Em boa hora fui convidado (obrigado T.) a ler este sublime artigo sobre o declínio da ciência na sociedade da autoria de Harry Kroto. O artigo descreve o caso britânico, mas muito do que ali se analisa aplica-se na perfeição ao caso português, aliás entre Blair e Sócrates muita coisa há em comum, infelizmente. Harry Kroto analisa o encerramento de prestigiados cursos de ciência numa altura em que as empresas dependem mais do que nunca da ciência e da tecnologia, ao mesmo tempo que proliferam nas universidades cursos light de comunicação e publicidade. O problema é apresentado como deve ser, realçando a ausência de racionalidade de um sistema universitário unicamente economicista em que as pessoas são reduzidas a contribuintes, sendo dissociadas dos tremendos benefícios sociais produzidos pela ciência e pela tecnologia.
Kroto descreve ainda o flagelo da ignorância do método científico e as suas consequências na proliferação de todas as pseudo-ciências (desenho inteligente, o negacionismo do aquecimento global, etc.) e na implementação de políticas na agricultura, nos negócios e na justiça. Sobre este tema escreverei em breve umas linhas sobre o caso português. Há uma ou duas coisas que devem ser ditas, talvez à bruta...
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