(Publicado no portal Esquerda.net)(Foto site TheLink)Um fóssil em excelente estado com cerca de 47 milhões de anos, encontrado em Messel na Alemanha, poderá ser a ligação que faltava na cadeia evolutiva entre os humanos e os lémures. O paleontologista Jørn Hurum do Museu de História Natural foi quem liderou a equipa que analisou este fóssil. Hurum publicou recentemente um livro, um documentário e uma
página internet onde sugere que o fóssil encontrado em Messel, apelidado Ida, é uma importante espécie que falta na cadeia de evolução dos primatas. Segundo este paleontologista norueguês o fóssil Ida poderá ligar dois ramos evolucionários distintos: o ramo comum aos primatas superiores (ex: macacos) e aos humanos e o ramo a que pertencem os lémures.
Darwinius masillae foi o nome atribuído à espécie a que pertence Ida. O esqueleto deste fóssil assemelha-se muito ao esqueleto de um lémure mas a ausência de garras, os dígitos com unhas, a forma dos polegares e das mãos ligam-no ao ramo dos primatas.
Apesar da importância desta descoberta há ainda uma grande incerteza no momento em que os dois ramos se separam, sobretudo porque o fóssil Ida pertence ao período do Eoceno, um período em que os primatas evoluíram muito rapidamente. Para dificultar ainda mais a tarefa dos paleontologistas, o Eoceno é um período do qual nos chegaram poucos fósseis. No entanto, o excelente estado de conservação de Ida permitiu analisar a pelagem e alguns dos seus tecidos, em particular os restos da sua última refeição: frutos, sementes e folhas.
Num ano em que se comemoram os 200 anos do nascimento Charles Darwin, esta é uma bela prenda para o darwinismo e para todos os investigadores que nos últimos 150 anos contribuíram para consolidar o conhecimento das espécies que povoam o planeta.
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