Um grande texto do David Luz a ler aqui. Destaco:
"Disse JPP que (cito de memória) "as pessoas podem não perceber algumas coisas, mas têm um faro" que lhes diz se um candidato é de confiança. E nesse momento o público aplaudiu. Este aplauso diz muito. As pessoas reconhecem a sua fraca capacidade interpretativa do mundo em termos analíticos. Têm um sentimento de inferioridade face aos "intelectuais", mas congratulam-se pelo "faro", por julgarem que essa intuição se pode substituir a um pensamento estruturado. Ao mesmo tempo, os intelectuais são olhados com desconfiança. A forma como se fala deles junta frequentemente termos depreciativos com um respeito temeroso, como se fossem considerados um mal necessário a que é necessário recorrer quando falha o tal "faro". Isso viu-se também na forma como muitos blogues se referiram a MMC depois da edição do livro. Uma vez dessacralizado por via da sua queda em desgraça, o intelectual torna-se um alvo demasiado apetecível."
De facto, um dos desportos preferidos dos comentadores portugueses é dar porrada em mortos, nos alvos apetecíveis. A repetição da pancada possui o fascínio da caçada em grupo, do tempo em errávamos na estepe.
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