Vale a pena relembrar o racismo de Huntington, o autor de "Choque de Civilizações", no dia em que foi decretada a construção do muro (na verdade o resto do muro, que ele já existe) entre o México e os EUA. Em "American Vertigo", Bernard-Henri Lévy descreve o seguinte episódio passado durante a entrevista a Samuel Huntington num restaurante caro de Beacon Hill:
"dans cet élégant restaurant où la chère était trop bonne et le vin trop capiteux, le voilà qui à ma grande surprise, renonce à toute prudence et lâche, en quelques phrases, ce que ses adversaires le soupçonnent de penser tout bas sans oser, d'habitude, l'avouer trop haut. Ah! l'affreuse violence qui sourd de son oeil bleu quand il me lance que «le grand problème avec les Hispaniques c'est qu'ils n'ont pas envie d'éducation»! La haine de petit Blanc qui défigure le visage savant de Monsieur le Professeur" (pag. 377).
Os hispânicos também somos nós. E não vale a pena dizer que o termo hispânicos é mais dirigido aos mexicanos e aos porto-riquenhos. Vi com os meus próprios olhos os nossos emigrantes nos EUA, baixinhos, cabeludos, de bigode, risco ao lado e barriguinha, para o americano médio é tudo farinha da mesma massa. A guerra de civilizações também é em certa medida contra nós, só um ingénuo pode pensar que Huntington nos tem como parceiros no choque de civilizações.
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