Vale a pena ler todos os textos sobre transportes publicados no blog do Manuel Tão (infelizmente em hibernação), doutorado em economia de transportes pela Universidade de Leeds. O Manuel Tão produziu um raro e valioso trabalho de investigação sobre o impacto de uma rede de comboio de alta velocidade no nosso país.
Destaco a seguinte passagem de um dos seus textos:
"Mas vamos uma vez mais tentar perceber o que move o sentimento destas criaturas, um pouco ao jeito de todos aqueles que há século e meio se declaravam frontalmente contra a introdução do caminho de ferro no “país pobre” e de “dimensão reduzida” que era Portugal. Há muitas razões para existir oposição ao TGV. As mais legítimas prendem-se, seguramente, com os interesses ligados ao transporte aéreo de curta e média distância, assim como, claro está, aos de todo o mundo ligado à venda de combustíveis, viaturas automóveis e exploração de rodovias. Da mesma maneira que o comboio destronou os almocreves, também o comboio de “alta velocidade” vai acabar com muitas linhas aéreas (Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid serão substituídas pelo novo transporte, isento de emissões poluentes), e ainda abstrair praticamente metade do tráfego das auto-estradas paralelas, como a A1."
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