A decisão do governo espanhol em limitar a velocidade a 110 km/h nas auto-estradas a partir de hoje é um exemplo de uma medida racional que implica um esforço muito menor do cidadão para combater a crise e que tem implicações positivas na segurança rodoviária e na qualidade de vida. Sabendo que o problema principal da crise nacional é a nossa elevadíssima dívida privada, uma parte dela resultante da importação do petróleo, faz todo o sentido tomar medidas que reduzam a dependência e o consumo do petróleo. Faço notar que a velocidade máxima nos países europeus que detêm reservas de petróleo é inferior à do nosso país: Reino Unido ~113km/h, Noruega 100 km/h e Rússia 110km/h. 110 km/h é uma velocidade mais do que suficiente para trajectos longos (já fiz muitos de cerca de 2000 km) e para a qual os motores funcionam perto da melhor parte do seu regime quando se considera a poluição, a fiabilidade e o consumo. Acrescento que gosto de automóveis e que adoro conduzir, por isso estou bem consciente das irracionalidades motorizadas que circulam nas nossas estradas. Por isso, seria muito mais racional para a crise da dívida privada proceder a alterações profundas na fiscalidade automóvel, tal como a taxação mais severa de veículos particulares com motores com mais de 2000 cm3 ou de veículos todo-terreno (autênticos luxos com rodas), em vez acentuar a pressão sobre os cortes de salários ou nos serviços públicos que pouco ou nada contribuíram para a crise.
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