A saga do desmantelamento do porta-aviões Clemenceau parece uma parábola sobre o que é hoje a diferença de filosofia entre os EUA e a Europa em questões ambientais. Tendo chegado ao fim de vida ao serviço da marinha francesa, em vez de um mais cómodo afundamento foi decidido o desmantelamento do porta-aviões Clemenceau, dado este possuir grandes quantidades de amianto (material perigoso) na sua estrutura. E foi aí que começou a saga do Clemenceau. Como não era viável desmantelar o Clemenceau no porto de Toulon decidiu-se enviá-lo para a Índia para aí ser desmantelado a mais baixo custo e com menos riscos para os franceses, mas com mais riscos para os indianos...
Graças aos protestos de muitos franceses e indianos e numa altura em que o Clemanceau já estava ao largo da Índia, decidiu-se finalmente por desmantelar o Clemenceau na Bretanha, em França. O Clemenceau foi proibido de passar no canal do Suez, pelo que teve de percorrer a rota dos nossos descobrimentos pelo canal da Boa Esperança, encontrando-se curiosamente neste momento ao largo da costa portuguesa.
Enquanto tudo isto se passava, nos EUA chegava ao fim de vida o porta-aviões Oriskany. Sem grandes polémicas em Fevereiro foi decido afundar o Oriskany no Golfo do México...
É por estas e por outras, que não estranhamos que hoje na Europa (até em países atrasados como o nosso) existam caixotes do lixo de triagem de materiais quase em todo o lado, lâmpadas e torneiras em locais públicos que se desligam sozinhas, etc. Nos EUA é ainda raro o local público onde existam este tipo de cuidados. Para a "mão invisível" é muito mais cómodo despejar tudo na mesma retrete e carregar no botão do autoclismo, tal como o Oriskany.
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