Façam uma experiência. Num destes fins-de-semana façam um dos seguintes trajectos:
Léon->Bragança
Salamanca->Guarda
Sevilha->Beja
Cádiz->Faro
E parem nas aldeias e nas cidades dos dois países que ficam pelo meio. Mas aconselho vivamente a fazerem a viagem no sentido indicado, que é para o choque ser maior. Reparem também na quantidade de lixo e no caos que abunda do lado de cá. A diferença entre as regiões mais pobres de Espanhas e as mais pobres de Portugal é evidente, mas o que é mais interessante é que o bom exemplo de desenvolvimento, nomeadamente o ordenamento do território, que se verifica do outro lado da fronteira tem influenciado o muito pouco de positivo que se faz do lado de cá no interior do país, mais em certos casos do que as "ajudas" (ler portagens) vindas de Lisboa. Ou seja, as autonomias espanholas acabam por ter um efeito que é exactamente o contrário do que se refere no Abrupto. O que se escreve no Abrupto ainda faz menos sentido pois os portugueses não têm a mínima noção do que é viver num país constituído por povos diferentes e onde se falam diferentes línguas. O problema é que os Portugueses apesar de falarem a mesma língua e de partilharem a mesma base religiosa são muitos mais nocivos ao próprio país do que qualquer separatismo ibérico no caso espanhol. Os efeitos negativos duma qualquer progressiva fragmentação de Espanha não se compara com o que o nosso centralismo destrói e escavaca. E o que está escavacado em Portugal vai desde o ambiente ao património e vai desde a cultura à dinâmica económica. Quantos emigrantes portugueses trabalham no País Basco ou na Catalunha? O melhor era olharmos mais para o nosso cancro em estado avançado (centralismo) do que para os arranhões dos outros...
Ler o Paulo Querido sobre o mesmo assunto
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