A órbita do satélite SOHO deveria ser declarada uma Maravilha do Mundo, ou melhor do Sistema Solar! O SOHO, satélite concebido para estudar o Sol, descreve uma órbita circular no meio do vazio, algures entre a Terra e o Sol. O ponto em torno do qual descreve a sua orbita chama-se ponto Lagrangiano e corresponde ao centro de massa do conjunto Terra-Sol. Assim, o SOHO descreve uma órbita circular à volta de nada, mas com a mesma dinâmica como se nesse nada existisse um corpo com uma massa equivalente à massa Sol somada à massa da Terra.
Fazendo um paralelo com as Maravilhas da Antiguidade poderíamos dizer que a órbita do SOHO são os Jardins Suspensos do século XXI.
(Imagem do sítio da Agência Espacial Europeia)
sábado, novembro 29, 2003
sexta-feira, novembro 28, 2003
Elephant
Em "Elephant" Gus Van Sant aborda o tema da violência provocada por armas de fogo na sociedade americana de uma forma original, mas complementar à obra "Bowling for Columbine" de Michael Moore. Van Sant retracta como poucos o ritmo de vida americano, através da vida de alguns jovens de um banal liceu de Portland. Os grandes espaços exteriores, longos corredores, imensos parques, salas espaçosas, silêncios e caminhadas intermináveis ou seja a América como ela é, sem coboiadas, como raros a filmaram. Como Wim Wenders a filmou em "O Estado das Coisas", "Paris Texas" e "The End of Violence". No filme essa pacatez é brutalmente interrompida pela violência sádica e gratuita de dois jovens que tinham comprado armas de guerra pela internet - legais nos EUA, embora passem por armas de auto-defesa - com a ajuda de um simples cartão de crédito.
O resultado é Elephant, uma obra prima, na minha opinião um dos melhores filmes americanos dos últimos tempos.
O resultado é Elephant, uma obra prima, na minha opinião um dos melhores filmes americanos dos últimos tempos.
quinta-feira, novembro 27, 2003
Galileu apagou a Igreja da Constituição Europeia
Quando em 1610 Galileu Galilei apontou o seu telescópio para o céu estava longe de imaginar o que essa sua ousadia iria desencadear. Em 1633 o papa Urbano VIII foi categórico ao proibir o «Diálogo» de Galileu condenando-o simultaneamente a abjuração pública e formal e a detenção por período indefinido. A 22 de Junho do mesmo ano, Galileu bastante doente, ajoelhou-se perante o tribunal do Santo Ofício e proferiu obedientemente o seguinte discurso:
Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzio Galilei, (…) depois de me ter sido legalmente feita por este Santo Ofício uma injunção no sentido de que deveria abandonar por completo a falsa opinião de que o Sol é o centro do Mundo e imóvel, e de que a Terra não é o centro do Mundo e se move, e de que não deveria aceitar, defender ou ensinar, de qualquer modo, verbalmente ou por escrito, a dita falsa doutrina, e depois de me ter sido notificado que a dita doutrina era contrária à Sagrada Escritura, escrevi e imprimi um livro em que tratava essa nova doutrina já condenada e aduzia argumentos a seu favor sem apresentar nenhuma solução para eles, fui considerado veementemente suspeito de heresia, ou seja, de ter aceitado e acreditado que o Sol é o centro do Mundo e imóvel e que a Terra não é o centro e se move.
Portanto, desejando tirar do espírito de Vossas Eminências, e do de todos os fiéis cristãos, essa veemente suspeita justamente concebida contra mim, com coração sincero e fé singela abjuro, maldigo e abomino os supraditos erros e heresias e também todos os outros erros, erros e seitas sejam quais forem, contrários à Santa Igreja, e juro que de futuro nunca mais voltarei a dizer ou a afirmar verbalmente ou por escrito alguma coisa capaz de causar similar suspeita contra mim.
Só muito recentemente a Igreja pediu desculpa por esta arrogante, ignorante e atroz condenação de Galileu Galilei. Esta é a prova de que no essencial a Igreja pouco mudou desde o século XVII. Se não fossem individualidades como Galileu que deram corpo ao movimento renascentista e ainda hoje andaríamos por caminhos bem longe dos que são trilhados pelos países que constituem a União Europeia.
O professor Carlos Amaral Dias fundamenta muito bem esta divergência de percursos quando refere que a pior coisa que aconteceu à Europa foram as trevas, altura em que o tempo era organizado em função do fim dos tempos. Indo mais longe ao referir que a Europa é muito mais herdeira do iluminismo e de Kant do que do cristianismo. Eu sugeriria o renascimento como base da génese da Europa dos nossos dias e o iluminismo e a industrialização como seus subprodutos directos. Para mais Portugal foi um dos países que teve um papel fulcral no movimento renascentista.
Existe uma última questão que torna obsoleta a pretensão de incluir uma menção ao cristianismo na Constituição Europeia. Actualmente na UE existem mais de 10 milhões de muçulmanos e foram assinados há alguns meses acordos para iniciar processos de negociação com países como a Croácia, a Bósnia-Herzegovina, a Servia e Montenegro e a Albânia, tudo países em que existem fortes comunidades muçulmanas. Assim, fazer menção ao cristianismo ou à tradição judaico-cristã é estar claramente a incorrer numa manifestaçao de má fé e de falta de respeito para futuros aderentes, cujo objectivo único é o de «marcar território» a estas futuras adesões e especialmente a uma hipotética adesão da Turquia.
Julgo que a actual versão da Constituição (pag. 1) que enuncia as heranças da Europa de uma forma mais genérica (refere apenas herança religiosa) é bem mais razoável do que os devaneios religiosos dos governos polaco, espanhol e português que parecem andar com saudades do tempo em que o Vaticano mandava na Europa. Eis o parágrafo da polémica:
Inspirando-se nas heranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, cujos valores, ainda presentes no seu património, enraizaram na vida da sociedade a sua percepção do papel central da pessoa humana e dos seus direitos invioláveis e inalienáveis (...)
Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzio Galilei, (…) depois de me ter sido legalmente feita por este Santo Ofício uma injunção no sentido de que deveria abandonar por completo a falsa opinião de que o Sol é o centro do Mundo e imóvel, e de que a Terra não é o centro do Mundo e se move, e de que não deveria aceitar, defender ou ensinar, de qualquer modo, verbalmente ou por escrito, a dita falsa doutrina, e depois de me ter sido notificado que a dita doutrina era contrária à Sagrada Escritura, escrevi e imprimi um livro em que tratava essa nova doutrina já condenada e aduzia argumentos a seu favor sem apresentar nenhuma solução para eles, fui considerado veementemente suspeito de heresia, ou seja, de ter aceitado e acreditado que o Sol é o centro do Mundo e imóvel e que a Terra não é o centro e se move.
Portanto, desejando tirar do espírito de Vossas Eminências, e do de todos os fiéis cristãos, essa veemente suspeita justamente concebida contra mim, com coração sincero e fé singela abjuro, maldigo e abomino os supraditos erros e heresias e também todos os outros erros, erros e seitas sejam quais forem, contrários à Santa Igreja, e juro que de futuro nunca mais voltarei a dizer ou a afirmar verbalmente ou por escrito alguma coisa capaz de causar similar suspeita contra mim.
Só muito recentemente a Igreja pediu desculpa por esta arrogante, ignorante e atroz condenação de Galileu Galilei. Esta é a prova de que no essencial a Igreja pouco mudou desde o século XVII. Se não fossem individualidades como Galileu que deram corpo ao movimento renascentista e ainda hoje andaríamos por caminhos bem longe dos que são trilhados pelos países que constituem a União Europeia.
O professor Carlos Amaral Dias fundamenta muito bem esta divergência de percursos quando refere que a pior coisa que aconteceu à Europa foram as trevas, altura em que o tempo era organizado em função do fim dos tempos. Indo mais longe ao referir que a Europa é muito mais herdeira do iluminismo e de Kant do que do cristianismo. Eu sugeriria o renascimento como base da génese da Europa dos nossos dias e o iluminismo e a industrialização como seus subprodutos directos. Para mais Portugal foi um dos países que teve um papel fulcral no movimento renascentista.
Existe uma última questão que torna obsoleta a pretensão de incluir uma menção ao cristianismo na Constituição Europeia. Actualmente na UE existem mais de 10 milhões de muçulmanos e foram assinados há alguns meses acordos para iniciar processos de negociação com países como a Croácia, a Bósnia-Herzegovina, a Servia e Montenegro e a Albânia, tudo países em que existem fortes comunidades muçulmanas. Assim, fazer menção ao cristianismo ou à tradição judaico-cristã é estar claramente a incorrer numa manifestaçao de má fé e de falta de respeito para futuros aderentes, cujo objectivo único é o de «marcar território» a estas futuras adesões e especialmente a uma hipotética adesão da Turquia.
Julgo que a actual versão da Constituição (pag. 1) que enuncia as heranças da Europa de uma forma mais genérica (refere apenas herança religiosa) é bem mais razoável do que os devaneios religiosos dos governos polaco, espanhol e português que parecem andar com saudades do tempo em que o Vaticano mandava na Europa. Eis o parágrafo da polémica:
Inspirando-se nas heranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, cujos valores, ainda presentes no seu património, enraizaram na vida da sociedade a sua percepção do papel central da pessoa humana e dos seus direitos invioláveis e inalienáveis (...)
quarta-feira, novembro 26, 2003
Europa em Coimbra
Graças à Fundação Bissaya Barreto já a partir de amanhã poderemos finalmente assistir a um debate a sério sobre a Europa. O anúncio foi feito em cima da hora, mas mais vale tarde que nunca! Decorrerá no magnífico espaço do Convento de São Francisco em Santa Clara, ainda em fase de recuperação. Horários e informações estão aqui.
terça-feira, novembro 25, 2003
Os terroristas estão aqui e não aí!
Le chauffer de taxi:
- Et ta religion? C’est quoi ta religion?
Je pense à Daniel Pearl encore et à ses derniers mots, tels que les a fixés la video filmée par les ravisseurs : «my father is a Jew, my mother is a Jew, I am a Jew…»
- Athée, dis-je alors. Ma religion c’est athée.
Bernard-Henri Lévy, «Qui a tué Daniel Pearl» Editions Grasset (2003).
Diálogo ocorrido em 2002 em Carachi, Paquistão, onde os maiores terroristas islâmicos têm vidas absolutamente tranquilas, tal como os seus compinchas da Arábia Saudita, aliados de fachada e de conveniência dos EUA.
- Et ta religion? C’est quoi ta religion?
Je pense à Daniel Pearl encore et à ses derniers mots, tels que les a fixés la video filmée par les ravisseurs : «my father is a Jew, my mother is a Jew, I am a Jew…»
- Athée, dis-je alors. Ma religion c’est athée.
Bernard-Henri Lévy, «Qui a tué Daniel Pearl» Editions Grasset (2003).
Diálogo ocorrido em 2002 em Carachi, Paquistão, onde os maiores terroristas islâmicos têm vidas absolutamente tranquilas, tal como os seus compinchas da Arábia Saudita, aliados de fachada e de conveniência dos EUA.
sexta-feira, novembro 21, 2003
Propinas: os pobrezinhos são a favor!
Toma lá que já almoçaste! Afinal os meus pais e os meus avós enganaram-me quando me disseram que no tempo deles não havia dinheiro para estudar. Nessa altura em que os ricos pagavam e bem para estudar, os meus pais e os meus avós foram uns malandrecos e cá para mim não lhes apeteceu foi ir estudar para a Universidade!
A equipa do ex-ministro Pedro Lynce era de facto visionária, trabalhadora (até redigiam despachos nas horas extraordinárias) e sobretudo muito honesta! Nunca tal coisa me tinha ocorrido! É então precisa muita firmeza para defender estas medidas impopulares mas de uma competência e de um profissionalismo extremos!
quinta-feira, novembro 20, 2003
Fazem falta as provocações de Cristovão Moura
Novembro já vai a mais de meio e Cristóvão de Moura ainda não voltou desde que os seus dedos começaram a tremer. Teria ele encontrado D. Sebastião lá para os lados de Alcácer Quibir? Deve estar a convencê-lo a ficar por lá, acompanhado de um bom vinho tinto, "que o branco é vinho para Ingleses", numa qualquer "esplanada a puxar para o gin tónico".
terça-feira, novembro 18, 2003
A América que se questiona 3
Jessica Lynch decidiu escrever este livro onde desmonta a tentativa das Forças Armadas dos EUA de transformar a sua captura pelas forças Iraquianas num caso de propaganda para dar moral às tropas e para atirar «areia aos olhos» do cidadão comum.
Esta mentira de pacotilha tão pequenina mostra até que ponto a actual Administração Americana está disposta a ir para atingir os seus fins. Se se mente sobre coisas tão comezinhas como estas provavelmente mente-se a sério quando mais altos valores se levantam. Por exemplo, sobre as armas de destruição em massa. Não seria a primeira vez. Muitos Italianos ainda não esqueceram as mentiras que se contaram nos anos 80 quando se tentou esconder que tinha sido um avião de combate americano a abater por engano um avião de passageiros no sul de Itália.
Jessica Lynch deveria ter apresentado ontem o seu livro no programa de Larry King na CNN, mas não o fez porque não se sentia bem disposta sendo a apresentação adiada. Esperemos que o motivo não seja alguma «depressão» como a de David Kelly.
(Wall Street, Nova Iorque, 2002)
Salte para: A América que se questiona 2
Esta mentira de pacotilha tão pequenina mostra até que ponto a actual Administração Americana está disposta a ir para atingir os seus fins. Se se mente sobre coisas tão comezinhas como estas provavelmente mente-se a sério quando mais altos valores se levantam. Por exemplo, sobre as armas de destruição em massa. Não seria a primeira vez. Muitos Italianos ainda não esqueceram as mentiras que se contaram nos anos 80 quando se tentou esconder que tinha sido um avião de combate americano a abater por engano um avião de passageiros no sul de Itália.
Jessica Lynch deveria ter apresentado ontem o seu livro no programa de Larry King na CNN, mas não o fez porque não se sentia bem disposta sendo a apresentação adiada. Esperemos que o motivo não seja alguma «depressão» como a de David Kelly.
(Wall Street, Nova Iorque, 2002)
Salte para: A América que se questiona 2
segunda-feira, novembro 17, 2003
Será a Constituição um Adamastor Europeu?
As opiniões que vão surgindo em Portugal sobre a Constituição Europeia são em geral avulsas e frequentemente fazem apelo a bichos-papões que fazem lembrar a lenda do Gigante Adamastor.
O Abrupto questiona se a existência de um Ministro dos Negócios Estrangeiros da UE perturbará a autonomia da política internacional de cada país e dá como exemplo a cimeira dos Açores. Pergunta Pacheco Pereira se Portugal poderia ou não organizar essa cimeira se existisse o referido Ministro Europeu.
Parece-me que esta é uma falsa questão, mas se fosse uma questão importante ironicamente encontraria resposta noutro texto do próprio Pacheco Pereira numa das suas crónicas do Público. Nessa crónica, a propósito das posições do governo Belga contra a guerra no Iraque, Pacheco Pereira refere em tom ameaçador que os Belgas a continuar assim ainda se arriscariam a perder a sede da NATO para a Polónia. Esta abordagem revela da parte de Pacheco Pereira a apologia de uma disciplina total por parte dos países membros às políticas oficiais da NATO. Posteriormente, o que se verificou é que cada país membro da NATO adoptou posições autónomas sobre o conflito no Iraque. Mas não era isso que Pacheco Pereira defendia. Então porque é que agora a propósito do cargo do Ministro Europeu dos Negócios Estrangeiros Pacheco Pereira se mostra tão preocupado com a autonomia da política internacional de cada país? Só porque o Ministro seria um Europeu independente da NATO? Parece-me bem que essa preocupação não tem fundamento e a cimeira dos Açores, apesar da sua evidente irrelevância, realizar-se-ia quer existisse ou não um Ministro Europeu, exactamente da mesma maneira que a autonomia Belga não foi afectada pelas suas divergências com os países mais influentes da NATO. Aliás as funções actualmente exercidas por Javier Solana (ironicamente o ex-secretário geral da NATO) na UE já são basicamente as funções de um hipotético Ministro, o que esvazia bastante este tipo preocupações.
Ao contrário de outros países, em Portugal praticamente não se publicam livros onde se analise ou se sugiram caminhos sobre o futuro da UE. A escassez de palestras ou de debates é mais um sintoma do problema. Infelizmente, restam-nos discussões avulsas e eurofobias alarmistas de conteúdo duvidoso.
O Abrupto questiona se a existência de um Ministro dos Negócios Estrangeiros da UE perturbará a autonomia da política internacional de cada país e dá como exemplo a cimeira dos Açores. Pergunta Pacheco Pereira se Portugal poderia ou não organizar essa cimeira se existisse o referido Ministro Europeu.
Parece-me que esta é uma falsa questão, mas se fosse uma questão importante ironicamente encontraria resposta noutro texto do próprio Pacheco Pereira numa das suas crónicas do Público. Nessa crónica, a propósito das posições do governo Belga contra a guerra no Iraque, Pacheco Pereira refere em tom ameaçador que os Belgas a continuar assim ainda se arriscariam a perder a sede da NATO para a Polónia. Esta abordagem revela da parte de Pacheco Pereira a apologia de uma disciplina total por parte dos países membros às políticas oficiais da NATO. Posteriormente, o que se verificou é que cada país membro da NATO adoptou posições autónomas sobre o conflito no Iraque. Mas não era isso que Pacheco Pereira defendia. Então porque é que agora a propósito do cargo do Ministro Europeu dos Negócios Estrangeiros Pacheco Pereira se mostra tão preocupado com a autonomia da política internacional de cada país? Só porque o Ministro seria um Europeu independente da NATO? Parece-me bem que essa preocupação não tem fundamento e a cimeira dos Açores, apesar da sua evidente irrelevância, realizar-se-ia quer existisse ou não um Ministro Europeu, exactamente da mesma maneira que a autonomia Belga não foi afectada pelas suas divergências com os países mais influentes da NATO. Aliás as funções actualmente exercidas por Javier Solana (ironicamente o ex-secretário geral da NATO) na UE já são basicamente as funções de um hipotético Ministro, o que esvazia bastante este tipo preocupações.
Ao contrário de outros países, em Portugal praticamente não se publicam livros onde se analise ou se sugiram caminhos sobre o futuro da UE. A escassez de palestras ou de debates é mais um sintoma do problema. Infelizmente, restam-nos discussões avulsas e eurofobias alarmistas de conteúdo duvidoso.
domingo, novembro 16, 2003
A blogosfera no divã
O Paulo Querido escreve sobre a evolução e a interactividade da blogosfera um daqueles textos propício a uma boa reflexão.
O Outro Eu aborda sabiamente a angústia do blogo-autor perante os seus textos e as suas opiniões.
O Outro Eu aborda sabiamente a angústia do blogo-autor perante os seus textos e as suas opiniões.
sexta-feira, novembro 14, 2003
Portugal Único 3: até Coimbra pelo bilhar grande
Há alguns anos recebi a visita em Portugal de um casal de amigos alemães. Vieram de automóvel e entraram em Portugal por Vilar Formoso. Ao recebê-los em Coimbra disseram-me que tinha razão quando os tinha prevenido que as estradas portuguesas eram muito más. Eu respondi: "pois, essa estrada, a IP5, é uma estrada muito perigosa.". Eles continuaram, descrevendo-me que mal atravessaram a fronteira apanharam uma estrada horrível cheia de curvas apertadas e cotovelos, mas que apesar de tudo a vista até era bonita. Curvas apertadas e cotovelos pareceu-me uma descrição exagerada da IP5. E perguntei: "Mas essa estrada não tinha uns troços em que havia duas faixas em cada sentido?". Eles disseram-me que não. Percebi então que tinham vindo até Coimbra pela Estrada da Beira... Eles continuaram, explicando-me que mal passaram a fronteira havia uma indicação para sair da IP5 e seguir para Coimbra pela Estrada da Beira. Fiquei meio incrédulo, mas depois quando passei por lá verifiquei que era verdade. Até hoje nada mudou. Aqui está uma foto tirada este ano que o prova:
O que aconteceu a este casal alemão acontece diariamente aos estrangeiros que vêm para Coimbra e têm o azar de entrar no nosso país pela fronteira de Vilar Formoso
Se estas indicações estivessem bem feitas Coimbra seria indicada em frente pela IP5, pois é sem dúvida o percurso mais rápido ou então seria indicada nas duas direcções: pelo itinerário principal e pela estrada nacional.
São este tipo de exemplos que dão uma imagem caótica de Portugal aos estrangeiros que nos visitam. A grande causa deste tipo de problemas é a total diluição de responsabilidades que existe a nível regional no nosso país. Esta placa prejudica principalmente quem se quer dirigir a Coimbra, logo Coimbra é a principal perdedora. Como está colocada noutro concelho, os responsáveis desse concelho não querem saber, nem o organismo responsável pela sinalização das estradas. A falta de uma administração regional eleita nas Beiras - e no resto de Portugal continental - faz com que ninguém com poder de decisão detecte e resolva este problema. Ninguém é culpado e todos perdem.
Salte até ao Portugal Único 2
O que aconteceu a este casal alemão acontece diariamente aos estrangeiros que vêm para Coimbra e têm o azar de entrar no nosso país pela fronteira de Vilar Formoso
Se estas indicações estivessem bem feitas Coimbra seria indicada em frente pela IP5, pois é sem dúvida o percurso mais rápido ou então seria indicada nas duas direcções: pelo itinerário principal e pela estrada nacional.
São este tipo de exemplos que dão uma imagem caótica de Portugal aos estrangeiros que nos visitam. A grande causa deste tipo de problemas é a total diluição de responsabilidades que existe a nível regional no nosso país. Esta placa prejudica principalmente quem se quer dirigir a Coimbra, logo Coimbra é a principal perdedora. Como está colocada noutro concelho, os responsáveis desse concelho não querem saber, nem o organismo responsável pela sinalização das estradas. A falta de uma administração regional eleita nas Beiras - e no resto de Portugal continental - faz com que ninguém com poder de decisão detecte e resolva este problema. Ninguém é culpado e todos perdem.
Salte até ao Portugal Único 2
terça-feira, novembro 11, 2003
A América que se questiona 2
Os verdadeiros patriotas fazem perguntas
Carl Sagan, Título do cap. 25 de "O Mundo Infestado de Demónios".
Os nossos verdadeiros aliados são aqueles que nos dizem para parar quando fazemos asneiras
Michael Moore, ao receber o César do melhor documentário em Paris, 2002.
Os EUA deveriam deixar o Iraque entregue a uma força paz realmente neutra e a seguir pedir desculpas aos Iraquianos
Michael Moore, sexta-feira passada na CNN na apresentação do seu livro "Dude, Where's My Country?".
Salte para: A América que se questiona 1
Carl Sagan, Título do cap. 25 de "O Mundo Infestado de Demónios".
Os nossos verdadeiros aliados são aqueles que nos dizem para parar quando fazemos asneiras
Michael Moore, ao receber o César do melhor documentário em Paris, 2002.
Os EUA deveriam deixar o Iraque entregue a uma força paz realmente neutra e a seguir pedir desculpas aos Iraquianos
Michael Moore, sexta-feira passada na CNN na apresentação do seu livro "Dude, Where's My Country?".
Salte para: A América que se questiona 1
domingo, novembro 09, 2003
Propinas : promessas de 1993 vistas em 2003
Em vez de andarem sempre a falar de tunas, fatos académicos, praxes, papel higiénico e cadeados, as pessoas que defenderam o pagamento de propinas em 93, deveriam era fazer uma análise sobre as consequências da implementação dessa lei no ensino superior até aos dias de hoje. Isso é que seria falar realmente de propinas e dos verdadeiros problemas do ensino superior. Estas pessoas deveriam dizer algo do género :
Em 93 dissemos que se os estudantes pagassem propinas iram ter os benefícios : A, B, C e D.
Agora em 2003, dez anos depois da aprovação da lei das propinas, os estudantes tiveram, ou tiveram parcialmente, ou não tiveram de todo os benefícios : A, B, C e D.
Isto é que seria falar com seriedade sobre o problema das propinas e eventualmente seria um bom ponto de partida para discutir os restantes problemas do ensino superior, pois como escreve e bem o Miguel Vale de Almeida fala-se demasiado só em propinas.
Por exemplo, estou-me a lembrar de um debate emitido pela SIC em 93 onde participaram o Sr. Miguel Sousa Tavares e os Srs. deputados António Barreto e Pacheco Pereira. Esse programa está gravado e muita coisa foi dita nesse programa sobre as consequências das propinas na qualidade do ensino superior. O que seria realmente interessante era se os Srs. deputados António Barreto e Pacheco Pereira analisassem e explicassem, agora em 2003, o que mudou realmente na qualidade do ensino desde 93. Isso sim, isso é que seria falar com seriedade de propinas e seria também um bom exercício anti-demagógico!
Em 93 dissemos que se os estudantes pagassem propinas iram ter os benefícios : A, B, C e D.
Agora em 2003, dez anos depois da aprovação da lei das propinas, os estudantes tiveram, ou tiveram parcialmente, ou não tiveram de todo os benefícios : A, B, C e D.
Isto é que seria falar com seriedade sobre o problema das propinas e eventualmente seria um bom ponto de partida para discutir os restantes problemas do ensino superior, pois como escreve e bem o Miguel Vale de Almeida fala-se demasiado só em propinas.
Por exemplo, estou-me a lembrar de um debate emitido pela SIC em 93 onde participaram o Sr. Miguel Sousa Tavares e os Srs. deputados António Barreto e Pacheco Pereira. Esse programa está gravado e muita coisa foi dita nesse programa sobre as consequências das propinas na qualidade do ensino superior. O que seria realmente interessante era se os Srs. deputados António Barreto e Pacheco Pereira analisassem e explicassem, agora em 2003, o que mudou realmente na qualidade do ensino desde 93. Isso sim, isso é que seria falar com seriedade de propinas e seria também um bom exercício anti-demagógico!
Eclipse ma non troppo
Esta noite o eclipse foi visto em Coimbra pelo "buraco da fechadura". Graças a umas nuvens simpáticas que deram um jeitinho, criando umas abertas aqui e ali, foi possível observar a Lua a desaparecer e a aparecer como se nos estivesse a piscar o olho.
Quarto minguante
No entanto deu para conhecer um simpático investigador Eslovaco que participa num trabalho de colaboração entre a Universidade de Coimbra e a Universidade Nova (para desagrado de alguns blogo-provincianos a Universidade de Coimbra tem inúmeros projectos em conjunto com outras universidades do país). Da conversa retive mais um rol de atropelos sobre a maneira como o estado português acolhe pessoas que vêm para Portugal fazer trabalhos altamente qualificados. Temos a mania que recebemos bem os estrangeiros, mas depois na prática, quando toca a vistos, contas bancárias, segurança social, etc., a nossa administração trata os estrangeiros abaixo de cão.
Sinceramente, estes tipo de problemas envergonham-me. Um país de emigrantes (um terço dos portugueses vive no estrangeiro) deveria ter uma maior sensibilidade para este tipo de problemas.
Quarto minguante
No entanto deu para conhecer um simpático investigador Eslovaco que participa num trabalho de colaboração entre a Universidade de Coimbra e a Universidade Nova (para desagrado de alguns blogo-provincianos a Universidade de Coimbra tem inúmeros projectos em conjunto com outras universidades do país). Da conversa retive mais um rol de atropelos sobre a maneira como o estado português acolhe pessoas que vêm para Portugal fazer trabalhos altamente qualificados. Temos a mania que recebemos bem os estrangeiros, mas depois na prática, quando toca a vistos, contas bancárias, segurança social, etc., a nossa administração trata os estrangeiros abaixo de cão.
Sinceramente, estes tipo de problemas envergonham-me. Um país de emigrantes (um terço dos portugueses vive no estrangeiro) deveria ter uma maior sensibilidade para este tipo de problemas.
sábado, novembro 08, 2003
Eclipse da Lua
Hoje o Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra organiza uma sessão de observação do eclipse total da Lua. As informações estão todas aqui.
Para os mais cépticos:
Um eclipse da Lua constitui um dos raros momentos em que temos uma prova inequívoca à nossa frente de que a Terra é redonda. Basta observar a forma da sombra da Terra que é projectada sobre a Lua durante o eclipse. Afinal não vivemos sobre uma carapaça de tartaruga, nem os oceanos caem a pique de uma face para a outra de uma hipotética Terra cúbica! Pode parecer óbvio nos dias de hoje, mas no passado os eclipses lunares serviam para excluir algumas das teorias mais bizarras sobre a forma da Terra.
Para os mais cépticos:
Um eclipse da Lua constitui um dos raros momentos em que temos uma prova inequívoca à nossa frente de que a Terra é redonda. Basta observar a forma da sombra da Terra que é projectada sobre a Lua durante o eclipse. Afinal não vivemos sobre uma carapaça de tartaruga, nem os oceanos caem a pique de uma face para a outra de uma hipotética Terra cúbica! Pode parecer óbvio nos dias de hoje, mas no passado os eclipses lunares serviam para excluir algumas das teorias mais bizarras sobre a forma da Terra.
sexta-feira, novembro 07, 2003
A blogosfera é uma aldeia e tem vulcões!
Não é só o mundo que é pequeno, a blogosfera também é pequena! Entro num avião em Newark cruzo-me com o Álvaro Costa, chego a Portugal, vou ao Aviz e descubro que o mesmo Álvaro Costa também é um blogonauta e que o seu blogue é o Via Rápida, onde ele descreve a sua passagem pelo aeroporto de Newark! Salto para o Abrupto e dou-me de caras com vulcões da Reunião, vinha eu ainda com a memória impregnada de impressionantes imagens de Crater Lake no Oregon.
O Crater Lake é um lago que se encontra a mais de 2000 metros de altitude preenchendo a cratera de um vulcão. O que é realmente impressionante é que este lago/cratera chega a ter um diâmetro máximo superior a 9 km e para além disso ainda contêm uma ilha!
Aldeola definitivamente!
A seguir, ao ler o artigo do Abrupto «Leituras de voo» fico com a certeza absoluta que a blogosfera é uma verdadeira aldeola. Nesse artigo podemos ler mais uma manifestação de um paupérrimo anti-francesismo a que o Abrupto já nos vem habituando :
Leituras de voo desta vez não foram brilhantes, talvez porque, num chauvinismo quase constante e irritante, os aviões franceses não trazem jornais em inglês. A única excepção era o Financial Times.
Ficámos assim saber que se um avião de um determinado país não tiver jornais na língua que o passageiro desejar, esse país é chauvinista! No regresso efectuei um voo interno nos EUA - tal como parece ter sido um voo interno, o voo de Pacheco Pereira da Reunião para a França metropolitana - onde mais de 50 milhões de pessoas falam castelhano e não encontrei um único jornal nesta língua. Já nem peço o Libération ou Le Canard Enchaîné porque está na cara que não há, nem estes nem esse verdadeiro jornal universal, a Gazzeta dello Sport! Na viagem de volta para Portugal há uma revista portuguesa a Exame, aleluia! Pela mesma lógica poderia concluir que os americanos são chauvinistas, mas não me apetece descer por esses caminhos de cabras. Mas se seguíssemos esses caminhos se calhar concluiríamos que o mundo todo é chauvinista. Talvez escapassem países como o Mónaco, o Luxemburgo ou Andorra só porque não tem aeroporto internacional, claro!
Enfim, infelizmente o Abrupto já nos habituou a alguns artigos em que envereda por caminhos anti-franceses ou anti-Coimbra onde vale tudo, mistura-se no mesmo saco indiscriminadamente : tunas, propinas, ensino superior, investigação, papel higiénico e universidade. O que vale é que ataques de um velado provincianismo dá mais para sorrir do que para ficar chateado.
O Crater Lake é um lago que se encontra a mais de 2000 metros de altitude preenchendo a cratera de um vulcão. O que é realmente impressionante é que este lago/cratera chega a ter um diâmetro máximo superior a 9 km e para além disso ainda contêm uma ilha!
Aldeola definitivamente!
A seguir, ao ler o artigo do Abrupto «Leituras de voo» fico com a certeza absoluta que a blogosfera é uma verdadeira aldeola. Nesse artigo podemos ler mais uma manifestação de um paupérrimo anti-francesismo a que o Abrupto já nos vem habituando :
Leituras de voo desta vez não foram brilhantes, talvez porque, num chauvinismo quase constante e irritante, os aviões franceses não trazem jornais em inglês. A única excepção era o Financial Times.
Ficámos assim saber que se um avião de um determinado país não tiver jornais na língua que o passageiro desejar, esse país é chauvinista! No regresso efectuei um voo interno nos EUA - tal como parece ter sido um voo interno, o voo de Pacheco Pereira da Reunião para a França metropolitana - onde mais de 50 milhões de pessoas falam castelhano e não encontrei um único jornal nesta língua. Já nem peço o Libération ou Le Canard Enchaîné porque está na cara que não há, nem estes nem esse verdadeiro jornal universal, a Gazzeta dello Sport! Na viagem de volta para Portugal há uma revista portuguesa a Exame, aleluia! Pela mesma lógica poderia concluir que os americanos são chauvinistas, mas não me apetece descer por esses caminhos de cabras. Mas se seguíssemos esses caminhos se calhar concluiríamos que o mundo todo é chauvinista. Talvez escapassem países como o Mónaco, o Luxemburgo ou Andorra só porque não tem aeroporto internacional, claro!
Enfim, infelizmente o Abrupto já nos habituou a alguns artigos em que envereda por caminhos anti-franceses ou anti-Coimbra onde vale tudo, mistura-se no mesmo saco indiscriminadamente : tunas, propinas, ensino superior, investigação, papel higiénico e universidade. O que vale é que ataques de um velado provincianismo dá mais para sorrir do que para ficar chateado.
quinta-feira, novembro 06, 2003
O elogio do rasca
Ouvi esta manhã o Ministro Paulo Portas na Assembleia da República a dar lições de economia e gestão ao país! Isto vem de quem foi incapaz de gerir duas empresas "pé de chinelo" que eram continuamente subsidiadas pela Universidade Moderna e, pior do que isso, deixou essas mesmas empresas à beira da ruína financeira. Onde é que está o sentido crítico deste país? Será que queremos um país onde os rascas têm legitimidade política para governar cidadãos honestos e competentes? Se estas coisas se passam a alto nível depois não admira que tenhamos cegos a reconhecer assinaturas...
quarta-feira, novembro 05, 2003
Bússola Política
Chegou-me à caixa de correio o endereço de um sítio onde se faz um teste interessante acerca de tendências políticas. Como seria de esperar, parece coisa de anglo-saxónicos mas tem a sua piada...
terça-feira, novembro 04, 2003
Um satélite com visão raios gama
Há um ano atrás foi lançado para o espaço o melhor telescópio de raios gama jamais construído pelo homem, o telescópio INTEGRAL. Depois de um ano de calibração de instrumentos, o INTEGRAL começou finalmente a enviar-nos as primeiras imagens. Este telescópio vê melhor do que o Super-Homem - que só tem visão raios X - o alcance da vista do INTEGRAL vai desde a radiação visível, passando pelos raios X, até aos raios gama. O telescópio INTEGRAL foi construído pela ESA em colaboração com a Rússia e os EUA para estudar objectos como os núcleos galácticos, as super-novas, os buracos negros (indirectamente) ou as misteriosas explosões de raios gama. Estas explosões de raios gama que em inglês e em francês têm um nome muito mais expressivo (gamma-ray bursts em inglês, sursauts gamma em francês) são um dos fenómenos que estão a despertar maior interesse no meio científico. Existem algumas teorias sobre a sua origem, as mais plausíveis ligam estes fenómenos a super-novas ou hiper-novas, mas as dúvidas ainda são mais do que as certezas.
(Figura do sítio da Agência Espacial Europeia)
O telescópio INTEGRAL é constituído por vários instrumentos: IBIS, SPI, JEM-X e OMC. O instrumento principal, o IBIS, é como se fosse uns óculos raios gama do telescópio. É dele que vão sair as belas imagens do universo profundo. Este é um instrumento que me é particularmente querido, pois sobre ele fiz um estudo sobre a possibilidade de medir a polarização dos raios gama detectados. O instrumento SPI é espectrómetro de grande precisão, uma espécie de inspector que vai analisar a impressão digital do objecto que emitiu a radiação gama. O OMC e o JEM-X são instrumentos auxiliares que servem para analisar respectivamente a radiação visível e os raios X associados à radiação gama captada pelo IBIS e pelo SPI.
(Figura do sítio da Agência Espacial Europeia)
(Figura do sítio da Agência Espacial Europeia)
O telescópio INTEGRAL é constituído por vários instrumentos: IBIS, SPI, JEM-X e OMC. O instrumento principal, o IBIS, é como se fosse uns óculos raios gama do telescópio. É dele que vão sair as belas imagens do universo profundo. Este é um instrumento que me é particularmente querido, pois sobre ele fiz um estudo sobre a possibilidade de medir a polarização dos raios gama detectados. O instrumento SPI é espectrómetro de grande precisão, uma espécie de inspector que vai analisar a impressão digital do objecto que emitiu a radiação gama. O OMC e o JEM-X são instrumentos auxiliares que servem para analisar respectivamente a radiação visível e os raios X associados à radiação gama captada pelo IBIS e pelo SPI.
(Figura do sítio da Agência Espacial Europeia)
segunda-feira, novembro 03, 2003
Radio(in)actividade natural
A propósito das suspeitas de níveis de radioactividade elevada numa escola do distrito da Guarda, convêm lembrar que todos os dias estamos sujeitos à radioactividade natural. Da crosta terrestre vem uma parte dessa radioactividade natural produzida pelo urânio, que existe especialmente em regiões graníticas. Essa radioactividade que em geral é inofensiva tem uma variante mais nociva, que é o radão. O radão é um gás radioactivo que existe nos espaços vazios subterrâneos nas regiões graníticas. É a possibilidade do radão se estar a infiltrar e a acumular na referida escola que despoletou o alerta. Não vale a pena entrar em alarmismos fúteis nestas questões, mas por outro lado parece-me que ao deixarem esta questão arrastar-se até segunda-feira, sem que passe pela escola um técnico equipado de um detector, faz parte da habitual radioINactividade natural lusa.
Existe ainda um outro tipo de radioactividade natural que é produzida na atmosfera quando esta é atravessada pelos raios cósmicos, raios estes que estão constantemente a bombardear a Terra.
Existe ainda um outro tipo de radioactividade natural que é produzida na atmosfera quando esta é atravessada pelos raios cósmicos, raios estes que estão constantemente a bombardear a Terra.
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