A cena final deste filme é enganadora. Existe a pretensão de demonstrar que se o Cessna onde voava Sá Carneiro não tivesse gasolina num dos depósitos o avião poderia voar mesmo se apenas um dos motores funcionasse. Assim aconteceu. O que não é de espantar, pois qualquer bimotor é capaz da proeza de voar se tiver apenas um motor em funcionamento.
Num ciclo de cinema português que houve em Estrasburgo durante uma sessão de perguntas a seguir ao filme "Camarate" interpelei o realizador se o voo final tinha sido realizado com o depósito, do lado do motor que parou, quase vazio ou com pouca gasolina. Ele corou e disse que não…
O problema é que se o avião tivesse um dos depósitos vazios ou quase vazios isso significaria cerca 200 kg a menos nas extremidades de uma das asas. Conclusão, o mais provável é que se um dos motores parou a seguir à descolagem, nem era preciso existisse uma diferença de peso de 200 kg bastaria uma diferença de peso de 120 a 150 kg de combustível entre os dois depósitos para que o avião desse uma pirueta ao mínimo fluxo de ar desfavorável!
Enfim, temos que continuar a aturar esta novela Camarate até que desapareça o último dos «Moicanos» e o pior é que são os nossos impostos que andam a pagar o folhetim.
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