O meu pai depois de se reformar dedicou-se à salutar actividade de treinador de bancada e fê-lo com sucesso como se pode ler aqui. Estou orgulhoso obviamente. Para além disso, a próxima vez que me pegar com o Paulo Querido sobre o Scolari já tenho mais um argumento a meu favor: ser filho do campeão dos treinadores de bancada. Toma lá embrulha Paulo! ;)
O sucesso do meu pai não surge ao acaso, eu conheço-o, a matemática teve uma importância fundamental. Apesar de não ter um curso superior, conhecendo a Universidade como conheço não tenho dúvidas nenhumas que poderia ter tirado um curso de matemática, física ou economia (ou outros cursos que envolvessem cálculos) com muita facilidade. Mas, o meu pai teve o azar de fazer parte da geração de António Barreto, de Fátima Bonifácio e de Vasco Graça Moura. Nesses tempos só os ricos é que iam para as Universidades, todos os outros que tivessem algum talento em vez de ir para a Universidade iam fazer o que era poupado aos filhos dos ricos: bater os costados no ultramar. É por isso que este sucesso do meu pai de certa forma me entristece, porque tenho a certeza que se tivesse tido as mesmas oportunidades que eu - ensino universal e gratuito - o seu futuro seria outro, o seu talento para a matemática não seria desperdiçado em profissões menores.
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