Quem vai ao Porto, àquela magnífica cidade, na minha opinião a mais cativante cidade deste país mutilado por reles urbanizações, ali mesmo na Ribeira, no centro do geográfico do meu Portugal emocional, encontra uma pobreza chocante, uma miséria que salta à vista do mais distraído, toxicodependência aos molhos, gente que não foi à escola, jovens e putos que gozam com a escola. O futuro não passa por ali, mas passam muitos turistas banzados que fotografam uma União Europeia que já não se vê em lado nenhum. Alguns beliscam-se, mas a verdade é que estão mesmo no Porto, a segunda maior cidade de Portugal, uma das montras do país, o Porto é mesmo assim ali no centro: pobre, analfabeto e violento quando calha. O caos urbanístico de Gaia, mesmo por detrás das caves do vindo do Porto é o castigo merecido para o turista que se perde no emaranhado de placas informativas arbitrárias. Para os que acertam na Ribeira, espera-os chulice da pior espécie naqueles restaurantes que já foram em tempos baratos, generosos e honestos. Agora, até se vende arroz de marisco numa espécie de pires de alumínio, imaginem uns grãos de arroz amarelado com três mexilhões a enfeitar. O turista come, cala e paga.
O triste acontecimento desta semana faz parte deste universo, o universo do Porto Infeliz, que estende aos bairros (guetos) sociais e a mais algumas zonas antigas da cidade em avançado declínio social, mas essas o turista não vê.
Sem comentários:
Enviar um comentário