(publicado no Esquerda Republicana)
Em Itália a expressão "fare il portoghese" (passar por português) é empregada quando se usufrui de um serviço e não se paga, por exemplo quando se viaja de comboio sem bilhete. Esta expressão decorre de uma historieta do século XVIII em que o embaixador de Portugal em Roma autorizou a entrada num teatro a todos os portugueses a viver em Roma. Nessa noite entraram de borla no teatro muitos romanos que se passaram por portugueses (fare il portoghese).
A tolerância de ponto e as mordomias para comitivas e devotos fiéis durante a próxima visita do Papa será um raro momento em que Portugal em peso farà il portoghese. Este momento de puro esbanjamento económico em período de crise a troco de uma massagem espiritual colectiva realizada por um clero que pouco fez para combater a pedofilia entre os seus, é um momento patético e desajustado à realidade de um regime democrático e laico. Compreende-se ainda menos esta atitude vinda de um governo socialista. Compreende-se ainda menos quando existe um debate na Europa (França e Bélgica, por exemplo) sobre a necessidade de salvaguardar laicidade da sociedade, a laicidade da escola e a laicidade dos espaços públicos. Por enquanto, ainda não conhecemos por cá fenómenos comunitaristas que impõem indumentária e práticas abusivas às mulheres e às adolescentes. Seria pois o momento ideal para blindar a nossa legislação a tentativas futuras de abusos espirituais. Mas não, preferimos piscar o olho ao velho Portugal dos três éfes.
Deixo aqui a ligação de uma intervenção exemplar (aos 22min e 40s) de uma voz que está longe de ser uma voz jacobina, a voz de um católico que defende a laicidade: Pedro Mexia. Oiçam bem as suas palavras sobre o papel do estado, dos feriados religiosos, etc.
Em Itália a expressão "fare il portoghese" (passar por português) é empregada quando se usufrui de um serviço e não se paga, por exemplo quando se viaja de comboio sem bilhete. Esta expressão decorre de uma historieta do século XVIII em que o embaixador de Portugal em Roma autorizou a entrada num teatro a todos os portugueses a viver em Roma. Nessa noite entraram de borla no teatro muitos romanos que se passaram por portugueses (fare il portoghese).
A tolerância de ponto e as mordomias para comitivas e devotos fiéis durante a próxima visita do Papa será um raro momento em que Portugal em peso farà il portoghese. Este momento de puro esbanjamento económico em período de crise a troco de uma massagem espiritual colectiva realizada por um clero que pouco fez para combater a pedofilia entre os seus, é um momento patético e desajustado à realidade de um regime democrático e laico. Compreende-se ainda menos esta atitude vinda de um governo socialista. Compreende-se ainda menos quando existe um debate na Europa (França e Bélgica, por exemplo) sobre a necessidade de salvaguardar laicidade da sociedade, a laicidade da escola e a laicidade dos espaços públicos. Por enquanto, ainda não conhecemos por cá fenómenos comunitaristas que impõem indumentária e práticas abusivas às mulheres e às adolescentes. Seria pois o momento ideal para blindar a nossa legislação a tentativas futuras de abusos espirituais. Mas não, preferimos piscar o olho ao velho Portugal dos três éfes.
Deixo aqui a ligação de uma intervenção exemplar (aos 22min e 40s) de uma voz que está longe de ser uma voz jacobina, a voz de um católico que defende a laicidade: Pedro Mexia. Oiçam bem as suas palavras sobre o papel do estado, dos feriados religiosos, etc.
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