Numa edição da Fundação Bissaya Barreto intitulada "Bissaya Barreto - O Homem e a Obra" podemos ler na biografia que serve de introdução a esta publicação:
"...entrou para a Universidade, matriculando-se em Filosofia, Matemática e Medicina. Viria a concluir as três licenciaturas com a máxima classificação possível: 20 valores." Ainda durante a licenciatura Bissaya Barreto fez greve aos exames de 1907, mas "no ano seguinte, fez todos os exames dos dois anos das três faculdades..."
Após lermos estes extraordinários (ou seriam extra-terrestres?) feitos de Bissaya Barreto percebemos que o facilitismo na universidade portuguesa tem barbas e bengala, não é coisa de hoje. Vem isto a propósito de uma série de emails de leitores do Abrupto sobre a qualidade das universidades portuguesas. Como sempre nestas discussões sobre a qualidade do ensino, as opiniões são más e sem consistência estatística. Normalmente baseiam-se numa experiência pessoal do narrador em que este é um herói da sabedoria e os seus colegas, ou alunos, ou professores (depende de quem se quer atingir) são todos uns ignorantes e vai daí generaliza-se a todas as universidades. Vão lá ler as experiências pessoais para ver se não é assim. Como sempre lá vem o facilitismo outra vez como causa de uma suposta baixa de qualidade da universidade. O texto que acima transcrevi é só um "aperitivo" sobre este tema, ao qual voltarei nas próximas entradas da Klepsýdra. Penso que é uma boa ilustração sobre a treta que se vai lendo sobre um suposto passado de rigor do ensino universitário em Portugal e um suposto facilitismo do presente.
Sem comentários:
Enviar um comentário