quarta-feira, novembro 28, 2007

Justiça a Fernando Gomes

Finalmente compensa ir de Coimbra ao Porto apanhar o avião. No Alfa, numa hora está-se em Campanhã. Em 40 minutos está-se no aeroporto, em frente ao check-in, graças ao metro de superfície. Graças a Fernando Gomes! (pensei eu enquanto admirava uns putos de bicicleta que entravam no metro ali para os lados da Fonte do Cuco). No Porto a mala recolhe-se em apenas alguns minutos.

Em relação à Portela poupam-se 40 minutos no comboio mais um intervalo de tempo aleatório que pode ir de 10 a 45 minutos se escolhermos o autocarro (linha urbana 44) para ir até à Portela. Ou de 10 a 20 minutos se escolhermos o táxi. Poupa-se também no mau humor habitual dos taxistas quando se diz que a corrida é só do Oriente para o aeroporto ou vice-versa. Poupa-se no tempo de recolha das malas, num aeroporto desorganizado, pouco asseado e a rebentar pelas costuras.

Fernando Gomes é um autarca tipo do PS e do PSD com quem por princípio não me identifico. São autarcas incapazes de alterar substancialmente os comportamentos de modo a preparar a cidade para os futuros desafios sociais e ambientais. No entanto, dentro deste tipo de autarcas há que reconhecer que Fernando Gomes foi dos melhores. O metro de superfície do Porto é um transporte público de qualidade que catalisa visivelmente o desenvolvimento da cidade, da periferia (muito pobre) e do aeroporto. Ajuda a misturar de uma forma salutar a população das zonas pobres com um baixíssimo nível educacional com as zonas urbanas mais privilegiadas. Mas, a Fernando Gomes não se deve apenas a ideia do metro de superfície - que importou de Estrasburgo certamente quando foi eurodeputado - a grande requalificação urbana da zona histórica da cidade também foi obra sua. Resta o pecado da candidatura a despropósito que perdeu depois de ter saído do governo, deu a sensação que não conseguia passar sem um cargo político.

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