"Dr. Estranho Amor" é o meu filme preferido de Stanley Kubrick e é também um ácido retrato sobre os perigos que representavam os arsenais nucleares desmesurados da URSS e dos EUA nos anos 60, em plena Guerra Fria. "Dr. Estranho Amor" foi estreado em 1964 e dado o conteúdo do filme ser bastante crítico à política militarista americana, considero esta obra um acto corajoso de Kubrick, numa época em que a mínima crítica às opções militares do governo era frequentemente classificada de anti-patriótica e de pro-soviética. Apesar da Guerra Fria ter acabado com o colapso do regime soviético, "Dr. Estranho Amor" continua a ser um filme actual dada a febre nuclear de uns quantos chefes de estado do planeta, alguns dos quais são tão surrealistas que poderiam ser personagens desta obra de Kubrick sem que se notasse diferença. O filme aborda também a importante questão do "telefone vermelho", o telefone que ligava o Presidente dos EUA directamente ao Presidente da URSS. A instalação desta linha de telefone directa que visava diminuir os riscos de um lançamento acidental ou criminoso data de 1963. Hoje esta linha liga Bush a Putin, no entanto as outras potências nucleares (Reino Unido, China, França, Israel, Paquistão, Índia e Coreia do Norte) não dispõem de qualquer dispositivo de segurança deste tipo, o que representa um risco considerável para a segurança do planeta. Por exemplo, durante a guerra do Kargil em 1999 o exército paquistanês mobilizou o seu arsenal nuclear sem que o próprio primeiro ministro Nawaz Sharif tivesse sido informado... Sharif foi informado pelos americanos das manobras das suas forças armadas!Para quem gosta de Peter Sellers este é um filme a não perder. Sellers representa três personagens: o capitão Lionel Mandrake, o Presidente dos EUA e o Dr. Estranho Amor. Na pele de Dr. Estranho Amor sentimos aquele Sellers delirante e inimitável, mas que encaixa na perfeição na sinistra personagem. No entanto, e apesar de menos extravagantes, sempre existiam homens assim de ambos os lados, homens muito perigosos e com demasiado poder.


50 Cent apresenta-se e representa-se como um gangster, fazendo uso exaustivo de toda a simbologia de poder dos gangsters: o dinheiro, os grandes carros, as piscinas, as gajas, o proxenetismo, os anéis, o ouro e os diamantes. É esta faceta gangster que é o alvo principal dos ataques de Spike Lee. Uma crítica especialmente deliciosa e incisiva de Spike Lee a 50 Cent é aquela interpretada pelo magnífico John Turturro através da personagem Don Angelo Bonasera no filme "
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À custa de milhares de vidas dos chamados liquidadores (as principais vítimas de Chernobyl) foi construído um sarcófago que impediu que o material altamente radioactivo exposto ao ar, após a explosão do reactor 4, continuasse a contaminar a atmosfera. No entanto, as condições em que se efectuou essa construção eram muito precárias dados os perigosíssimos níveis de radioactividade junto à central que limitavam o tempo de trabalho de cada liquidador a uma exposição de cerca de dois minutos sem protecção. Actualmente, o sarcófago de Chernobyl atingiu um estado de degradação tal ao ponto de chover dentro do sarcófago.
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