sexta-feira, março 03, 2006

Mulheres contra o obscurantismo

Kenza Braiga e Olivia Cattan, ambas francesas mas oriundas de família muçulmana e judia respectivamente, publicam juntas "Deux femmes en colère" sob o lema: juive ou musulmane, citoyennes et libres. Apesar do livro criticar inicialmente alguns dos estereótipos em que se incorre quando se classificam os judeus ou os muçulmanos (portanto os Vascos P. Valente e os Miguéis S. Tavares do sítio), o propósito desta obra é o de denunciar as derivas obscurantistas que se verificam nas duas comunidades, pelo prisma das maiores vítimas desse obscurantismo: as mulheres. O actual contexto político internacional tem sido bastante propício às vozes mais radicais dando cobertura a abusos execráveis dentro das referidas comunidades. Cada vez há mais crianças a estudar em escolas islâmicas e judaicas, cujos programas são progressivamente mais radicais, intolerantes e racistas, segundo palavras das próprias autoras. Multiplicam-se a abertura de piscinas exclusivamente para mulheres em ambas as comunidades (não vá algum atrevido infiel olhar para a perna de alguma). Todos os anos acontecem milhares de casamentos forçados no seio da comunidade muçulmana e na comunidade judaica, embora menos numerosa, continuam a verificar-se situações humilhantes para as mulheres em certos meios mais fechados, tais como o isolamento da mulher durante a menstruação ou a desigualdade entre sexos na condição resultante de uma situação de divórcio. Estas e outras misérias são denunciadas pelas autoras ao longo deste "Deux femmes en colère".

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