A ler este artigo do Daniel Oliveira sobre o BE no sítio do Expresso. Destaco as seguintes passagens que me parecem tocar no cerne do problema:
"...uma cada vez maior discrepância entre o perfil político, social e ideológico dos militantes e dos eleitores. E esta pequenez cria no bloco o receio de assumir responsabilidades (faltam-lhe "tropas" que o defendam) e um desconhecimento do que é a sua rede de apoiantes e votantes."
"Pressionado pela má-consciência do apoio a Alegre e pela possibilidade do PCP se antecipar, a direção do Bloco entrou em versão pavloviana e decidiu avançar para uma moção de censura fora de tempo e mal preparada, que baralhou o eleitorado. Na verdade, tratou-se de um remake de um episódio passado, até nos protagonistas internos: o da Câmara Municipal de Lisboa. Depois de um esforço de alargamento e de uma política de aliança com independentes que correspondia à estratégia definida, a linha sectária (que raramente é visível no exterior, mas que consegue ter um extraordinário poder na curta estrutura do Bloco) impôs a sua vontade e contradisse a linha seguida até aí, apelando à pureza e autosuficiência do partido. Das duas vezes, agora e então, com resultados desastrosos nas urnas."
"Quem tem defendido que a queda do Bloco começou com as eleições presidenciais devia olhar para a evolução das sondagens. É verdade que o Bloco caiu ligeiramente nesse período (mas vale a pena ver as sondagens no dia das Presidenciais, bem acima do resultado atual). Não nego que este apoio teve o seu efeito em alguns setores do eleitorado do partido. Mas é com a moção de censura (que parecia um ziguezague), anunciada duas semanas depois, que começa a vir por aí abaixo de forma bem acentuada. Evolução que a ausência na reunião com a troika confirmou."
"...uma cada vez maior discrepância entre o perfil político, social e ideológico dos militantes e dos eleitores. E esta pequenez cria no bloco o receio de assumir responsabilidades (faltam-lhe "tropas" que o defendam) e um desconhecimento do que é a sua rede de apoiantes e votantes."
"Pressionado pela má-consciência do apoio a Alegre e pela possibilidade do PCP se antecipar, a direção do Bloco entrou em versão pavloviana e decidiu avançar para uma moção de censura fora de tempo e mal preparada, que baralhou o eleitorado. Na verdade, tratou-se de um remake de um episódio passado, até nos protagonistas internos: o da Câmara Municipal de Lisboa. Depois de um esforço de alargamento e de uma política de aliança com independentes que correspondia à estratégia definida, a linha sectária (que raramente é visível no exterior, mas que consegue ter um extraordinário poder na curta estrutura do Bloco) impôs a sua vontade e contradisse a linha seguida até aí, apelando à pureza e autosuficiência do partido. Das duas vezes, agora e então, com resultados desastrosos nas urnas."
"Quem tem defendido que a queda do Bloco começou com as eleições presidenciais devia olhar para a evolução das sondagens. É verdade que o Bloco caiu ligeiramente nesse período (mas vale a pena ver as sondagens no dia das Presidenciais, bem acima do resultado atual). Não nego que este apoio teve o seu efeito em alguns setores do eleitorado do partido. Mas é com a moção de censura (que parecia um ziguezague), anunciada duas semanas depois, que começa a vir por aí abaixo de forma bem acentuada. Evolução que a ausência na reunião com a troika confirmou."
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