sexta-feira, janeiro 28, 2011
Cavaco deve demitir-se
segunda-feira, janeiro 24, 2011
2010 é ano mais quente de sempre
Apesar destes serem dados preliminares, sendo passíveis de pequenas correcções, é evidente que na década anterior se acentuou consideravelmente o aquecimento global e, perante os dados de 2010, essa tendência poderá manter-se na actual década. O facto de o Sol ter passado recentemente por um mínimo de actividade relativamente longo só reforça a gravidade do aumento de temperatura registado.
No seu relatório de 2010, os cientistas do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) chamam a atenção para a influência na temperatura e na precipitação global do fenómeno climático La Niña, especialmente forte no final de 2010. Mas, numa tabela onde se registam os 10 fenómenos climáticos mais importantes do ano, a NOAA considerou a vaga de fogos na Rússia e as inundações no Paquistão como os acontecimentos mais significativos.
Se a clareza destes dados não forem suficientemente fortes para convencer os líderes europeus, americanos e chineses a mudar a lógica de desenvolvimento, ficaremos certamente entregues à arbitrariedade de acontecimentos climáticos catastróficos, até finalmente a classe política tomar medidas adequadas.
10 anos mais quentes desde que há registo | |
Anos mais quentes | Anomalia (ºC) |
2010 | 0,62 |
2005 | 0,62 |
1998 | 0,60 |
2003 | 0,58 |
2002 | 0,58 |
2009 | 0,56 |
2006 | 0,56 |
2007 | 0,55 |
2004 | 0,54 |
2001 | 0,52 |
domingo, janeiro 23, 2011
Continuar a questionar Cavaco Silva
Já as práticas relativas aos lucros no BPN e à permuta de casas são muito questionáveis e continuarão a ser questionadas. São assim as regras da democracia.
sexta-feira, janeiro 21, 2011
A bater no muro
O orçamento apresentado pelo executivo camarário é o orçamento de uma autarquia a bater no muro. Com cerca de 80 milhões de euros em dívida, as soluções que se apresentavam ao executivo oscilavam entre o mau e o muito mau. A principal solução deste orçamento consiste num empréstimo de 31 milhões de euros para pagamento de dívidas a terceiros. Na prática esta operação transfere a dívida para a banca e adia a sua liquidação para 2023, acrescida de 6,5% de juros. Serão sobretudo os figueirenses mais jovens quem vai sofrer as consequências desta decisão.
No momento em que vamos começar a pagar a sério a factura dos exageros do passado, os figueirenses devem estar conscientes que esses exageros se estendem até aos tempos em que a dispendiosa agenda política de Santana Lopes se cruzou com os destinos do município. O tempo das cigarras acabou. Sabíamos que estes iriam ser tempos difíceis para a Figueira, espero por isso que o actual presidente, por pressões internas ou externas, não se sinta na obrigação de apresentar uma obra simbólica do seu mandato, um mamarracho de betão ou uma paisagem subtropical artificial. De obras inúteis e efémeras a Figueira já teve a sua dose.
A equação é quase impossível. Sem margem para investimento, é necessário criar dinamismo económico e garantir a protecção social. Por isso, admitindo que a solução do empréstimo é a menos má e dado o avultado lucro que este representa para a banca, não teria sido possível negociar contrapartidas totalmente legítimas para os figueirenses? Não se poderia ter negociado o recurso ao crédito ou micro-crédito em condições mais favoráveis para investidores individuais, comércio, pequenas empresas, espaços culturais e educacionais do nosso concelho? A estagnação do investimento camarário poderia ser compensada desta forma, facilitando a criação de novos negócios e por conseguinte a criação de emprego. Em tempos difíceis, seria uma pequena grande ajuda para quem pretende abrir ou renovar um café, uma papelaria, uma banca num mercado, um infantário ou uma associação cultural e recreativa em qualquer freguesia do nosso concelho.
Infelizmente, a história repete-se e a banca mais uma vez fica a ganhar. Desta vez será à custa dos figueirenses mais jovens, quando a função da banca deveria ser a de ajudar a financiar o futuro dos jovens.
terça-feira, janeiro 18, 2011
Falta de Chá II
Na minha recente estadia nos EUA tive oportunidade de constatar esse discurso violento, recordo um esbracejar ameaçador de um comentador da FOX, que achava que os políticos eleitos deveriam deixar outros (leia-se banqueiros, especuladores, líderes religiosos fanáticos, etc.) governar. Recordo também a profunda violência dos discursos (discursos muito políticos) de pastores das mais de 75% de rádios religiosas que inundavam o meu rádio no estado do Tennessee.
Foto sacada algures entre Knoxville e Chattanooga, Novembro 2010.
domingo, janeiro 16, 2011
Abdelwahab Meddeb sobre a Tunísia
sexta-feira, janeiro 14, 2011
quarta-feira, janeiro 12, 2011
Descoberta anti-matéria em trovoadas
terça-feira, janeiro 11, 2011
Bom demais para ser verdade Sr. Presidente
Cavaco é um economista. Sabe muito bem que um lucro de 140% em dois anos (ou mesmo em quatro) requer uma justificação muito forte para ser credível. Aliás foi o próprio Cavaco que em 1987 utilizou a expressão "gato por lebre" para classificar lucros estratosféricos da bolsa de Lisboa que resultaram no maior crash da bolsa nacional até então. A única fuga possível de Cavaco na entrevista de ontem foi dizer que não sabia quanto tinha ganho. O que contradiz as palavras que profere logo a seguir quando se classifica de "muito rigoroso" e de "mísero professor". Se é tão rigoroso não sabe que ganhou 140% num investimento? Não sabe quanto investe? Que rigor é esse? Um "mísero professor" (de economia) não se interessa por um investimento que dá 140%? Então para que investe? Um mísero qualquer interessa-se por um investimento que dá 140% nem que sejam 10€, o mísero ganha 24€, não despreza ganhos desta ordem.
Se há alguma coisa verdadeiramente honesta a concluir é que Cavaco não foi honesto. Não violou nenhuma lei, mas não foi honesto com a economia e nem sequer foi honesto com a sua própria ideologia política. A sua linha política, uma democracia-cristã conservadora, também desaprova este tipo de práticas. Cavaco foi cúmplice de uma onda de xico-espertismo que teve consequências nefastas na nossa economia, que produziu desemprego e prejuízos de milhares de milhões de euros. Os portugueses devem por isso sancioná-lo nas urnas.
segunda-feira, janeiro 10, 2011
A pulseira do desequilíbrio
A empresa Power Balance reconheceu (ou foi forçada a reconhecer) anunciar benefícios para a saúde atribuídos à utilização chamada pulseira do equilíbrio que não estão provados cientificamente. A empresa informa que quem quiser devolver a pulseira do equilíbrio será reembolsado. No entanto, os masoquistas não foram esquecidos, a pulseira continua à venda no sítio da Power Balance ao módico preço de 46€ (60 dólares australianos).
domingo, janeiro 09, 2011
Centrais nucleares de terceira geração mais caras que previsto
A TVO, a fornecedora nacional de electricidade da Finlândia, comunicou recentemente que a construção do seu novo reactor nuclear sofreu um novo atraso superior a um ano. Este reactor designado de terceira geração, trata-se do EPR (European Pressurised Reactor/Evolutionary Power Reactor) da empresa francesa Areva em construção em Olkiluoto, no sudoeste da Finlândia. A construção do EPR foi iniciada em 2005 com o compromisso de estar terminado em 2009. Desde então, sucessivos atrasos elevaram a factura inicial de 3 mil milhões de euros (um preço chave na mão estabelecido entre a TVO e a Areva) para 5,7 mil milhões de euros. Depois da derrapagem de custos, a TVO entrou em conflito com a Areva e pede o reembolso da diferença de 2,7 mil milhões de euros.
Existem apenas quatro reactores deste tipo correntemente em construção: dois na China, um na Finlândia e outro em França. A construção dos dois reactores chineses iniciou-se há poucos meses, pelo que não há informação sobre eventuais derrapagens de custos. A construção do reactor francês, tal como o finlandês, tem sofrido atrasos e aumentos de custo bem superiores ao inicialmente estimado.
O EPR deverá ser o mais potente reactor nuclear do mundo, com uma potência de cerca de 1650 MW, mas é também o reactor mais caro concebido até hoje. Este tipo de reactores tem sido publicitado como o mais seguro do mundo, capaz de resistir ao embate de um avião de linha. No entanto, o EPR nunca foi testado, a unidade finlandesa será a primeira a entrar em funcionamento. O combustível utilizado nestes reactores é designado por MOX (Mélange d’OXides), uma liga constituída por óxidos de urânio e de plutónio. A utilização do MOX apresenta a vantagem de reciclar o plutónio proveniente de armamento nuclear e de aumentar a concentração de material físsil do combustível utilizado nos reactores. No entanto, é um combustível mais caro que o combustível utilizado nas centrais nucleares de anteriores gerações e para o qual ainda não foi encontrada uma solução de tratamento e armazenamento depois de utilizado.
Foi este tipo de reactores que foi proposto há cerca de cinco anos como uma solução energética mais barata para Portugal pelo grupo de pressão liderado por Patrick Monteiro de Barros.
sexta-feira, janeiro 07, 2011
Aprender espanhol, desaprender línguas
Concordo com a Inês Pedrosa (Revista Ler, Novembro, pag. 85), acho uma aberração aprender espanhol no secundário. Obviamente, excluindo quem segue uma via literária ou um curso superior de espanhol. A forma avassaladora como o francês e o alemão têm vindo a ser substituídos como segunda língua pelo espanhol está a destruir o que de positivo foi conseguido com a introdução do inglês nos primeiros anos do curriculum escolar. Depois de gerações que praticamente não falavam uma única língua estrangeira, produzimos e muito bem desde o 25 de Abril gerações que dominam razoavelmente bem uma língua (mais inglês, francês eram menos) e que se desenrascam, pelos menos na leitura, numa segunda língua (francês e alemão). Depois das minhas experiências no estrangeiro garanto-vos que em matéria línguas estamos acima da média europeia. Actualmente, ao lançarmos uma nova geração que aprende espanhol no secundário, invertemos o rumo para os tempos de Rosa Casaco. Entre três anos a aprender espanhol, "brasileiro" ou lisboês a diferença não é muita.
O espanhol é uma língua interessante e rica, mas francamente, é uma língua que sai nos pacotes de nestum. Na minha área é até negativo enviar um CV onde o espanhol figure entre as línguas estrangeiras (excepto no caso de ex-residentes em países de língua espanhola e no caso estudos superiores em espanhol). Qualquer troca-tintas aprende espanhol se for preciso. É por isso lamentável que em plena era de globalização onde outras línguas ganham uma enorme importância em vez de no secundário acrescentarmos ao francês e ao alemão outras línguas como o chinês ou o russo, se atrofie o ensino ao espanhol.
PS- Acho lamentável num país latino o ensino do latim não ser obrigatório no secundário. Pelo menos dois anos.
quinta-feira, janeiro 06, 2011
Sovaqueira de astronauta
James Lovell, um dos heróis da Apollo 13, ao sair da sua cápsula recuperada em pleno oceano foi questionado sobre o que sentiu durante a atribulada missão lunar, tendo respondido diplomaticamente que foram sensações bem diferentes da fresca brisa do mar que percorria o ar. Mais tarde referiu que sentiu como se tivesse vivido uma semana dentro de uma casa de banho.
terça-feira, janeiro 04, 2011
Eclipse entre nuvens
Hoje ainda vi menos do eclipse do que isto. Noutros tempos poderia dar direito a cortar o pescoço ao astrónomo (e/ou astrólogo) de serviço.
sábado, janeiro 01, 2011
10 olhares sobre a Europa
Destaco:
"A já velha separação entre o signo e a coisa. A célebre frase “a palavra CÃO não morde”: se pusermos os dedos no C no A ou no O não corremos qualquer risco, os nossos dedos ficarão intactos, o C e o A não mordem – velha lição de linguística. E foi esta separação que inaugurou a modernidade. Os primitivos não acreditavam nisso, não acreditavam em dois mundos separados. Para os primitivos o signo era já uma coisa. O desenho de veado não era o desenho de um veado, era o veado. Não havia diferença.
De certa maneira, a Europa – desde há décadas – que acentuou o seu lado primitivo. Voltou a acreditar na magia. Quase toda a economia está hoje instalada no mundo abstrato, no mundo das letras e dos números – e não no mundo das matérias com volume. Porque a velha economia era isto: duas vacas que se trocavam por mil galinhas; fábricas e máquinas, árvores que se vendiam ou compravam. Pouco a pouco, no entanto, os elementos vivos e os metros quadrados foram desaparecendo de cena. Ficaram papéis com signos e números e a Europa transformou-se assim num Novo Continente Primitivo, em que as pessoas assumem comportamentos idênticos aos das tribos da Amazónia que confundiam signos com o real e acreditavam que a letra A ou um desenho os podia esmagar ou amaldiçoar"