sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Armas de quê? Não sejamos tolinhos!

Uma democracia liberal que pudesse travar uma guerra rápida e decisiva, mais ou menos em todas as gerações, para defender a sua liberdade e independência seria muito mais saudável e realizada do que aquela que apenas conhecesse a paz contínua.

"O Fim da História e o Último Homem", Francis Fukuyama, Gradiva, 2a. ed., pag. 316, 1992.

Poupem-me com a treta das armas de destruição em massa! Há gente com responsabilidade política nos EUA que acredita piamente e segue a doutrina acima descrita. Peritos Russos e Americanos de armas de destruição em massa apontavam uma série de outros países como muito mais perigosos do que o Iraque (a ARTE e a BBC têm excelentes reportagens onde isso é bem descrito). Só havia um motivo para invadir o Iraque – que era um motivo válido – esse motivo era a democratização do país. O problema é que não se pode querer democratizar o Iraque e ser simultaneamente aliado de uma ditadura bem pior, como é o caso da ditadura Saudita. Com a agravante de o regime Saudita ser muito mais perigoso do ponto de vista militar do que o era o Iraque de Saddam e talvez bem mais do que se pensa, tal como o expressaram os cientistas russos e americanos nas referidas reportagens.

Um copo de vinho, uma maçã e um orgasmo
Recentemente demonstrou-se cientificamente que o consumo de um copo de vinho tinto por dia faz bem à circulação sanguínea. Mas, uma maçã por dia, em vez de um copo de vinho, faz muito mais pela saúde e dispensa os efeitos secundários causados pelo álcool. Mas…um orgasmo por dia faz muito melhor do que uma maçã e um copo de vinho juntos, não só à circulação mas também ao bem estar físico e psicológico do indivíduo.
O problema da filosofia de Fukuyama é que se fica pelo copo de vinho, ou seja uma guerra por geração não livra cada geração dos efeitos secundários de cada guerra, que poderão ser gravíssimos. Eu cá por mim prefiro o orgasmo. Prefiro os grandes desafios dos descobrimentos dos nossos horizontes físicos (o Universo, a genética, o infinitamente pequeno, etc.) e do nosso mundo interior (a psicologia, o pensamento, etc.). São acontecimentos que vão desde algo tão simples como os Jogos Olímpicos até à grandeza e complexidade de uma missão a Marte ou da descoberta de uma forma de vida extra-terrestre.
São escolhas como esta que distinguem as pessoas que não acham muita piada ao que está a acontecer no mundo dos liberais da facção de Francis Fukuyama.

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