Quando se lê o documento de Parceria Estratégica África-UE percebe-se que as manias do seguidismo em relação às práticas internacionais dos EUA resultam em pontos de ordem absolutamente lamentáveis. Já nem me refiro à táctica de abertura e desregulamentação completa dos mercados dentro do espírito Wolfowitz. Refiro-me à menção, por exemplo, à "luta contra o terrorismo". Se lermos a pag. 29 da Acção Prioritária 1 dedicada à paz e à segurança, tropeçamos num ponto de actividades dedicado apenas à sagrada "luta contra o terrorismo" (não podia faltar). Apesar de o dia de hoje ter sido marcado por um atentado em África, convém ter presente que as minas pessoais matam muito mais pessoas em África do que os atentados. Ora, no ponto seguinte do documento, a questão das minas aparece misturada com outras armas e compromete-se simplesmente a reforçar capacidades, à criação de redes, à cooperação e ao intercâmbio de informações. Quer isto dizer que vamos ter minas a estoirar em África por muitos e longos anos, vendidas pelos países da realpolitik, os que se recusam a assinar quase todos os tratados internacionais, em particular o tratado que visa banir as minas anti-pessoais. São muito genuínas as boas intenções da "luta contra o terrorismo"...
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