"ENRON: The Smartest Guys in the Room" é um dos filmes incontornáveis de 2005. Eu diria mais, acho que toda a gente deveria ver este filme. Todos nós deveríamos ter a percepção das limitações e da impotência real dos trabalhadores, dos cidadãos, das cidades, dos estados, da política e até mesmo da justiça perante mercados sem regulação e sem intervenção das instituições que representam os cidadãos. Na história da gigantesca sucessão de fraudes perpetradas pela ENRON, houve um acontecimento fulcral que abriu via verde para o sucesso e o perpetuar das fraudes grosseiras da ENRON. Esse acontecimento foi o Estado da Califórnia deixar de regular o seu mercado da energia. A partir daí a mão invisível fez aquilo que faz melhor, que é concentrar a riqueza junto dos que estão mais bem colocados para o fazer (seja de forma racional ou irracional, legal ou ilegal, sustentável ou não sustentável, produzindo bens ou produzindo simplesmente vácuo). Com uma posição dominante no mercado da Califórnia, a ENRON fez disparar o preço da electricidade à custa de apagões intencionais inventando uma crise energética. Lembram-se da crise energética nos EUA em 2001? Pois bem, essa crise nunca existiu, foi tudo jogada da ENRON. Vale a pena ver o filme só para ouvir o nível das conversas telefónicas dos traders - jovens entre os 25 e os 35 anos - que gozavam e riam a bandeiras despregadas, como se tivessem a jogar numa playstation, enquanto ordenavam às centrais para cortar a electricidade, provocando apagões na Califórnia, apagões esses que causaram mortes, falências, desempregados, acidentes, demissões políticas e... a vitória de Schwarznegger, um caro amigo da ENRON.
(Farei mais comentários sobre este filme nos próximos dias)
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