Durão Barroso, ao revelar que lhe transmitiram informações "que não corresponderam à verdade" sobre a existência de armas de destruição em massa, deveria ser objecto, pelo menos, de uma audição parlamentar para se saber com rigor como e quem enganou o nosso primeiro-ministro da altura. Relembro que estamos a falar de um assunto de estado da maior gravidade: a guerra. Na guerra morre gente, não se trata propriamente de um banal assunto de Estado como uma subida de taxas de juro ou mesmo da realização de um referendo popular. Relembro ainda que já houve audições parlamentares a jornalistas, por causa de uma vírgula.
Se foi a Administração Bush que enganou o nosso primeiro-ministro deveriam ser tiradas consequências à altura da gravidade dos factos, visto que fazemos parte de uma aliança militar com os EUA: a NATO. A aliança militar entre dois países é incompatível com este tipo de práticas, bastante comuns, isso sim, entre países rivais.
Se as informações enganosas vieram de outra fonte qualquer, o caso é ainda mais grave porque revelaria que estamos permanentemente expostos a ser ludibriados ao mais alto nível do Estado sobre assuntos da maior relevância política.
Fosse Portugal um país sério e esta questão seria tirada a limpo até às últimas consequências, o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e o Parlamento não deveriam admitir com passividade que o nosso país tenha sido enganado ao mais alto nível sem que sejam extraídas quaiquer conclusões e as consequências devidas.
O aconselhamento científico do Primeiro Ministro
O episódio Barroso revela igualmente como é perigoso um primeiro-ministro não ter conselheiros científicos à altura das suas funções. Na altura da cimeira havia cientistas e militares em Portugal que saberiam certamente reconhecer os camiões de hidrogénio ou pelo menos formar uma opinião crítica sobre a ideia de o Iraque transportar agentes biológicos em camiões pelo meio do deserto a altas temperaturas (ver 5. da entrada anterior). Além do mais, os comentários dos peritos americanos do Departamento de Energia e dos russos às "provas" apresentadas por Powell eram já conhecidos na altura. A quem recorreu Barroso para confirmar as provas que lhe foram apresentadas, visto que ele não tinha obviamente competência para as analisar? É uma questão que não deveria ficar sem resposta, porque é a "brecha" por onde entrou a informação enganosa.
Se foi a Administração Bush que enganou o nosso primeiro-ministro deveriam ser tiradas consequências à altura da gravidade dos factos, visto que fazemos parte de uma aliança militar com os EUA: a NATO. A aliança militar entre dois países é incompatível com este tipo de práticas, bastante comuns, isso sim, entre países rivais.
Se as informações enganosas vieram de outra fonte qualquer, o caso é ainda mais grave porque revelaria que estamos permanentemente expostos a ser ludibriados ao mais alto nível do Estado sobre assuntos da maior relevância política.
Fosse Portugal um país sério e esta questão seria tirada a limpo até às últimas consequências, o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e o Parlamento não deveriam admitir com passividade que o nosso país tenha sido enganado ao mais alto nível sem que sejam extraídas quaiquer conclusões e as consequências devidas.
O aconselhamento científico do Primeiro Ministro
O episódio Barroso revela igualmente como é perigoso um primeiro-ministro não ter conselheiros científicos à altura das suas funções. Na altura da cimeira havia cientistas e militares em Portugal que saberiam certamente reconhecer os camiões de hidrogénio ou pelo menos formar uma opinião crítica sobre a ideia de o Iraque transportar agentes biológicos em camiões pelo meio do deserto a altas temperaturas (ver 5. da entrada anterior). Além do mais, os comentários dos peritos americanos do Departamento de Energia e dos russos às "provas" apresentadas por Powell eram já conhecidos na altura. A quem recorreu Barroso para confirmar as provas que lhe foram apresentadas, visto que ele não tinha obviamente competência para as analisar? É uma questão que não deveria ficar sem resposta, porque é a "brecha" por onde entrou a informação enganosa.
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