Fico satisfeito por a minha universidade ser considerada a melhor do país por um ranking de prestígio como o do The Times Higher Education Supplement, mas este resultado à luz do panorama europeu e internacional não é brilhante. Nem é tanto pela posição a nível global 319ª (266ª em 2006 até foi muito bom), é sobretudo por alguma inércia na sua dinâmica como instituição académica e científica e pela a sua pobre ligação à sociedade, quando comparada com o panorama internacional.
Hoje em dia, os investigadores das melhores universidades europeias e mundiais estão habituadíssimos a publicar os seus trabalhos em revistas internacionais da especialidade onde são avaliados pelos seus pares. Apesar de na Universidade de Coimbra esta prática salutar se ter finalmente instalado - que lhe tem valido o 1° lugar no ranking - pouco tem sido feito para cultivar a sua valorização e a criação de condições para a produção científica e tecnológica. Poderia encher este blogue até lá baixo de histórias absurdas sobre a burocracia e a tacanhês de meia dúzia de personagens de departamentos, de faculdades e de serviços administrativos que só empatam o dinamismo da instituição. São o resquício da Coimbra dos Shôtores que não investigavam, que não interagiam nem com empresas, nem com a sociedade, nem achavam que essa era a sua obrigação. Isso, felizmente, está a acabar e muito o devemos à ruptura que se deu na contestação de Abril de 1969 e a alguns pontapés bem dados no traseiro após o 25 de Abril.
Apesar de o forte da UC ser a sua presença constante no meio científico internacional em quase todos os domínios, o seu contacto com a sociedade (empresas, instituições públicas), a divulgação do seu trabalho ao grande público e a sua internacionalização quer através da participação em redes internacionais ou na atracção de alunos e docentes estrangeiros, ainda fica muito aquém da realidade das universidades por onde passei e com as quais colaboro: Pádua, Louis Pasteur (Estrasburgo), Bolonha e Louvain-la-Neuve - todas no top 200 da Times. Todas multiculturais e perfeitamente internacionalizadas.
Mas os problemas da UC são também os problemas das restantes universidades do país, onde é apenas um pouco mais grave o problema da pouca publicação dos trabalhos de investigação em revistas internacionais com arbitragem - no caso das privadas é praticamente inexistente, apesar do acesso em igualdade de oportunidades aos fundos de investigação nacionais e europeus. A ligação à indústria, à sociedade e às instituições públicas é fraca e a criação de redes sólidas com empresas e as referidas instituições ainda está por fazer. No caso de alguma ligação à indústria ainda se encontra muito xico-espertismo de parte-a-parte e a transferência de tecnologia para as empresas ainda é em muitos casos uma simples camuflagem para algumas negociatas em proveito individual. O paroquialismo reina na universidade portuguesa, a dificuldade em entrar em redes internacionais é enorme e a falta de credibilidade e de pontualidade não escapam ao olhar crítico dos nossos parceiros europeus e mundiais.
Hoje em dia, os investigadores das melhores universidades europeias e mundiais estão habituadíssimos a publicar os seus trabalhos em revistas internacionais da especialidade onde são avaliados pelos seus pares. Apesar de na Universidade de Coimbra esta prática salutar se ter finalmente instalado - que lhe tem valido o 1° lugar no ranking - pouco tem sido feito para cultivar a sua valorização e a criação de condições para a produção científica e tecnológica. Poderia encher este blogue até lá baixo de histórias absurdas sobre a burocracia e a tacanhês de meia dúzia de personagens de departamentos, de faculdades e de serviços administrativos que só empatam o dinamismo da instituição. São o resquício da Coimbra dos Shôtores que não investigavam, que não interagiam nem com empresas, nem com a sociedade, nem achavam que essa era a sua obrigação. Isso, felizmente, está a acabar e muito o devemos à ruptura que se deu na contestação de Abril de 1969 e a alguns pontapés bem dados no traseiro após o 25 de Abril.
Apesar de o forte da UC ser a sua presença constante no meio científico internacional em quase todos os domínios, o seu contacto com a sociedade (empresas, instituições públicas), a divulgação do seu trabalho ao grande público e a sua internacionalização quer através da participação em redes internacionais ou na atracção de alunos e docentes estrangeiros, ainda fica muito aquém da realidade das universidades por onde passei e com as quais colaboro: Pádua, Louis Pasteur (Estrasburgo), Bolonha e Louvain-la-Neuve - todas no top 200 da Times. Todas multiculturais e perfeitamente internacionalizadas.
Mas os problemas da UC são também os problemas das restantes universidades do país, onde é apenas um pouco mais grave o problema da pouca publicação dos trabalhos de investigação em revistas internacionais com arbitragem - no caso das privadas é praticamente inexistente, apesar do acesso em igualdade de oportunidades aos fundos de investigação nacionais e europeus. A ligação à indústria, à sociedade e às instituições públicas é fraca e a criação de redes sólidas com empresas e as referidas instituições ainda está por fazer. No caso de alguma ligação à indústria ainda se encontra muito xico-espertismo de parte-a-parte e a transferência de tecnologia para as empresas ainda é em muitos casos uma simples camuflagem para algumas negociatas em proveito individual. O paroquialismo reina na universidade portuguesa, a dificuldade em entrar em redes internacionais é enorme e a falta de credibilidade e de pontualidade não escapam ao olhar crítico dos nossos parceiros europeus e mundiais.
Sem comentários:
Enviar um comentário