O populismo do Estado Mínimo, a ilusão transmitida às pessoas de que se poupa dinheiro cortando no número de ministérios, nas viagens de avião do primeiro-ministro ou reduzindo o número de deputados já começa a gerar trapalhada. A escolha de um número populista e arbitrário de ministérios (10+1, tipo Futre, depois de uma partilha de pastas cheia de manhas) em vez da definição dos ministérios em função do trabalho efectivo dedicado a cada área, teve como resultado a nomeação de 33 secretários de estado. As trapalhadas burocráticas para que os secretários de estado possam ter o mesmo poder de acção nos ministérios extintos, o tempo que se vai perder a mudar legislação, regulamentos, reajustamentos logísticos e de pessoal vão ter custos adicionais para o contribuinte. Um dos ministérios que é uma salada de temas, aquele gerido por Cristas, é o exemplo da irracionalidade deste executivo. Neste ministério vão ser geridos cerca de 90% dos fundos europeus, só...
Mas o episódio mais caricato foi a revelação de que o primeiro-ministro não poupou viajando em classe económica. Seria interessante saber se esta decisão não terá saído mais cara ao contribuinte com eventuais custos adicionais na segurança, dada a vulnerabilidade ao viajar em económica. As mega-empresas do sector financeiro mal-intencionadas ou o crime organizado agradecem essa vulnerabilidade certamente. Enquanto isso na banca, onde se recebe uma boa parte do empréstimo destinado a Portugal, os jactos privados não pararam de voar, os bónus milionários continuam a ser distribuídos e os pára-quedas dourados estão sempre à disposição em caso de alguma coisa correr mal.
Para dar maior realismo às medidas austeridade, Passos Coelho poderia encomendar aviões a pedais à Ryanair para uso do governo, com o ritmo da pedalada a ser comandado a chicote por Ricardo Salgado, José de Mello e Fernando Ulrich.
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