Os últimos textos de Pacheco Pereira que justificam a ofensiva contra o terrorismo islâmico, e por tabela contra o Iraque, apoiam-se em parte no carácter apocalíptico do terrorismo (ler no Abrupto: "para que fique claro").
1- Em relação ao Iraque, depois dos resultados anunciados há um mês pela Comissão Americana de Inspecções de Armamento no Iraque, se alguém ainda tinha dúvidas sobre a falsidade das alegações de posse de armamento de carácter apocalíptico, elas ficaram desfeitas. Nada que já não tivesse sido concluído pelos maiores especialistas mundiais deste tipo de assuntos, como Hans Blix.
2- Se o objectivo é eliminar as fontes mais prováveis de fornecimento de material que possa ser usado num terrorismo apocalíptico, então há que intervir no Paquistão e na Arábia Saudita e não no Iraque. No caso do Paquistão deveria haver um esforço para conduzir o país a iniciar um processo de desarmamento do seu arsenal nuclear em conjunto com a Índia. Este tipo de processos não é novidade nenhuma, recentemente a Ucrânia e a África do Sul desmantelaram o seu programa de armas nucleares. Seria muito mais eficaz e simples desarmar o Paquistão que ir excitar a população muçulmana com a intervenção no Iraque. Quanto à Arábia Saudita, as cidades de Medina e Meca, onde não podem entrar infiéis (não-muçulmanos), são um paraíso que permite a um grupo de cientistas montar em toda a tranquilidade uma bomba atómica que facilmente poderá ser lançada para o quintal do lado (Israel). Mas, em relação à Arábia Saudita vergonha na cara é o que falta aos responsáveis políticos americanos e a alguns europeus, como é o caso de Portugal, que não se privam de manter relações promíscuas com a pior ditadura do mundo.
3- Se queremos falar em problemas realmente apocalípticos, temos é que discutir o efeito de estufa e a falta de água potável no planeta. É que por muitos atentados que façam os terroristas nunca conseguirão chegar aos calcanhares dos efeitos, estes sim apocalípticos, que cada um destes problemas ambientais poderão causar ao planeta e à vida humana. Sobre estes assuntos, até hoje, não vi nem uma linha escrita no Abrupto.
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