Esta é uma velhinha questão da sociedade francesa. Durante os quatro anos que vivi em França o debate sobre o «foulard» aparecia ciclicamente nos debates televisivos. As opiniões iam desde os representantes islâmicos que invocavam a liberdade de expressão da sociedade francesa, mas que não convenciam ninguém de a praticarem no seu quotidiano, até ao arauto de todas as causas fundamentalistas republicanas, o Sr. Chevènement. Chevènement invoca a república como um bispo invoca o nome de Deus. «La République» é receita para tudo, para ostracizar a Córsega, os partidos de extrema direita, as mulheres portadoras de véu, etc.
A questão não é linear, e quando assim é talvez a decisão mais sensata seja a de o estado não impor o que quer que seja aos cidadãos. Julgo que a frase de Cohn Bendit sobre a questão do véu diz tudo : «deixem as miúdas entrar para o liceu de véu, quando elas acabarem o liceu sairão de jeans, piercing e cabelo pintado! »
O texto de Miguel Portas publicado hoje do Diário de Notícias sobre a questão do véu é muito bom e sobretudo muito bem fundamentado. Aconselho vivamente a sua leitura.
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