Desde que voltei a Portugal para trabalhar como bolseiro de pós-doutoramento em Coimbra ainda não fui aumentado uma única vez! O montante da bolsa não é mau para o nível de vida de Coimbra (Lisboa já é outra história), mas comparado com o que se paga no resto da Europa (já nem falo dos EUA) temos vindo a perder terreno perigosamente. Volta a existir uma pressão para sair do país, dado que tudo o resto no meio científico nacional é em geral pior e até hostil aos inúmeros investigadores que tentam voltar ao país. Quatro anos depois, compreendo melhor a violência das críticas do João Magueijo à investigação nacional. Ele tem muita razão.
Por isso apoio inteiramente a iniciativa de hoje da ABIC (Associação dos Bolseiros de Investigação Científica) em que se reivindicam 7 medidas urgentes, que não são nada de complicado e melhoram bastante as nossas vidas. No fundo são condições que já se praticam noutros países europeus há alguns anos, mas que em Portugal continuam por actualizar. O exemplo mais caricato é o regime descontos para a Segurança Social a que estamos sujeitos, que é equivalente ao desconto de um trabalhador que ganha o salário mínimo... Já nem falo aqui das mil e uma situações miseráveis e degradantes a que estive sujeito só porque não tenho declaração de IRS, isto porque as bolsas do Ministério não contam para o IRS.
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