"Os Fantasmas de Goya" de Milos Forman é uma das raras obras cinematográficas que aborda o tema da Inquisição Espanhola (não muito diferente da portuguesa). Começamos por assistir a um processo de denúncia de uma jovem oriunda de uma família judia que não é mais do que a vingança de uma frustração afectiva de um bufo. Sem entrar em momentos de sadismo fácil o filme mostra a profunda violência da Inquisição, mesmo quando a tortura se resume à utilização de uma corda. A narrativa atravessa o período da ocupação da Espanha pelas tropas napoleónicas e a interrupção da Inquisição, mostrando como é fácil para os mais fanáticos saltar do dogmatismo religioso para o dogmatismo ideológico. Infelizmente a história da esquerda tem muito disto, e em parte ainda se reconhece aqui e ali tendências de esquerda que herdaram o "salto-mortal" do dogmatismo religioso para o dogmatismo ideológico.
É uma pena o filme ser falado em inglês, perde-se muito em ambiente histórico e na substância dos diálogos. Pior, só Bardem a falar inglês. A forma como aquele que é na minha opinião um dos melhores actores da actualidade se exprime no filme, faz-me lembrar um bolseiro espanhol perdido num campus universitário britânico.
É uma pena o filme ser falado em inglês, perde-se muito em ambiente histórico e na substância dos diálogos. Pior, só Bardem a falar inglês. A forma como aquele que é na minha opinião um dos melhores actores da actualidade se exprime no filme, faz-me lembrar um bolseiro espanhol perdido num campus universitário britânico.
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