Quando descobri Júlio Verne não descansei enquanto não comprei todos os romances que havia à venda. Fazia-o à custa dos tostões que me iam oferecendo alguns familiares em ocasiões especiais (Páscoa, Natal, aniversário, etc.). Dediquei uma secção na minha estante só a Júlio Verne. A minha mãe olhava desconfiada para o volume de livros que não parava de aumentar e dizia-me: "em vez de guardares o dinheirinho que te dão, andas a estoirá-lo em livros". Numa família sem tradições académicas ouve-se destas de vez em quando. Os 100 anos da morte de Júlio Verne, que agora se comemoram, evocam-me esses tempos de longas e deliciosas horas a fio passadas a ler e a imaginar todas aquelas aventuras. O que mais impressiona na obra de Júlio Verne é o seu carácter visionário. Ainda hoje, algumas das ideias mais incríveis imaginadas por Júlio Verne são objecto de estudo sério, como é o caso de um elevador capaz de levar os passageiros da Terra até à Lua.
Apesar de ser um grande fã de ficção científica, a obra de Júlio Verne de que mais gostei na altura foi "Miguel Strogoff" (ver ilustração). Não larguei o livro enquanto Miguel Strogoff não cumpriu a sua longa viagem até Yakutsk, uma viagem cheia de duras provas aos seus limites físicos. Muitos consideram ter sido estas duras provas de Miguel Strogoff a fonte inspiração do Barão Pierre de Coubertin para a criação do Pentatlo Moderno, o desporto do atleta perfeito para o Barão.
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