No Almocreve das Petas podemos ler este excelente texto onde se relembra que apesar de tudo, o que se passou a semana passada foi a morte de Arafat, a morte de um homem, e não um concurso televisivo de mau gosto de atribuição de um lugar na história de herói ou de assassino. A história de Arafat será escrita e analisada durante muitos anos, independentemente do barulho das "claques" que agora se esganam.
Marek Halter, escritor judeu, que se encontrou frequentemente com Arafat desde tempo do seu retiro na Tunísia, testemunhou este fim de semana no "Tout le Monde en Parle" as suas ideias sobre o ex-líder palestino. Relatou o seu cepticismo em relação às verdadeiras intenções de Arafat, nomeadamente a dificuldade que Arafat teve em admitir o reconhecimento da existência do estado judaico e a duplicidade nos discursos que proferia em inglês e em árabe. Mas Marek desmistificou muita da propaganda maldosa que anda por aí sobre Arafat, nomeadamente sobre as contas bancárias e sobre a sua suposta actividade terrorista nos últimos três anos. Marek descreve um homem extremamente doente e com uma incapacidade física e mental bastante avançada. Segundo Marek a conta de Arafat na Suiça serviria como um fundo de reserva destinado à Palestina e não para uso pessoal, ele relembra que Arafat não andava de Rolls Royce e que a sua retrete nos últimos três anos era um buraco. Marek relembra ainda que na Palestina as instituições bancárias não funcionam como nos países normais e, segundo Marek, uma grande parte do dinheiro em nome de Arafat na Suiça foi fruto de algo bastante corrente no médio oriente, que é o pagamento de empresas petrolíferas para prevenção de ataques a oleodutos.
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