Tenho alguma dificuldade em ver no filme "Em Carne Viva" de Pedro Almodóvar uma sequela de "Ata-me", como refere o Ivan do blogue A Praia. O filme "Em Carne Viva" sugere-me mais um tratado sobre o macho latino, ou a sua variante ibérica: o macho ibérico. Almodovar apresenta o macho ibérico em todos os seus estados, que são quase sempre primitivos. O que não é sinónimo de algo desprestigiante. Pelo contrário, existem momentos do filme em que essa masculinidade primitiva é enaltecida e louvada. Mas percebemos também que esse primitivismo facilmente derrapa para o patético como: a cena de pancadaria entre os dois machos que é interrompida para festejar o golo do Atlético de Madrid, ou a cena em que David (Javier Bardem) força a sua mulher a um cunnilingus ou o polícia que controla doentiamente os passos da sua insatisfeita mulher até a matar.
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