Este texto de Pacheco Pereira é um exemplar tratado da ideologia que tenta juntar todas as migalhas que pode para cultivar o anti-europeísmo, um anti-europeísmo que convive mal com o sucesso do Modelo Social Europeu (ainda por cima vem aí o novo filme do Michael Moore, UUUuuuuh!) e que sonha com uma versão do estado mínimo ilusoriamente inspirada nos EUA do Partido Republicano. Esta frase de Pacheco Pereira é um exemplo típico dessa ilusão:
" (...) os tenebrosos OGM servem de pretexto para proteger os agricultores principescamente subsidiados pela PAC da competição dos produtos agrícolas americanos"
Ora, se há agricultores principescamente subsidiados são os agricultores americanos e não são apenas subsidiados, são também protegidos e ajudados pela espionagem da NSA (ler cap.10 do relatório ECHELON) que muito contribuiu para a batota praticada por empresários e agricultores americanos contra a Europa, que causou prejuízo e desemprego de uma forma desleal na UE. Mas os estragos que a batota americana causaram - que foram bem piores do que pisar um hectare de milho - não preocupam Pacheco Pereira.
A insinuação de que a moratória sobre os OGM foi uma medida proteccionista da Europa, é um argumento infantil das corporações agrícolas americanas que só pensam no lucro, que se estão nas tintas para a segurança e que não percebem quase nada do que é a UE e da sua filosofia de introdução de novos produtos no mercado que se aplicam tanto aos OGM como aos produtos químicos fabricados na Europa: o princípio da precaução. Sobre este assunto já o americano Jeremy Rifkin, um profundo conhecedor da filosofia UE, foi bem claro:
"What the US didn't understand is that Europe's opposition to the introduction of GMO's was not just a political maneuver to gain a bargaining chip with the US on trade, but something far more important."
"The European Dream: How Europe’s Vision of the Future is Quietly Eclipsing the American Dream", Jeremy Rifkin, ed. Polity, 2004, pag. 321
No entanto, todos nos lembramos da ridícula interdição do queijo roquefort nos EUA, em parte sob o argumento de que se tratava de queijo estragado... Foi obviamente uma descarada reacção proteccionista americana contra um dos muitos produtos europeus proibidos nos EUA. Aliás é bem conhecida a interdição de um cidadão entrar nos EUA munido de alimentos. Mas esta medida também se enquadra numa filosofia de alienação dos cidadãos americanos muito cultivada pelos grupos de pressão da indústria alimentar americana, que tenta afastar os consumidores do verdadeiro aspecto, sabor e textura dos alimentos, oferecendo alimentos se parecem quase todos com brinquedos coloridos. Aliás a maior parte do queijo que se consome nos EUA não é verdadeiro queijo é aquilo que na UE é obrigatório rotular como emulsão láctea muito utilizada em alimentos congelados.
Concluo que Pacheco Pereira talvez ficasse mais satisfeito se importássemos dos EUA um roquefort transgénico esterilizado, embrulhado em papelinhos com histórias dos sobrinhos do Mickey (sobrinhos claro, não são filhos, porque os meninos americanos ficariam chocados se o Mickey e a Minie tivessem que copular para ter filhos).
" (...) os tenebrosos OGM servem de pretexto para proteger os agricultores principescamente subsidiados pela PAC da competição dos produtos agrícolas americanos"
Ora, se há agricultores principescamente subsidiados são os agricultores americanos e não são apenas subsidiados, são também protegidos e ajudados pela espionagem da NSA (ler cap.10 do relatório ECHELON) que muito contribuiu para a batota praticada por empresários e agricultores americanos contra a Europa, que causou prejuízo e desemprego de uma forma desleal na UE. Mas os estragos que a batota americana causaram - que foram bem piores do que pisar um hectare de milho - não preocupam Pacheco Pereira.
A insinuação de que a moratória sobre os OGM foi uma medida proteccionista da Europa, é um argumento infantil das corporações agrícolas americanas que só pensam no lucro, que se estão nas tintas para a segurança e que não percebem quase nada do que é a UE e da sua filosofia de introdução de novos produtos no mercado que se aplicam tanto aos OGM como aos produtos químicos fabricados na Europa: o princípio da precaução. Sobre este assunto já o americano Jeremy Rifkin, um profundo conhecedor da filosofia UE, foi bem claro:
"What the US didn't understand is that Europe's opposition to the introduction of GMO's was not just a political maneuver to gain a bargaining chip with the US on trade, but something far more important."
"The European Dream: How Europe’s Vision of the Future is Quietly Eclipsing the American Dream", Jeremy Rifkin, ed. Polity, 2004, pag. 321
No entanto, todos nos lembramos da ridícula interdição do queijo roquefort nos EUA, em parte sob o argumento de que se tratava de queijo estragado... Foi obviamente uma descarada reacção proteccionista americana contra um dos muitos produtos europeus proibidos nos EUA. Aliás é bem conhecida a interdição de um cidadão entrar nos EUA munido de alimentos. Mas esta medida também se enquadra numa filosofia de alienação dos cidadãos americanos muito cultivada pelos grupos de pressão da indústria alimentar americana, que tenta afastar os consumidores do verdadeiro aspecto, sabor e textura dos alimentos, oferecendo alimentos se parecem quase todos com brinquedos coloridos. Aliás a maior parte do queijo que se consome nos EUA não é verdadeiro queijo é aquilo que na UE é obrigatório rotular como emulsão láctea muito utilizada em alimentos congelados.
Concluo que Pacheco Pereira talvez ficasse mais satisfeito se importássemos dos EUA um roquefort transgénico esterilizado, embrulhado em papelinhos com histórias dos sobrinhos do Mickey (sobrinhos claro, não são filhos, porque os meninos americanos ficariam chocados se o Mickey e a Minie tivessem que copular para ter filhos).
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