Sobre o filme "A Queda", podemos ler no Murcon:
"li que muitos protestam por ele ser retratado de forma "excessivamente humana". Sempre esta tentativa inconsciente de projectar "o mal" para dentro de outros que não partilhariam connosco a (boa) essência do ser humano... Não partilho este optimismo acerca da dita "natureza humana", considero que luz e sombra se acotovelam cá dentro. Não reconhecer a maldade de que somos capazes, através da crença em "extraterrestres", humanos geneticamente diversos ou reconfortantes psicóticos passeando entre nós, afastará, sem remissão, a análise objectiva dos problemas."
Partilho por inteiro destas reflexões de Júlio Machado Vaz. Preocupam-me as certezas dos que têm esse poder sobrenatural de distinguir inequivocamente o "bem" do "mal". Costumo pensar que não existe o "bem" e o "mal", penso que existem soluções, umas mais eficazes e outras menos. Também se pode pensar no "bem" e no "mal" como as duas extremidades de uma escala unidimensional, tal como um termómetro, com a solução óptima numa ponta e a pior das soluções na outra. Na nossa vida, tal como nos termómetros comuns, nunca vemos o nível de mercúrio a tocar nas extremidades do termómetro. Andamos sempre ali pelo meio da escala. Mas as escalas têm problemas, podem não ser lineares. E se o espaço das soluções não é unidemensional? Se é bidimensional, ou tri?...
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