Umas das impressões positivas do meu périplo pelo México, é a forma saudável (dentro do possível) com que o governo mexicano gere a crise dos Zapatistas de Chiapas. É certo que comparados com os restantes grupos rebeldes da América Latina, os Zapatistas são um grupo altamente moderado, mas tanto quanto pude perceber a actuação pública do governo mexicano tem uma resposta igualmente moderada, o que é raro no continente americano. O governo mexicano limita-se a colocar check-points ligeiros em pontos estratégicos para evitar o trânsito de armas para o interior do Estado de Chiapas. Em Chiapas a presença militar é bastante reduzida e discreta para evitar fricções e reacções alérgicas. A fórmula parece resultar. Os Zapatistas continuam activos em Chiapas, mas sem criar grandes crispações e até agora não existiram derrames de sangue inúteis a lamentar. É a antítese da política Aznar.
Quando cheguei a Chiapas foi com agradável espanto que descobri o humor político mexicano e a boa capacidade de encaixe das autoridades. O boneco da fotografia é um dos inúmeros souvenires do Sub-comandante Marcos que se vendem com a maior liberdade por todo Chiapas e estados vizinhos. Há de tudo: porta-chaves, esferográficas, miniaturas, postais, t-shirts, etc.
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