A qualidade dos filmes de 2004 a que fui assistindo deixou muito a desejar, até ver "Mar Adentro". Mas foi preciso ver "Der Untergang" (ver trailer) para descobrir um daqueles filmes que me vão ficar para sempre na retina.
"Der Untergang" (aguardemos o título em português) é um filme baseado nos relatos de Traudl Junge, secretária de Adolf Hitler, que descrevem os últimos dias passados no bunker onde estavam refugiados Hitler e os seus colaboradores mais próximos. Estes relatos só foram tornados públicos em 2002, daí a pertinência deste filme que revela novas e interessantes informações sobre os últimos dias de Hitler. O realizador Oliver Hirschbiegel apresenta no seu curriculum a popularíssima série de TV "Rex", mas é estranho, muito estranho ver Bruno Ganz, o maravilhoso anjo Damiel do filme "Asas do Desejo", a interpretar Adolf Hitler. O elenco é muito bom e conta ainda com Thomas Kretschmann, o Nikopol do filme "Imortal".
O que mais me impressionou neste magnífico documento da II Guerra Mundial foi a estoicidade ideológica e comportamental dos últimos refugiados no bunker de Hitler. A frieza de Goebbels vai para além da compreensão do comum mortal. As ideias expostas por Goebbels parecem ficção, mas não são, são baseadas nos relatos de quem lá esteve e o ouviu. De Hitler já sabíamos que era um monstro, mas é sempre diferente saber como se comportou um monstro até à hora final e é desconcertante perceber que Goebbels ainda superava Hitler no fanatismo pela causa Nazi. A mulher de Goebbels considerada por Hitler, "a melhor de todas mães alemãs", a certa altura afirma que não consegue imaginar os seus cinco filhos a viverem num mundo sem Nacional-Socialismo. Ela própria os mata um por um, fazendo-os ingerir comprimidos de cianeto. Tal como os generais, os graduados das SS, o casal Hitler e Braun todos se suicidaram metodicamente, com uma disciplina mórbida e doentia, mas o suicídio do casal Goebbels foi o expoente máximo do fanatismo, um suicídio fetichista e implacável.
A importância deste filme é a de nos relembrar que fanatismos e fundamentalismos extremos que grassam agora noutros quadrantes do nosso planeta já estiveram bem enraizados na Europa e não são exclusivo dos lugares onde há miséria e analfabetismo. A II Guerra Mundial não foi uma guerra convencional de puro confronto militar, foi muito mais do que isso, é o que nos diz "Der Untergang".
"Der Untergang" (aguardemos o título em português) é um filme baseado nos relatos de Traudl Junge, secretária de Adolf Hitler, que descrevem os últimos dias passados no bunker onde estavam refugiados Hitler e os seus colaboradores mais próximos. Estes relatos só foram tornados públicos em 2002, daí a pertinência deste filme que revela novas e interessantes informações sobre os últimos dias de Hitler. O realizador Oliver Hirschbiegel apresenta no seu curriculum a popularíssima série de TV "Rex", mas é estranho, muito estranho ver Bruno Ganz, o maravilhoso anjo Damiel do filme "Asas do Desejo", a interpretar Adolf Hitler. O elenco é muito bom e conta ainda com Thomas Kretschmann, o Nikopol do filme "Imortal".
O que mais me impressionou neste magnífico documento da II Guerra Mundial foi a estoicidade ideológica e comportamental dos últimos refugiados no bunker de Hitler. A frieza de Goebbels vai para além da compreensão do comum mortal. As ideias expostas por Goebbels parecem ficção, mas não são, são baseadas nos relatos de quem lá esteve e o ouviu. De Hitler já sabíamos que era um monstro, mas é sempre diferente saber como se comportou um monstro até à hora final e é desconcertante perceber que Goebbels ainda superava Hitler no fanatismo pela causa Nazi. A mulher de Goebbels considerada por Hitler, "a melhor de todas mães alemãs", a certa altura afirma que não consegue imaginar os seus cinco filhos a viverem num mundo sem Nacional-Socialismo. Ela própria os mata um por um, fazendo-os ingerir comprimidos de cianeto. Tal como os generais, os graduados das SS, o casal Hitler e Braun todos se suicidaram metodicamente, com uma disciplina mórbida e doentia, mas o suicídio do casal Goebbels foi o expoente máximo do fanatismo, um suicídio fetichista e implacável.
A importância deste filme é a de nos relembrar que fanatismos e fundamentalismos extremos que grassam agora noutros quadrantes do nosso planeta já estiveram bem enraizados na Europa e não são exclusivo dos lugares onde há miséria e analfabetismo. A II Guerra Mundial não foi uma guerra convencional de puro confronto militar, foi muito mais do que isso, é o que nos diz "Der Untergang".
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