(publicado esta manhã no portal Esquerda.net)
A informação vai saindo a conta-gotas, mas é já uma certeza a ocorrência de um incêndio na central de Onagawa e a existência de problemas muito graves de arrefecimento em dois reactores da central de Fukushima, onde se produziu uma violenta explosão.
A explosão danificou o edifício onde se encontra um desses reactores tendo provocado vários feridos. A central de Fukushima está em alerta máximo e tudo indica que material combustível sobreaquecido entrou em fusão num dos reactores. O governo japonês confirmou uma fuga radioactiva de alta perigosidade e ordenou a evacuação da população num perímetro de 20 km à volta da central.
Em Chernobyl a gravidade do acidente resultou de uma explosão causada pela pressão do vapor da água produzido no circuito de arrefecimento de um dos reactores. Essa explosão pulverizou o tecto do edifício do reactor e projectou grandes quantidades de materiais altamente radioactivos na atmosfera. Neste caso, negligências graves durante a construção e o não respeito do projecto inicial da central tornaram possível um acidente que em condições normais não deveria ter ocorrido.
Ainda se ignora se em Fukushima as cúpulas dos reactores, que servem para impedir a fuga de radiação em caso de acidente, foram destruídas pela explosão como aconteceu em Chernobyl. No entanto, materiais altamente radioactivos armazenados no exterior dos edifícios principais foram já dispersos nas redondezas e na costa japonesa pela inundação provocada pelo tsunami.
O Japão tem 55 reactores nucleares, 11 dos quais pararam automaticamente através de protocolos específicos de segurança assim que ocorreu o terramoto. Teoricamente as centrais japonesas estavam preparadas para lidar com sismos desta intensidade, mas o inesperado tsunami poderá explicar algumas das falhas graves que estão a acontecer.
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