segunda-feira, abril 19, 2010

Investigadores denunciam falta de ética dos negacionistas

(Publicado no portal Esquerda.net)
Um documento difundido por mais de 400 investigadores do clima franceses denuncia a falta de ética científica dos niilistas do clima. Os referidos investigadores declararam-se simultaneamente agastados pela cobertura mediática conferida a protagonismos individuais de personagens alheadas da ciência e a polémicas sem fundamento científico que tentam sistematicamente negar os resultados que atribuem o aquecimento global à actividade humana com mais de 90 % de certeza. O documento refere em particular Claude Allègre, ex-ministro da educação do governo Jospin, que em obra recente "L'imposture climatique ou la fausse écologie" (Plon, 2010) procede a uma série de considerações sobre o aquecimento global onde foram detectados inúmeros erros envolvendo citações, dados e gráficos, bem como erros de fundo associados ao conhecimento da física que envolve o estudo dos sistemas climáticos. Foram detectadas falsificações de dados como as dos gráficos do climatólogo Hakan Grudd e de Louise Sime, especialista em glaciares. O documento é mais contundente sobre a falta de ética científica do livro de Allègre, visto que as citações, dados e conclusões da sua obra não foram objecto de revisão pelos pares, ao contrário da ética subjacente ao trabalho científico publicado pelos especialistas do clima, esse sim, sujeito ao rigor da revisão, verificação de cálculos e releitura crítica do raciocínio e das conclusões.



A reacção dos climatólogos franceses vem ao encontro do apelo lançado pelo editorial de Março da revista Nature em que se alerta a comunidade científica de que a estratégia de não resposta aos niilistas para não dar visibilidade a protagonismos individuais pseudo-científicos ter tido como resultado a ocupação do espaço mediático por estes indivíduos. Neste caso francês, a opinião pública parece ter ouvido os cientistas dado que a exposição pública das fraudes de Allègre e dos inúmeros erros do seu livro lançaram no descrédito o ex-ministro francês.

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