Já não é a primeira vez que lemos no Abrupto que os ataques no Iraque são da responsabilidade de ex-elementos do Baas (ler:"para que fique claro"). Este argumento de culpabilizar os ataques iniciais às forças americanas como sendo da exclusiva responsabilidade de meia dúzia de ex-quadros do partido, foi um argumento puramente propagandístico de vida curta lançado pela administração norte americana. Pelos vistos continua a circular por cá, mas há muito que foi desmontado de uma forma clara nos EUA como nos explica Richard Clarke:
"In Saddam Hussein's Iraq, one had to join the Baath Party to gain promotion to managerial positions throughout the economy. [The US authority] By dismissing them all (and canceling their retirement), there were suddenly no experience managers. Russians and others who suffered under the Communist Party would be familiar with the party membership requirement."
Estranho que uma pessoa como Pacheco Pereira, um excelente estudioso do fenómeno comunista, passe ao lado desta conhecida obrigatoriedade de pertença ao "partido" que retira qualquer significado à argumentação dos "assassinos do Baas". Todos eram do Baas, os que eram contra e a favor de Saddam.
Como descreve Clarke, esta argumentação puramente propagandística - pois a administração não queria admitir que a maior parte dos ataques eram da responsabilidade de Iraquianos que nunca apoiaram o regime - só teve como efeito o piorar ainda mais a situação no Iraque:
"After protests, riots, and attacks, the US occupation authority sait it would pay Iraqi army officers' retirement (...) by then, no doubt, some Iraqi army officers were plotting attacks on US forces."
"Against All Enemies", Richard Clarke, Free Press, 2004, pag. 272.
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