O canal franco-alemão ARTE estendeu o seu conceito à Bélgica. A ARTE Bélgique deu os primeiros passos recentemente e já se fala na ARTE Espanha.
Uma ARTE Portugal seria uma bênção. Num país onde os projectos de televisão privada em canal aberto vieram exclusivamente da direita, onde a qualidade bateu no fundo e por aí tem permanecido alimentada por telenovelas, futebol e variedades da vida real, faz muita falta um verdadeiro canal de serviço público. Faz falta um canal que não seja um insulto à inteligência constante, um canal que não seja kitsch, que não dê às pessoas "o que elas querem", mas que ofereça a possibilidade às pessoas de poderem escolher programas, filmes, reportagens, debates com qualidade, feitos pelos melhores e com meios inovadores. É essa a fasquia e o pequeno segredo do sucesso do canal ARTE.
Por exemplo, em Portugal é perfeitamente impossível pensar em ter um grande programa de debate de literatura, confrontando escritores, políticos, intervenientes sociais, leitores, críticos etc., como é corrente em França ou na Alemanha. Mas o canal ARTE vai mais longe, exemplo disso é série de programas "A Saute Mouton" em que alguns dos maiores pensadores da actualidade se propuseram debater o tema Europa, participando entre outros: Joschka Fischer, Jürgen Habermas, Fernando Savater, Umberto Eco, Günter Grass, Susan Sontag, Adam Michnik, Slavoj Zizek e Jeremy Rifkin.
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