A radicalidade do discurso anti-europeísta de Pacheco Pereira foi o facto dominante do Prós & Contras.
Na forma como abriu o debate, queixando-se de não haver debate sobre o Tratado. Mas afinal já tinha havido, mas o que não tinha havido era o contraditório. Claro, só há contraditório se o próprio estiver presente...
Na forma surrealista e insistente com que tentou branquear a incoerência diplomática de Gordon Brown. Foi preciso os dois intervenientes africanos lhe dirigirem algumas palavras mais terrenas para o trazer de volta da estratosfera.
Na forma como foi metralhando factos avulsos da história e da geografia da Europa, apelando ora a pequenos medos ora ao sentimento de culpa dos europeus, como se a Europa dos 15, por exemplo, não tivesse sido construída durante decénios paralelamente a questões delicadas como a opressão militar e sangrenta na Irlanda do Norte ou a disputa de Gibraltar entre espanhóis e britânicos.
Na forma idílica como fala da Europa imaginada por Jean Monnet e outros dos pioneiros da construção europeia. Será que leu sobre as ideias internacionalistas (eram mais do que europeístas) e futuristas de Monnet e Schumann? O mais certo seria considerar algumas dessas ideias ficção científica.
Na forma idílica e quase acrítica como se refere à NATO, à realpolitik anglo-saxónica e à Polónia dos irmãos Kachinsky. Do ponto de vista populista sabe criticar Chavez, mas está sempre disposto a uma elaborada defesa de cernelha dos populistas Kachinsky.
Na forma premeditada como repetiu a frase "os portugueses vão perder muito com este Tratado". É uma frase que resulta sempre quando se quer fazer anti-europeísmo, principalmente quando se coloca à frente do muito, palavras como peixe, pesca ou recursos marinhos (lembram-se dessa?). Desta vez pouca gente percebeu o que Portugal iria perder, mas o mais importante foi repetir a frase umas cinco vezes.
Se dúvidas restam, o alcance do radicalismo anti-europeu de Pacheco Pereira revela-se totalmente na comparação com o último discurso de Cavaco Silva em Estrasburgo. Entre Cavaco e Pacheco Pereira não existe um fosso, existe um oceano, o mesmo oceano que separa a Casa Branca do Palácio de Belém.
PS- Pareciam a pedido, os dois cordeirinhos do outro lado da mesa que a RTP escolheu para o contraditório a Pacheco. Nos debates ("que não existem") sobre a Europa, Pacheco Pereira nunca é confrontado com quem lhe possa dizer umas coisas a sério sobre o seu anti-europeísmo fortemente comprometido com um seguidismo cego à Casa Branca. Estou-me a lembrar de uma Ana Gomes ou até de uma Assunção Esteves. Mas essas, já se sabe, só participam em "falsos debates pornográficos", "sem contraditório"...
Na forma como abriu o debate, queixando-se de não haver debate sobre o Tratado. Mas afinal já tinha havido, mas o que não tinha havido era o contraditório. Claro, só há contraditório se o próprio estiver presente...
Na forma surrealista e insistente com que tentou branquear a incoerência diplomática de Gordon Brown. Foi preciso os dois intervenientes africanos lhe dirigirem algumas palavras mais terrenas para o trazer de volta da estratosfera.
Na forma como foi metralhando factos avulsos da história e da geografia da Europa, apelando ora a pequenos medos ora ao sentimento de culpa dos europeus, como se a Europa dos 15, por exemplo, não tivesse sido construída durante decénios paralelamente a questões delicadas como a opressão militar e sangrenta na Irlanda do Norte ou a disputa de Gibraltar entre espanhóis e britânicos.
Na forma idílica como fala da Europa imaginada por Jean Monnet e outros dos pioneiros da construção europeia. Será que leu sobre as ideias internacionalistas (eram mais do que europeístas) e futuristas de Monnet e Schumann? O mais certo seria considerar algumas dessas ideias ficção científica.
Na forma idílica e quase acrítica como se refere à NATO, à realpolitik anglo-saxónica e à Polónia dos irmãos Kachinsky. Do ponto de vista populista sabe criticar Chavez, mas está sempre disposto a uma elaborada defesa de cernelha dos populistas Kachinsky.
Na forma premeditada como repetiu a frase "os portugueses vão perder muito com este Tratado". É uma frase que resulta sempre quando se quer fazer anti-europeísmo, principalmente quando se coloca à frente do muito, palavras como peixe, pesca ou recursos marinhos (lembram-se dessa?). Desta vez pouca gente percebeu o que Portugal iria perder, mas o mais importante foi repetir a frase umas cinco vezes.
Se dúvidas restam, o alcance do radicalismo anti-europeu de Pacheco Pereira revela-se totalmente na comparação com o último discurso de Cavaco Silva em Estrasburgo. Entre Cavaco e Pacheco Pereira não existe um fosso, existe um oceano, o mesmo oceano que separa a Casa Branca do Palácio de Belém.
PS- Pareciam a pedido, os dois cordeirinhos do outro lado da mesa que a RTP escolheu para o contraditório a Pacheco. Nos debates ("que não existem") sobre a Europa, Pacheco Pereira nunca é confrontado com quem lhe possa dizer umas coisas a sério sobre o seu anti-europeísmo fortemente comprometido com um seguidismo cego à Casa Branca. Estou-me a lembrar de uma Ana Gomes ou até de uma Assunção Esteves. Mas essas, já se sabe, só participam em "falsos debates pornográficos", "sem contraditório"...
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