O solstício deste ano ocorreu simultaneamente com um eclipse da Lua, foi um momento mágico que não ocorria desde 1638. O próximo eclipse em dia de solstício de Inverno ocorrerá apenas em 2094.
sexta-feira, dezembro 24, 2010
Bom solstício de Inverno
O solstício deste ano ocorreu simultaneamente com um eclipse da Lua, foi um momento mágico que não ocorria desde 1638. O próximo eclipse em dia de solstício de Inverno ocorrerá apenas em 2094.
terça-feira, dezembro 21, 2010
Luva falante para cegos
À atenção do Bruno Sena Martins.
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Mil milhões em submarinos, zero em transparência
As denúncias da eurodeputada Ana Gomes são um oásis de decência no meio da carneirada que se apoderou do Partido Socialista.
terça-feira, dezembro 14, 2010
Uma cimeira fria em ano quente
Os dados de Novembro do National Climatic Data Center – a entidade que realiza o cálculo mais abrangente e mais fiável da temperatura média do planeta recorrendo a dados registados nos continentes, nos oceanos e a partir do espaço – são expressivos. 2010 será certamente um dos anos mais quentes registados desde 1880, desde que começaram a ser registadas as temperaturas globais. Até ao final de Outubro de 2010, a média da temperatura global do planeta (continentes e oceanos) era similar à média registada entre Janeiro e Outubro de 1998, o ano mais quente de sempre. O Alasca, o Canadá, o Nordeste Africano, o Médio Oriente, o Cazaquistão e grande parte da Rússia, foram as regiões que contribuíram com temperaturas anormalmente mais quentes para a média global. Curiosamente a Europa foi este ano uma das regiões mais frias em relação à sua média de temperaturas.
É importante realçar que este nível de temperatura é registado durante um mínimo prolongado do Sol. O Sol obedece a um ciclo de actividade de 11 anos, ciclo esse que atingiu o seu mínimo há cerca de três anos e tem demorado mais do que o normal a descolar do mínimo de actividade. Em geral, os anos de mínimos solares são sucedidos de temperaturas mais baixas na Terra, algo que não ocorreu durante os últimos 3 anos.
Ao contrário da Terra, a cimeira de Cancún decorreu num clima de alguma frieza e pacatez. A crise parece ter adiado para as cimeiras de 2011 na África do Sul e de 2012 no Brasil as decisões mais importantes, em particular a decisão de dar continuidade ao Protocolo de Quioto para lá de 2012. Apesar de tudo houve importantes decisões tomadas, sobretudo para os países em desenvolvimento, tendo-se chegado a um consenso para criar um mecanismo de compensação financeira para combater a desflorestação. Também está prevista a criação de um “fundo verde” para os países em desenvolvimento que envolve a transferência de novas tecnologias limpas.
Como nos mostram os dados de 2010, o clima é insensível aos humores humanos e um ano sem decisões terá certamente custos no futuro que se estenderão a períodos talvez da ordem da década ou mais.
sexta-feira, dezembro 10, 2010
... Depois a Islândia virou à esquerda
quinta-feira, dezembro 09, 2010
Como se afundou a Islândia
Nos anos 80, a Islândia era uma sociedade socialista que investia fortemente na saúde e na educação, a taxa de mortalidade infantil era das mais baixas do mundo, bem como o número de habitantes por médico, o nível educacional era dos mais elevados do planeta e o mercado de trabalho andava próximo do pleno emprego. Estavam criadas as condições para que uma nova geração mais ambiciosa desse início a uma festa rija ao som do trio: Friedman, Thatcher e Reagan. Assim que chega ao poder, Oddsson privatiza tudo o que pode. Quem tinha dinheiro e estava no sítio certo na hora certa, independentemente de ser incompetente ou charlatão, partia com um avanço esmagador e dominador num horizonte de décadas. Estávamos em 1991. Formam-se logo nessa altura as primeiras máfias económicas e os primeiros monopólios perversos, graças à ausência de critérios para as privatizações. Uma política de estado mínimo avessa a intervir no sector privado e a desregulação radical dos mercados transformou a Islândia da noite para o dia. Em pouco tempo, o objectivo principal de pescadores e agricultores era apostar nos mercados sobre o sucesso ou falhanço da sua própria produção. Os objectivos das actividades em si passaram para um plano secundário. A banca expandiu-se para lá da ilha, contraindo dívida atrás de dívida, compravam-se lojas de luxo em Londres, cadeias de supermercados na Dinamarca e instituições financeiras na Holanda. Os jovens licenciados em gestão tinham emprego imediato na banca, onde começavam a receber avultados bónus ao fim de pouco mais de um mês de trabalho.
A Islândia era uma ilha resplandecente banhada por um mar de rosas. A Islândia maravilhava Harvard, o país crescia cerca de 7% ao ano, a Moody's mantinha a notação do país sempre lá em cima, os banqueiros liam a Arte da Guerra de Sun Tzu tomando-se por guerreiros vikings dos tempos modernos e mais importante que tudo os reguladores dormiam com os banqueiros - Oddsson foi governador do Banco da Islândia a partir de 2004.
Os três principais bancos islandeses endividaram-se cerca de 8 vezes o PIB da Islândia, muito para lá da capacidade de resposta do Banco da Islândia. Quando os credores britânicos pediram o seu dinheiro de volta, orgulhosa e arrogantemente o governo islandês do partido de Oddsson respondeu que só garantia os depósitos dos islandeses. Ironicamente, o governo britânico accionou de imediato uma lei anti-terrorismo aprovada a pensar nos movimentos financeiros da Al-Qaeda, para congelar todos os bens da banca islandesa no Reino Unido. Abriu-se o alçapão e a Islândia mergulhou no vazio. A política anti-União Europeia, a aposta numa moeda nacional sem dimensão para jogar no mercado global (vários artigos especializados alertaram a Islândia para esse risco) deixou a Islândia isolada no meio do Atlântico, Reagan, Thatcher ou Friedman já tinham saído de cena, sem aliados, sem estruturas económicas a quem pedir auxílio, a Islândia bateu no fundo. Nas últimas páginas, Roger Boyes descreve um país em vésperas das eleições de 2009, em estado de choque, com uma dívida per capita de 400 milhões de dólares, ou seja cada família comportava uma dívida média de 1,6 mil milhões de dólares. Boyes descreve um zombie económico a viver de esmolas da Rússia, à mercê da caridade de banqueiros russos manhosos.
Lê-se no cartaz: David (Oddsson) Bin Laden.
quarta-feira, dezembro 08, 2010
Forcados Amadores do Aeroporto da Portela
No entanto, este incidente do avião da TAAG não fez ninguém reflectir sobre a necessidade de fechar a Portela. Estamos à espera que aconteça um acidente espectacular com muito fogo e sangue para depois fazermos um novo aeroporto à pressa, mal amanhado e muito mais caro do que o projecto actual do novo aeroporto, enfim o habitual.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Os peões do Império
Queria deixar bem claro que não simpatizo com os métodos da wikileaks, mas quem com ferros mata...
quarta-feira, dezembro 01, 2010
Inércia e progressos na ciência europeia
Foi divulgado o relatório de 2010 da UNESCO dedicado à Ciência. O relatório analisa o estado e a evolução da investigação científica em todo mundo. As conclusões relativas à Europa são em parte animadoras e parcialmente frustrantes. O relatório revela que a União Europeia é hoje claramente o espaço geopolítico que lidera na produção de publicações científicas com 36,5% das publicações científicas mundiais, à frente dos EUA com 27,7%, do Japão com 7,6% e da China 10,6%. O relatório refere outro aspecto positivo importante que consiste na criação de instituições de investigação supra-nacionais, entre as quais se destaca o CERN, na totalidade de 180 organizações cobrindo praticamente todas as áreas do saber. Apesar destes aspectos serem positivos, não são suficientes para nos darmos por satisfeitos com a política científica europeia.
De facto, o relatório indica que muito ficou por fazer no que respeita ao investimento em investigação e em desenvolvimento e ao impacto da ciência na sociedade, através da inovação e da criação de novas tecnologias. Quando consideramos os objectivos constantes na estratégia de Lisboa e de Barcelona da UE (União Europeia), em particular o objectivo de dedicar 3% do PIB à investigação até 2010, verifica-se que maior parte dos países membros estão longe desse patamar e por conseguinte também média europeia não atinge a fasquia dos 3%. A distracção e a poluição que o debate político europeu sofreu quando se atribui total prioridade ao combate ao terrorismo, bem como as imensas dificuldades que resultaram da presente crise internacional explicam em grande medida o esquecimento dos principais objectivos no campo da ciência que tinham sido acordados pelos estados europeus.
Sendo o número de patentes registadas um parâmetro que ilustra razoavelmente o impacto da inovação e das novas tecnologias na sociedade, verifica-se que este é outro domínio que ficou relativamente esquecido na UE. A UE continua a patentear menos do que os EUA e apenas em 2007 ultrapassou o Japão, com a agravante de ambos os países serem menos populosos do que a totalidade da UE – dados fornecidos pelo European Patent Office, pelo Japanese Patent Office e pelo United States Patents and Trademark Office.
Serviço público
* Infelizmente mantém a nacionalidade portuguesa...