois, se tudo correr bem, lá para as 10:40 GMT a Beagle começará a transmitir um sinal que será captado 9 minutos mais tarde pelo radiotelescópio Lovell de 76m do Jodrell Bank Observatory.
A Beagle 2 e os airbags auxiliares de aterragem.
(Imagem artística do sítio da Agência Espacial Europeia)
Após algumas cambalhotas a Beagle 2 irá separar-se dos seus airbags. Depois, se tudo correr bem, lá para as 10:40 GMT a Beagle começará a transmitir um sinal que será captado 9 minutos mais tarde pelo radiotelescópio Lovell de 76m do Jodrell Bank Observatory.
A Beagle 2 e os airbags auxiliares de aterragem.
(Imagem artística do sítio da Agência Espacial Europeia)
quarta-feira, dezembro 24, 2003
Natal cristão, rendimento mínimo e Michael Moore
Conto de Natal
Michael Moore apresenta no seu filme "Bowling for Columbine" o caso de um rapazito de seis anos que abate a tiro uma rapariga também ela de seis anos de idade numa escola primária. Michael Moore descobre que o rapaz vivia sozinho com a mãe. A sua mãe tinha dois empregos. Como não tinha grandes qualificações e um emprego mal pago não chegava, foi obrigada a trabalhar em dois empregos diferentes para poder sustentar o filho. O problema é que ficou sem tempo nenhum para cuidar do rapazito.
Quem conhece a importância que tem a presença dos pais junto das crianças destas idades (aconselho a leitura de “O inferno somos nós” uma compilação acessível do Prof. Carlos Amaral Dias) não fica espantado com o acto cometido pelo rapazito. Falhas no processo de socialização das crianças, que são da responsabilidade dos pais ou de outros familiares que a criança reconheça como seus mentores, levam a que as mesmas crianças sintam necessidade de afirmar a sua associabilidade de uma forma violenta. Neste caso foi da pior maneira.
Michael Moore descobre também que alguns anos antes a mãe do rapazito recebia o rendimento mínimo e quando este foi cortado por decisão política não teve outra alternativa senão arranjar dois empregos para poder sustentar o rapaz. Os mesmos dois empregos que fizeram que deixasse de ter tempo para educar o seu filho. Fica assim patente as consequências gravíssimas que têm políticas que desprezam por completo a solidariedade social e uma educação equilibrada de crianças que nascem em meios mais desfavorecidos.
De vez em quando lêem-se umas lendas liberais de conteúdo duvidoso em que os beneficiários do rendimento mínimo garantido (RMG) têm piscinas, vão receber o RMG de Mercedes e em que a atribuição do mesmo RMG divide muito as pessoas nos meios rurais. Pois bem, aqui a divisão entre mãe e filho causada pelo fim do rendimento mínimo acabou a tiro!
É dedicado a estes liberais que vos deixo este conto de Natal. É uma espécie de versão actualizada e violenta de “O Natal do Sr. Scrooge” de Charles Dickens.
Reflexão sobre o Natal cristão
Num país de cristãos, onde a 24 de Dezembro se gosta muito de dizer que o Natal deveria ser todos os dias, deixem então que seja efectivamente Natal todos os dias para aqueles que recebem esse mísero RMG. Deixem-nos estoirar essa “fortuna” (em média são nove contos por pessoa) oferecida pela União Europeia – não somos nós que pagamos o RMG - e preocupem-se sim com evasão fiscal. Para termos uma ideia, o custo do rendimento mínimo está para uma gota de água como o custo da evasão fiscal está para uma piscina. Isso sim um verdadeiro cancro que paga efectivamente muitas piscinas e muitos Jaguares!
Michael Moore apresenta no seu filme "Bowling for Columbine" o caso de um rapazito de seis anos que abate a tiro uma rapariga também ela de seis anos de idade numa escola primária. Michael Moore descobre que o rapaz vivia sozinho com a mãe. A sua mãe tinha dois empregos. Como não tinha grandes qualificações e um emprego mal pago não chegava, foi obrigada a trabalhar em dois empregos diferentes para poder sustentar o filho. O problema é que ficou sem tempo nenhum para cuidar do rapazito.
Quem conhece a importância que tem a presença dos pais junto das crianças destas idades (aconselho a leitura de “O inferno somos nós” uma compilação acessível do Prof. Carlos Amaral Dias) não fica espantado com o acto cometido pelo rapazito. Falhas no processo de socialização das crianças, que são da responsabilidade dos pais ou de outros familiares que a criança reconheça como seus mentores, levam a que as mesmas crianças sintam necessidade de afirmar a sua associabilidade de uma forma violenta. Neste caso foi da pior maneira.
Michael Moore descobre também que alguns anos antes a mãe do rapazito recebia o rendimento mínimo e quando este foi cortado por decisão política não teve outra alternativa senão arranjar dois empregos para poder sustentar o rapaz. Os mesmos dois empregos que fizeram que deixasse de ter tempo para educar o seu filho. Fica assim patente as consequências gravíssimas que têm políticas que desprezam por completo a solidariedade social e uma educação equilibrada de crianças que nascem em meios mais desfavorecidos.
De vez em quando lêem-se umas lendas liberais de conteúdo duvidoso em que os beneficiários do rendimento mínimo garantido (RMG) têm piscinas, vão receber o RMG de Mercedes e em que a atribuição do mesmo RMG divide muito as pessoas nos meios rurais. Pois bem, aqui a divisão entre mãe e filho causada pelo fim do rendimento mínimo acabou a tiro!
É dedicado a estes liberais que vos deixo este conto de Natal. É uma espécie de versão actualizada e violenta de “O Natal do Sr. Scrooge” de Charles Dickens.
Reflexão sobre o Natal cristão
Num país de cristãos, onde a 24 de Dezembro se gosta muito de dizer que o Natal deveria ser todos os dias, deixem então que seja efectivamente Natal todos os dias para aqueles que recebem esse mísero RMG. Deixem-nos estoirar essa “fortuna” (em média são nove contos por pessoa) oferecida pela União Europeia – não somos nós que pagamos o RMG - e preocupem-se sim com evasão fiscal. Para termos uma ideia, o custo do rendimento mínimo está para uma gota de água como o custo da evasão fiscal está para uma piscina. Isso sim um verdadeiro cancro que paga efectivamente muitas piscinas e muitos Jaguares!
terça-feira, dezembro 23, 2003
A participação portuguesa na Mars Express
Já aqui foi referida a participação portuguesa na missão Mars Express. O projecto chama-se MAGIC (Mars Atmospherical Geophysical and ExobIological Characterisation) e todas as informações podem ser encontradas aqui. Este projecto conjunto entre a Universidade de Coimbra, a Universidade Nova, o Instituto Superior Técnico e o Observatório Astronómico de Lisboa é dirigido pelo Maarten Roos Serote, um investigador Holandês que o Observatório de Lisboa soube "agarrar".
segunda-feira, dezembro 22, 2003
Sobre as bolsas de investigação
O nosso leitor Pedro Andrade, sobre a questão das bolsas para investigadores, faz-nos a seguinte pergunta:
não será difícil pedir direitos quando estes para as restantes pessoas começam a desaparecer?
Os direitos a que me referi são tão básicos que julgo que ninguém no seu perfeito juízo os contesta. Se não damos condições às pessoas para poder ter filhos e cuidar deles, estamos a contribuir para o colapso da sociedade. Ainda por cima estamos a falar de um grupo de pessoas bastante dinâmicas, logo a sociedade tem todo o interesse em velar para que possam viver condignamente. Infelizmente isso não acontece. Não acontece a meu entender por incompetência, incúria, autismo e desorganização dos governantes responsáveis. A anterior equipa de Pedro Lynce tinha um pouco de tudo isto. Nos países em que há uma aposta clara na ciência e na tecnologia este tipo de aberrações não existem. Existe sim uma aposta em cativar pessoas competentes e não uma política de irresponsabilidade permanente em relação àqueles que podem trazer uma mais valia importante à sociedade. Por isso julgo que os nossos políticos da direita à esquerda não teriam grandes problemas em normalizar as condições de vida dos bolseiros às existentes nos outros países mais desenvolvidos. O problema é que isso dá trabalho e às vezes prefere-se perder semanas a brincar com despachos para safar a filha do amigo do que para servir os investigadores, os estudantes ou a sociedade em geral.
não será difícil pedir direitos quando estes para as restantes pessoas começam a desaparecer?
Os direitos a que me referi são tão básicos que julgo que ninguém no seu perfeito juízo os contesta. Se não damos condições às pessoas para poder ter filhos e cuidar deles, estamos a contribuir para o colapso da sociedade. Ainda por cima estamos a falar de um grupo de pessoas bastante dinâmicas, logo a sociedade tem todo o interesse em velar para que possam viver condignamente. Infelizmente isso não acontece. Não acontece a meu entender por incompetência, incúria, autismo e desorganização dos governantes responsáveis. A anterior equipa de Pedro Lynce tinha um pouco de tudo isto. Nos países em que há uma aposta clara na ciência e na tecnologia este tipo de aberrações não existem. Existe sim uma aposta em cativar pessoas competentes e não uma política de irresponsabilidade permanente em relação àqueles que podem trazer uma mais valia importante à sociedade. Por isso julgo que os nossos políticos da direita à esquerda não teriam grandes problemas em normalizar as condições de vida dos bolseiros às existentes nos outros países mais desenvolvidos. O problema é que isso dá trabalho e às vezes prefere-se perder semanas a brincar com despachos para safar a filha do amigo do que para servir os investigadores, os estudantes ou a sociedade em geral.
domingo, dezembro 21, 2003
Ao assalto do planeta vermelho!
Desta vez não é ficção científica. Dia 25, se tudo correr bem vai ser assim:
(Imagem do sítio da Agência Espacial Europeia)
Depois, enquanto a Mars Express vai tentar encontrar reservas de água subterrâneas em Marte, a Beagle 2 vai fazer análises na superfície do planeta com o objectivo de descobrir alguma forma de vida.
(Imagem do sítio da Agência Espacial Europeia)
Depois, enquanto a Mars Express vai tentar encontrar reservas de água subterrâneas em Marte, a Beagle 2 vai fazer análises na superfície do planeta com o objectivo de descobrir alguma forma de vida.
sexta-feira, dezembro 19, 2003
Nem mais!
No blogue da sonda Beagle 2, que iniciou esta manhã a sequência de manobras que a vão levar à superfície marciana, encontramos uma ligação a uma interessante entrevista ao investigador que coordena a missão. Nessa entrevista podemos ler:
I don’t think of myself going to work – in the mornings I say, “I’m going to the lab,” - which means that I am thoroughly enjoying myself. I don’t think you have to be driven to do research, as it is so enjoyable.
Nem mais!
Eu somo a este prazer a minha caminhada matinal com início na "baixinha" de Coimbra, passando pela Rua Direita, pela Igreja de Sta. Cruz, o Arco de Almedina, subindo o Quebra-Costa e a praça da Sé Velha até à Universidade onde termina a contagem de primeira categoria!
A Beagle 2 deixa a Mars Express
(Imagem artística do sítio da Agência Espacial Europeia)
I don’t think of myself going to work – in the mornings I say, “I’m going to the lab,” - which means that I am thoroughly enjoying myself. I don’t think you have to be driven to do research, as it is so enjoyable.
Nem mais!
Eu somo a este prazer a minha caminhada matinal com início na "baixinha" de Coimbra, passando pela Rua Direita, pela Igreja de Sta. Cruz, o Arco de Almedina, subindo o Quebra-Costa e a praça da Sé Velha até à Universidade onde termina a contagem de primeira categoria!
A Beagle 2 deixa a Mars Express
(Imagem artística do sítio da Agência Espacial Europeia)
Memórias da Sereníssima República
Dio, fulgor della bufera!
Dio, sorriso della duna!
Salva l'arca e la bandiera
della veneta fortuna!
"Otello", Giuseppe Verdi
Se fosse eu a escolher seria "Otello" a abrir o Teatro La Fenice.
Se fosse eu a escolher seria La Serenissima Repubblica a capital da Europa.
Dio, sorriso della duna!
Salva l'arca e la bandiera
della veneta fortuna!
"Otello", Giuseppe Verdi
Se fosse eu a escolher seria "Otello" a abrir o Teatro La Fenice.
Se fosse eu a escolher seria La Serenissima Repubblica a capital da Europa.
quinta-feira, dezembro 18, 2003
La Fenice renasce das cinzas
O mítico Teatro La Fenice reabriu finalmente ao público após o terrível incêndio de 1996. Ao longo desta semana estão a decorrer as serate inaugurali que têm participações tão diversas como o Maestro Myung-Whun Chung ou Sir Elton John. Mas a primeira grande noite de ópera está prevista apenas para 2004. Em princípio será "La Traviata" a devolver a esta mítica sala veneziana toda a sua grandeza.
Parece que a querer adivinhar este majestoso evento, a minha a amiga Sofia abre o seu poético blogue intitulado Fénix!
Parece que a querer adivinhar este majestoso evento, a minha a amiga Sofia abre o seu poético blogue intitulado Fénix!
terça-feira, dezembro 16, 2003
Contagem decrescente para Marte
A Europa aterrará em Marte em pleno Natal. Neste momento a Mars Express já orbita o planeta vermelho. A sonda Beagle 2 - que também tem um blogue - deixará a Mars Express dia 19 e aterrará em Marte, se tudo correr bem, de 24 para 25 de Dezembro.
A missão pode ser seguida aqui.
A Mars Express e o planeta Marte
(Imagem do sítio da Agência Espacial Europeia)
A missão pode ser seguida aqui.
A Mars Express e o planeta Marte
(Imagem do sítio da Agência Espacial Europeia)
segunda-feira, dezembro 15, 2003
Imigração : Les misérables
Os miseráveis a que me refiro não são os 5 milhões de emigrantes portugueses que nos caracterizam inequivocamente como povo emigrante. Também não são os 300 mil imigrantes legais – sublinho legais - que são tratados como miseráveis pela administração portuguesa. Os miseráveis a que me refiro são os responsáveis do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e do Ministério dos Negócios Estrangeiros que são incapazes de receber condignamente os estrangeiros como nós somos recebidos em França, no Canadá, nos EUA, na Austrália, na Suíça, etc.
Pior ainda, a administração portuguesa nem sequer os próprios portugueses que viveram no estrangeiro sabe acolher. E sei do que falo! Voltei há um ano e ainda tenho uma série de assuntos pendentes por pura incompetência e lentidão da administração portuguesa. Às vezes dá vontade de voltar a desaparecer deste país!
O debate sobre a imigração no «Prós e Contras» confirma esta triste realidade.
Pior ainda, a administração portuguesa nem sequer os próprios portugueses que viveram no estrangeiro sabe acolher. E sei do que falo! Voltei há um ano e ainda tenho uma série de assuntos pendentes por pura incompetência e lentidão da administração portuguesa. Às vezes dá vontade de voltar a desaparecer deste país!
O debate sobre a imigração no «Prós e Contras» confirma esta triste realidade.
domingo, dezembro 14, 2003
Utilizador-pagador 2
Na sequência da analogia do Paulo César sobre o conceito associado à criação dos seguros, o JCD dos Jaquinzinhos aborda o tema focalizando-se exclusivamente sobre as diferentes modalidades de seguro, mas os seus argumentos nada referem sobre o objectivo dos mesmos seguros: evitar que em caso de acidente as pessoas envolvidas não tenham que pagar de uma só vez o verdadeiro custos dos estragos. Nas palavras do Paulo César: “todos pagariam pouco para ajudar à grande desgraça de alguns...”. Ora, ao contrário do que refere o JCD, se os seguros obedecessem à filosofia do utilizador-pagador (estragador-pagador, neste caso), alguém que fosse o culpado de um acidente automóvel em vez de ver aumentado o seu prémio de uma ou duas dezenas de contos por ano, pagaria a totalidade dos estragos, que poderiam ser: 500 cts, ou 1000 cts ou uma quantia incomportável para o culpado do acidente. Neste caso já não seria um seguro; já não seria pois a tal “ideia pioneira” a que o Paulo César se refere.
Já agora pergunto porque é que nos EUA e na Alemanha não se pagam portagens na auto-estrada? Porque é que são só os países do sul da Europa (Itália, Espanha, Portugal e França) a ter este estúpido sistema? Até acho que a maioria das pessoas não se importaria de pagar uma vinheta como na Suíça, na Áustria, na Rep. Checa, na Eslováquia, etc., vinheta essa que se vende a um preço razoável - na Suíça são 27,50 € e é válida para um ano - e que permite circular em toda a rede de auto-estradas sem percas de tempo inúteis.
Já agora pergunto porque é que nos EUA e na Alemanha não se pagam portagens na auto-estrada? Porque é que são só os países do sul da Europa (Itália, Espanha, Portugal e França) a ter este estúpido sistema? Até acho que a maioria das pessoas não se importaria de pagar uma vinheta como na Suíça, na Áustria, na Rep. Checa, na Eslováquia, etc., vinheta essa que se vende a um preço razoável - na Suíça são 27,50 € e é válida para um ano - e que permite circular em toda a rede de auto-estradas sem percas de tempo inúteis.
sábado, dezembro 13, 2003
Portugal Único 4 : História a céu aberto
A construção das Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha foi interrompida no século XVI e até hoje ficaram sem cobertura. O interior daquele espaço projectado pelo Mestre Huguete é de uma riqueza impressionante, nomeadamente o magnífico portal manuelino de Mateus Fernandes e o túmulo de D. Duarte e de D. Leonor. O problema é que todo este património histórico está à mercê da chuva, do musgo e dos fungos!
O Mosteiro da Batalha é sempre local de romaria quando ando a fazer de guia turístico dos meus amigos estrangeiros que me visitam. A indignação dos estrangeiros que visitam aquele local é unânime. Eu até já tenho vergonha de lá levar alguém. O musgo, os fungos e uns remates manhosos no portal manuelino, que desconfio terem sido feitos em cimento, são de revoltar a mais pacata alma.
Será que não se poderia arranjar uma solução mais saudável para aquele magnífico património que está ali ao abandono? Poderia ser uma cobertura discreta, mas que se enquadrasse com a obra sem chocar, que até poderia ser removida no Verão. Ou porque não uma cobertura futurista como a pirâmide do Louvre. Poderia chocar, mas o musgo a corroer um portal manuelino choca muito mais. Mesmo se estas fossem soluções inaceitáveis e a única solução fosse deixar as Capelas à chuva, o Mosteiro da Batalha deveria ter uma equipa de limpeza e restauro de serviço permanente para não deixar as Capelas apodrecer, como está a acontecer hoje em dia.
Lendo a meia dúzia de linhas sobre as Capelas Imperfeitas na página do IPPAR ficamos com a sensação de que alguém com responsabilidade na matéria se está a borrifar para aquela magnífica obra!
Salte até ao Portugal Único 3, mas desconfie da sinalização...
O Mosteiro da Batalha é sempre local de romaria quando ando a fazer de guia turístico dos meus amigos estrangeiros que me visitam. A indignação dos estrangeiros que visitam aquele local é unânime. Eu até já tenho vergonha de lá levar alguém. O musgo, os fungos e uns remates manhosos no portal manuelino, que desconfio terem sido feitos em cimento, são de revoltar a mais pacata alma.
Será que não se poderia arranjar uma solução mais saudável para aquele magnífico património que está ali ao abandono? Poderia ser uma cobertura discreta, mas que se enquadrasse com a obra sem chocar, que até poderia ser removida no Verão. Ou porque não uma cobertura futurista como a pirâmide do Louvre. Poderia chocar, mas o musgo a corroer um portal manuelino choca muito mais. Mesmo se estas fossem soluções inaceitáveis e a única solução fosse deixar as Capelas à chuva, o Mosteiro da Batalha deveria ter uma equipa de limpeza e restauro de serviço permanente para não deixar as Capelas apodrecer, como está a acontecer hoje em dia.
Lendo a meia dúzia de linhas sobre as Capelas Imperfeitas na página do IPPAR ficamos com a sensação de que alguém com responsabilidade na matéria se está a borrifar para aquela magnífica obra!
Salte até ao Portugal Único 3, mas desconfie da sinalização...
sexta-feira, dezembro 12, 2003
Utilizador-pagador
Na sequência deste texto, sobre o utilizador-pagador:
O utilizador-pagador é a antítese da ideia pioneira e já com mais de 100 anos dos seguros onde todos pagariam pouco para ajudar à grande desgraça de alguns...
Paulo César (Aba de Heisenberg)
O utilizador-pagador é a antítese da ideia pioneira e já com mais de 100 anos dos seguros onde todos pagariam pouco para ajudar à grande desgraça de alguns...
Paulo César (Aba de Heisenberg)
Os cristãos da treta
Paulo Portas junta-se ao grupo dos que não passam da primeira página da Constituição Europeia, aqueles que defendem a menção da tradição judaico-cristã da Europa. Mas Paulo Portas sabe o que é ser cristão? Ele acha que sim e até se julga um cristão, mas não é! Cristo distribuía peixes pelos pobres e não canas de pesca, ao contrário de todo o seu discurso contra o rendimento mínimo. Cristo recebia uma bofetada numa face e oferecia a outra. Paulo Portas tem um historial de perseguições políticas – uma boa parte delas injusta – que é impar em Portugal. Cristo não apedrejava as prostitutas, nem os estrangeiros, nem os excluídos, ou seja todos aqueles que são os alvos das cruzadas de Paulo Portas. Aliás, as cruzadas eram tão cristãs como Paulo Portas, e é esse «cristianismo» que se quer introduzir na Constituição, é o cristianismo do tempo das cruzadas, sobretudo com o objectivo de intimidar futuros países aderentes de tradição muçulmana como: a Bósnia, a Croácia, a Albânia e a Turquia.
Cristo entrou em Jerusalém montado num burro e não num Jaguar...
Cristo entrou em Jerusalém montado num burro e não num Jaguar...
terça-feira, dezembro 09, 2003
Ólympos: o triunfo do carteiro!
Os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna estiveram quase para se realizar em Budapeste, devido a problemas financeiros ligados à organização dos Jogos na Grécia. Graças a um generoso donativo do mecenas Georgios Averoff (920 000 dracmas de ouro) para a construção do estádio olímpico, os primeiros Jogos Olímpicos realizaram-se mesmo na Grécia, como devia ser!
O primeiro herói era carteiro!
O grego Spiridon Louis foi o grande herói dos Jogos de 1896. Quando entrou isolado no estádio olímpico onde terminava a maratona, o público entrou em histeria. Durante a volta final até à linha de meta, o público em delírio atirava anéis, pulseiras, moedas de ouro e moedas de prata para a pista. Spiridon Louis, que era carteiro, foi o primeiro vencedor da maratona dos Jogos Olímpicos da era moderna. O príncipe Constantino ofereceu-lhe uma avultada quantia em dinheiro e permitiu a Spiridon Louis que formalizasse os desejos que quisesse. Humildemente, Spiridon Louis apenas solicitou ao príncipe que libertasse o seu irmão a cumprir pena de prisão e pediu serviço de barbearia grátis para o resto da vida.
Começa aqui a maratora até à Atenas 2004.
O primeiro herói era carteiro!
O grego Spiridon Louis foi o grande herói dos Jogos de 1896. Quando entrou isolado no estádio olímpico onde terminava a maratona, o público entrou em histeria. Durante a volta final até à linha de meta, o público em delírio atirava anéis, pulseiras, moedas de ouro e moedas de prata para a pista. Spiridon Louis, que era carteiro, foi o primeiro vencedor da maratona dos Jogos Olímpicos da era moderna. O príncipe Constantino ofereceu-lhe uma avultada quantia em dinheiro e permitiu a Spiridon Louis que formalizasse os desejos que quisesse. Humildemente, Spiridon Louis apenas solicitou ao príncipe que libertasse o seu irmão a cumprir pena de prisão e pediu serviço de barbearia grátis para o resto da vida.
Começa aqui a maratora até à Atenas 2004.
domingo, dezembro 07, 2003
Terceiro mundismo na FNAC do Porto
Hoje a FNAC Stª Catarina, Porto, apresentou com pompa e circunstância o horóscopo para 2004 do Sr. Paulo Cardoso, dando assim o seu valioso contributo para a charlatanice e para a estupidez nacional.
Para todos aqueles que não puderam lá ir atirar uns ovos ou uns tomates podres aqui fica o email da FNAC : stacatarina@fnac.pt. Sempre dá para bombardear de mensagens «simpáticas» os senhores da FNAC que são responsáveis por estes devaneios.
Para todos aqueles que não puderam lá ir atirar uns ovos ou uns tomates podres aqui fica o email da FNAC : stacatarina@fnac.pt. Sempre dá para bombardear de mensagens «simpáticas» os senhores da FNAC que são responsáveis por estes devaneios.
sexta-feira, dezembro 05, 2003
Chulice: consultar a lei por 550 €
O Adufe levanta uma questão importante. Aproveitando este excelente meio de comunicação que é a internet, os governos deveriam usufruir desta oportunidade que a tecnologia nos proporciona pela primeira vez na história, para disponibilizar a legislação gratuitamente a todos os cidadãos. A legislação que é o bem mais básico de um estado de direito, mais básico do que a água e a luz.
Mas em Portugal não. Opta-se pela chulice! 550 € por uma assinatura anual ilimitada ao Diário da República, tenham dó! A estes preços a percentagem de portugueses, quer a título individual ou empresarial, que irão beneficiar deste novo suporte para o Diário da República será reduzidíssimo. Ou seja, a mais valia que a internet poderia trazer para que o Diário da República chegasse a mais pessoas, não será aproveitada.
Desculpem-me mas isto é típico dos países do sul da Europa. As auto-estradas remelosas com portagens e a filosofia do "utilizador-pagador" que significa tanto como "gostas de amoras-então já namoras", são brilhantes ideias dos países do sul da Europa: Portugal, Espanha, Itália e França. É por estas e por outras que depois temos fama de atrasados!
Mas em Portugal não. Opta-se pela chulice! 550 € por uma assinatura anual ilimitada ao Diário da República, tenham dó! A estes preços a percentagem de portugueses, quer a título individual ou empresarial, que irão beneficiar deste novo suporte para o Diário da República será reduzidíssimo. Ou seja, a mais valia que a internet poderia trazer para que o Diário da República chegasse a mais pessoas, não será aproveitada.
Desculpem-me mas isto é típico dos países do sul da Europa. As auto-estradas remelosas com portagens e a filosofia do "utilizador-pagador" que significa tanto como "gostas de amoras-então já namoras", são brilhantes ideias dos países do sul da Europa: Portugal, Espanha, Itália e França. É por estas e por outras que depois temos fama de atrasados!
quinta-feira, dezembro 04, 2003
Ainda os equívocos do filme "Camarate"
Insiste-se nos erros do filme “Camarate”. Podemos ler no público de hoje:
O final de "Camarate" não é apoteótico, apenas muito lógico, acaba com a magistrada a conseguir demonstrar na prática que o Cessna pode voar com o motor da asa esquerda desligado, num convite ao espectador para que tire as suas conclusões. E a verdade é que voa mesmo.
Pois voa! Será que há algum bimotor de concepção clássica como o Cessna que não voe quando só tem um motor em funcionamento? Mas com 200 kg de combustível a menos num dos dois depósitos situados na ponta das asas se calhar já não voaria lá muito bem...
O final de "Camarate" não é apoteótico, apenas muito lógico, acaba com a magistrada a conseguir demonstrar na prática que o Cessna pode voar com o motor da asa esquerda desligado, num convite ao espectador para que tire as suas conclusões. E a verdade é que voa mesmo.
Pois voa! Será que há algum bimotor de concepção clássica como o Cessna que não voe quando só tem um motor em funcionamento? Mas com 200 kg de combustível a menos num dos dois depósitos situados na ponta das asas se calhar já não voaria lá muito bem...
A argolada do filme "Camarate"
A cena final deste filme é enganadora. Existe a pretensão de demonstrar que se o Cessna onde voava Sá Carneiro não tivesse gasolina num dos depósitos o avião poderia voar mesmo se apenas um dos motores funcionasse. Assim aconteceu. O que não é de espantar, pois qualquer bimotor é capaz da proeza de voar se tiver apenas um motor em funcionamento.
Num ciclo de cinema português que houve em Estrasburgo durante uma sessão de perguntas a seguir ao filme "Camarate" interpelei o realizador se o voo final tinha sido realizado com o depósito, do lado do motor que parou, quase vazio ou com pouca gasolina. Ele corou e disse que não…
O problema é que se o avião tivesse um dos depósitos vazios ou quase vazios isso significaria cerca 200 kg a menos nas extremidades de uma das asas. Conclusão, o mais provável é que se um dos motores parou a seguir à descolagem, nem era preciso existisse uma diferença de peso de 200 kg bastaria uma diferença de peso de 120 a 150 kg de combustível entre os dois depósitos para que o avião desse uma pirueta ao mínimo fluxo de ar desfavorável!
Enfim, temos que continuar a aturar esta novela Camarate até que desapareça o último dos «Moicanos» e o pior é que são os nossos impostos que andam a pagar o folhetim.
Num ciclo de cinema português que houve em Estrasburgo durante uma sessão de perguntas a seguir ao filme "Camarate" interpelei o realizador se o voo final tinha sido realizado com o depósito, do lado do motor que parou, quase vazio ou com pouca gasolina. Ele corou e disse que não…
O problema é que se o avião tivesse um dos depósitos vazios ou quase vazios isso significaria cerca 200 kg a menos nas extremidades de uma das asas. Conclusão, o mais provável é que se um dos motores parou a seguir à descolagem, nem era preciso existisse uma diferença de peso de 200 kg bastaria uma diferença de peso de 120 a 150 kg de combustível entre os dois depósitos para que o avião desse uma pirueta ao mínimo fluxo de ar desfavorável!
Enfim, temos que continuar a aturar esta novela Camarate até que desapareça o último dos «Moicanos» e o pior é que são os nossos impostos que andam a pagar o folhetim.
terça-feira, dezembro 02, 2003
Strc prst skrz krk!
Strc prst skrz krk!
É o equivalente checo do "rato roeu a rolha do garrafão do Rei da Rússia", mas menos poético, significa: mete os dedos à garganta!
É o equivalente checo do "rato roeu a rolha do garrafão do Rei da Rússia", mas menos poético, significa: mete os dedos à garganta!
segunda-feira, dezembro 01, 2003
Trabalhar no feriado e os subsídios
Hoje é feriado e vim trabalhar. Na investigação não temos horários, temos objectivos. Por isso às vezes trabalhamos 16 ou mais horas por dia. Vezes há em que o trabalho está parado porque se espera uma encomenda ou uma peça da oficina e há tempo para pôr outras coisas em dia que têm menos a ver com o trabalho.
Como eu, hoje segunda-feira feriado, vieram trabalhar centenas de investigadores portugueses que recebem bolsas de investigação, quer isto dizer que descontam para as suas reformas como se ganhassem o ordenado mínimo, que não têm declaração de IRS - nem imaginam o problema que isso causa quando se quer viver normalmente, por exemplo, arrendar ou comprar uma casa - e quer dizer também que não existem regalias nenhumas se o bolseiro quiser ter um filho. Se se seguir a lei à risca, uma bolseira investigadora que esteja grávida pode ser obrigada a trabalhar até ao dia do parto e no dia seguinte deve comparecer no local de trabalho...
Sopra na blogosfera mais um daqueles "ventos" cheio de ódio de estimação (Ler no Mar Salgado). Agora são os subsídios. Começou pelos subsídios aos escritores e já começou a alastrar a outras áreas em que a atribuição ou não de subsídios já não é uma questão tão linear. Palpita-me que ainda vai sobrar para nós investigadores, só porque em investigação são atribuídas bolsas e a palavra bolsa faz confusão à cabeça de muita gente que tem ódio aos subsídios. Na investigação as bolsas existem para proteger o estado e não os investigadores. O estado necessita que seja desenvolvida investigação, mas não se quer comprometer a ter a seu cargo alguns milhares de investigadores em postos fixos (prefere fazê-lo antes em relação aos astrólogos da RTP e a funcionários que vieram do jornal Independente para o Ministério da Defesa). As bolsas são assim um expediente para o estado não se comprometer e efectuar "cortes" à medida das suas necessidades e não um subsídio de caridade pago aos investigadores. Relembro que as bolsas a que me refiro obedecem aos critérios de avaliação mais rigorosos (vai desde a média de curso ao número de artigos publicados e citados em revistas científicas com arbitragem internacional) que se praticam no país.
Para se obter uma bolsa de investigação não basta ter sido colega de trabalho do Ministro da Defesa no Independente, nem ser a astróloga particular de um director da RTP, é preciso dar à unha!
Como eu, hoje segunda-feira feriado, vieram trabalhar centenas de investigadores portugueses que recebem bolsas de investigação, quer isto dizer que descontam para as suas reformas como se ganhassem o ordenado mínimo, que não têm declaração de IRS - nem imaginam o problema que isso causa quando se quer viver normalmente, por exemplo, arrendar ou comprar uma casa - e quer dizer também que não existem regalias nenhumas se o bolseiro quiser ter um filho. Se se seguir a lei à risca, uma bolseira investigadora que esteja grávida pode ser obrigada a trabalhar até ao dia do parto e no dia seguinte deve comparecer no local de trabalho...
Sopra na blogosfera mais um daqueles "ventos" cheio de ódio de estimação (Ler no Mar Salgado). Agora são os subsídios. Começou pelos subsídios aos escritores e já começou a alastrar a outras áreas em que a atribuição ou não de subsídios já não é uma questão tão linear. Palpita-me que ainda vai sobrar para nós investigadores, só porque em investigação são atribuídas bolsas e a palavra bolsa faz confusão à cabeça de muita gente que tem ódio aos subsídios. Na investigação as bolsas existem para proteger o estado e não os investigadores. O estado necessita que seja desenvolvida investigação, mas não se quer comprometer a ter a seu cargo alguns milhares de investigadores em postos fixos (prefere fazê-lo antes em relação aos astrólogos da RTP e a funcionários que vieram do jornal Independente para o Ministério da Defesa). As bolsas são assim um expediente para o estado não se comprometer e efectuar "cortes" à medida das suas necessidades e não um subsídio de caridade pago aos investigadores. Relembro que as bolsas a que me refiro obedecem aos critérios de avaliação mais rigorosos (vai desde a média de curso ao número de artigos publicados e citados em revistas científicas com arbitragem internacional) que se praticam no país.
Para se obter uma bolsa de investigação não basta ter sido colega de trabalho do Ministro da Defesa no Independente, nem ser a astróloga particular de um director da RTP, é preciso dar à unha!
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