"Embora o mecanismo referendário de tratados (que não são só internacionais, porque têm implicações políticas sérias para Portugal) seja discutível, parece-me que invocar a ignorância do povo está ao nível dos argumentos liberais-conservadores do século XIX para travar outras exigências democráticas.
Vendo bem as coisas, embora pense que franceses e holandeses decidiram mal, só aos mais distraídos ou cínicos é que estes resultados oferecem surpresa: é que parece que para aqueles lados a narrativa neoliberal de políticos nacionais e europeus não cai tão impunemente como por estes lados. Reflicta a dita esquerda moderna no assunto e reconheça, pelo menos, que não se pode invocar uma Europa cidadã ao mesmo tempo que se trata os cidadãos como uns simples de espírito, tudo decidindo nas suas costas, numa lógica de merceeiro ou de feirante de poderes.
Tal como o Rui, sinto-me mais aliviado do que satisfeito com este tratado. Espero, sinceramente, que seja ratificado, e que termine com mais de 10 anos de reformas falhadas ou capciosas. Embora o Tratado Constitucional fosse incomparavelmente melhor, se o concerto intergovernamental não consegue mais do que uma emenda substancial, há que reconhecer que este tratado é preferível a Nice."
Sérgio
"O problema de ambos os lados da barricada (Euro-entusiastas e Euro-cépticos) e que nenhum deles esta, de facto, interessado em saber aquilo que as populações europeias querem da UE. Por isso instrumentalizam as ferramentas democráticas ao seu dispor e ignoram que essas ferramentas não são adequadas para esta construção politica que e a UE. Repare que o SIM quer aprovações parlamentares porque só assim garante o SIM. Já os do NAO querem o referendo porque só assim garantem o NAO.
Vital Moreira usa argumentos imbecis como "eles não percebem logo não devemos cansar as suas cabecinhas" o Miguel Portas usa argumentos imbecis como "matematicamente prova-se que os referendos nacionais são perversos mas politicamente são bons".
Obviamente o que necessitamos aqui e de uma terceira via, um outro método qualquer que deveria ser desenhado com base em ciência sólida para consultar as populações sem distorções. Mas este tipo de proposta, curiosamente, é sempre contraposto com um ensurdecedor silencio"
Lowlander
Pequeno comentário ao Lowlander:
O Miguel percebeu o problema da quase impossibilidade de o SIM ganhar em 27 referendos nacionais, mas como a promessa de referendo já foi feita em vários países, ele considera que do ponto de vista democrático essa promessa deve ser cumprida.
Vendo bem as coisas, embora pense que franceses e holandeses decidiram mal, só aos mais distraídos ou cínicos é que estes resultados oferecem surpresa: é que parece que para aqueles lados a narrativa neoliberal de políticos nacionais e europeus não cai tão impunemente como por estes lados. Reflicta a dita esquerda moderna no assunto e reconheça, pelo menos, que não se pode invocar uma Europa cidadã ao mesmo tempo que se trata os cidadãos como uns simples de espírito, tudo decidindo nas suas costas, numa lógica de merceeiro ou de feirante de poderes.
Tal como o Rui, sinto-me mais aliviado do que satisfeito com este tratado. Espero, sinceramente, que seja ratificado, e que termine com mais de 10 anos de reformas falhadas ou capciosas. Embora o Tratado Constitucional fosse incomparavelmente melhor, se o concerto intergovernamental não consegue mais do que uma emenda substancial, há que reconhecer que este tratado é preferível a Nice."
Sérgio
"O problema de ambos os lados da barricada (Euro-entusiastas e Euro-cépticos) e que nenhum deles esta, de facto, interessado em saber aquilo que as populações europeias querem da UE. Por isso instrumentalizam as ferramentas democráticas ao seu dispor e ignoram que essas ferramentas não são adequadas para esta construção politica que e a UE. Repare que o SIM quer aprovações parlamentares porque só assim garante o SIM. Já os do NAO querem o referendo porque só assim garantem o NAO.
Vital Moreira usa argumentos imbecis como "eles não percebem logo não devemos cansar as suas cabecinhas" o Miguel Portas usa argumentos imbecis como "matematicamente prova-se que os referendos nacionais são perversos mas politicamente são bons".
Obviamente o que necessitamos aqui e de uma terceira via, um outro método qualquer que deveria ser desenhado com base em ciência sólida para consultar as populações sem distorções. Mas este tipo de proposta, curiosamente, é sempre contraposto com um ensurdecedor silencio"
Lowlander
Pequeno comentário ao Lowlander:
O Miguel percebeu o problema da quase impossibilidade de o SIM ganhar em 27 referendos nacionais, mas como a promessa de referendo já foi feita em vários países, ele considera que do ponto de vista democrático essa promessa deve ser cumprida.
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