O Manifesto encabeçado por Mira Amaral sobre as opções energéticas do país ilustra o egoísmo de uma geração que explorou, consumiu e desperdiçou recursos como nenhuma das outras gerações anteriores e que deixará muito menos do que teve à sua disposição para as gerações seguintes. O espírito do Manifesto baseia-se numa visão que encara os recursos fósseis e o urânio como se fossem infinitos e de preço imutável. Esta visão do problema será catastrófica para as gerações seguintes que se confrontarão progressivamente com a penúria do petróleo (~60 anos), do gás natural (~100 anos) e do urânio (~200 anos), acompanhada da subida dos respectivos preços para níveis estratosféricos comparados com os de hoje. Nem a recente crise causada pela subida exagerada do preço do petróleo faz parar a voracidade desta geração. O Manifesto não apresenta qualquer solução que possa deixar uma herança de segurança energética para as próximas gerações, nada de novo, naquelas ideias tudo é velho e muito fraquinho, acompanhado de muita conversa marialvista que não está ao nível do rigor que o assunto exige. Expressões proferidas por alguns dos assinantes como "energia politicamente correcta", referindo-se às energias renováveis, ilustram a falta de seriedade com que o assunto é tratado. Percebe-se que o Manifesto serve mais para provocar, para a indústria ocupar terreno em relação às preocupações ambientais, para aproveitar a onda das más sondagens do primeiro ministro, do que propriamente contribuir para construir um futuro com segurança energética que sirva as próximas gerações. Só falta dizer que o futuro energético está nas últimas reservas de petróleo extraído a preços altíssimos das areias betuminosas do Canadá e dos poços de petróleo oceânicos a milhares de metros de profundidade.
Esta é a mesma geração que afundou o planeta num abismo financeiro em que o lucro se desacoplou da produção, onde se transacciona mais dinheiro (virtual) do que a riqueza efectivamente produzida, é a geração do gasta-se e logo se vê, é a geração do pontapé para a frente e fé em Deus e quem vier a seguir que apague a luz.
Esta é a mesma geração que afundou o planeta num abismo financeiro em que o lucro se desacoplou da produção, onde se transacciona mais dinheiro (virtual) do que a riqueza efectivamente produzida, é a geração do gasta-se e logo se vê, é a geração do pontapé para a frente e fé em Deus e quem vier a seguir que apague a luz.
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